Globalização Internacional
Por: Daniel Paulo Ferreira • 18/6/2015 • Ensaio • 967 Palavras (4 Páginas) • 218 Visualizações
Nesse trabalho, o objeto de análise passa a ser o mercado globalizado, os países envolvidos e a metodologia aplicada por uma determinada empresa frente a esse desafio que é a globalização.
Há controvérsias a respeito do início da globalização, uns apontam a década de 80, quando diversos governos começaram a implantar um programa econômico neo liberal; outros afirmam que esse processo começou a partir da segunda metade do século XIX, com a primeira grande onda de investimentos estrangeiros por parte das grandes potências mundiais; outros ainda afirmam ser esse um processo muito mais antigo, tendo surgido com as grandes viagens marítimas dos séculos XV e XVI.
De qualquer forma, cabe salientar que foi a partir do final do século passado que o termo ganhou força e novos modelos de administração surgiram, alterando as relações entre a matriz e as filiais das grandes corporações multinacionais.
Esses modelos surgiram com a maior velocidade de troca de informações, capitaneadas pelo desenvolvimento da tecnologia aplicada aos meios de comunicação, transporte e tomada de decisões. Hoje o mundo parece infinitamente menor do que há duzentos anos atrás. Prova disso é que algo estarrecedor que ocorresse em determinado local só passaria a ser de conhecimento mundial após vários meses, hoje tomamos conhecimento do que ocorre no mundo, quase em tempo real. Esse desenvolvimento tecnológico permitiu a expansão de determinadas empresas e marcas, possibilitando a rápida tomada de decisões que implicam no ganho automático de capital.
Os motivos que levaram tais empresas a buscar a globalização são os mais diversos, como buscar novos mercados consumidores, utilizar mão de obra mais barata, produção mais próxima do usuário final, políticas de incentivo à produção. Tudo isso visando um maior lucro e menor despesa; assim essas empresas aumentam seu faturamento tornando-se mais atraentes ao mercado de capitais.
Vários são os modelos utilizados para gerenciamento dessa expansão e muitas empresas se utilizam inclusive de modelos mistos, aplicando a melhor forma de controle, dependendo da sua política de investimentos, bem como o modelo local de trabalho. Por vários anos a preferência dessas empresas foi pelo mercado asiático, recém libertados das grandes colônias, ou saindo de um modelo decadente de economia, apresentou-se como um lugar perfeito para novos investimentos, possuindo uma mão de obra enorme e a baixo custo, mercados ávidos por novos produtos e através dos incentivos dos governos locais, facilidades fiscais.
Um bom exemplo dessa expansão rápida e dominante é a empresa Nike. De origem americana, começou como importadora de tênis da japonesa Tiger, em 1962. Pouco tempo depois começou a desenvolver seus próprios modelos, em 1971 foi criado o símbolo da marca, chamado “Swoosh”, pouco tempo depois, por sugestão de um colaborador, deu-se à marca o nome da deusa grega que podia voar e correr em grandes velocidades, nascia oficialmente o nome “Nike”.
Sua verdadeira expansão começou em 1978, com a entrada no mercado sul americano e distribuição dos produtos no continente europeu. Em 1988 criou o slogan que se tornaria o mais famoso da propaganda esportiva, o “Just do it”, repetido em campos de futebol e pistas de atletismo mundo afora.
A Nike já foi duramente criticada por explorar os trabalhadores em países como Indonésia, Paraguai, Índia, Turquia e México; com condições de trabalho precárias, exploração de mão de obra barata, sem legislação trabalhista adequada e com incentivos fiscais onde seus produtos são manufaturados, ela hoje é líder mundial no ramo de calçados esportivos e mantém um faturamento de cerca de 16 bilhões de dólares anuais (dados de 2007). Sua marca vale em torno de 12 bilhões de dólares e tem valor de mercado de 27,4 bilhões de dólares, contando com mais de 30 mil funcionários.
Através dessa pesquisa podemos observar que há vários pontos a ponderar em relação à globalização e a essa empresa especificamente:
Temos como ponto positivo a grande lucratividade, expansão da marca à nível mundial, estabilidade no mercado de ações e facilidade de acesso a um produto conhecido mundialmente.
Porém ao analisarmos os efeitos que tal campanha produtiva tem sobre os países que compõem suas bases verificamos que a mesma empresa prejudica os concorrentes locais, dificultando sua permanência no mercado; cria um sistema de trabalho que prejudica, em muito, os trabalhadores locais, expondo-os aos mais cruéis ambientes de trabalho. Impedem o desenvolvimento local, levando uma grande parte do lucro obtido para sua sede, sem se importar com a melhoria da qualidade de vida das pessoas e das comunidades que compõem suas bases produtivas.
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