O TREINAMENTO COMO VANTAGEM COMPETITIVAEM OPERAÇÕES LOGÍSTICAS
Por: Miguel Bruggemann • 24/6/2021 • Monografia • 2.531 Palavras (11 Páginas) • 119 Visualizações
O TREINAMENTO COMO VANTAGEM COMPETITIVAEM OPERAÇÕES LOGÍSTICAS
Miguel Igman Brüggemann[1]
Noemi Back Poffo²
Resumo
O objetivo deste artigo é potencializar a importância do treinamento em operações logísticas para especialização dos colaboradores que nela atuam, além de reduzir custos com indenizações aos clientes por ineficiência da operação. A organização empresarial possuindo uma equipe qualificada maximiza a qualidade do serviço prestado gerando competitividade de mercado. A metodologia utilizada foi a bibliografia e a pesquisa ação somada a coleta de dados junto aos gestores da filial da empresa XYZ, escolhida na cidade de Blumenau – SC, onde inseri-me a operação e direcionei o treinamento específico. Após um período de doze meses observou-se a redução significativa no número de indenizações pagas aos clientes por problemas causados durante a operação.
Palavras – chave: Treinamento. Otimização de Processos. Qualificação profissional. Prevenção de perdas. Logística.
1 INTRODUÇÃO
A escolha do tema foi caracterizada por ser um grande desafio para as empresas de transporte, visto que devem enfrentar o “trade off” da Logística, ou seja, a maior qualidade na prestação de serviço, ao menor custo. O serviço de transporte é vital para o abastecimento de mercadorias aos mais diversos pontos do planeta. Com a alta do preço do combustível, aumento do roubo de cargas e a variação do preço do frete sendo cada vez mais frequente, os transportadores, buscam alternativas que possam maximizar sua receita, minimizar custos e ainda gerar uma tarifa atrativa junto com valor agregado ao cliente.
As empresas acabam sofrendo com a escassez de trabalhadores qualificados, que buscam oportunidades mais rentáveis em virtude da qualificação, ficando a mercê de mão de obra não qualificada e com isso reduzindo seus indicadores de qualidade a aumentando o número de indenizações aos clientes. Em algumas situações chegando até mesmo a perder clientes altamente rentáveis, em virtude da ineficiência da operação.
Além disso reforça Fleury & Wanke (2006) As empresas, por questões de competitividade, quando assinam um novo contrato, imediatamente começam a operação, não ministrando programas de treinamentos, gerando avarias e desmotivação de colaboradores.
Respondendo a solicitação da Empresa XYZ Transportes Ltda.[2], o autor esteve na empresa para mapear os processos da operação e desenvolver treinamento especifico para reduzir o volume de mercadorias avariadas[3].Após a aplicação do treinamento foi analisado os resultados e ajustado pontos estratégicos para alcançar um resultado ainda maior.
2 O PROGRAMA DE TREINAMENTO
O treinamento tem como finalidade, capacitar e aperfeiçoar o colaborador, especializando-o para exercer suas atividades com maestria e gerar vantagem competitiva para organização, uma vez que uma empresa que opera com mão de obra capacitada tende a maximizar a qualidade dos seus serviços.
Para Chiavenato (2004,), O treinamento e uma fonte de lucratividade ao permitir que as pessoas contribuam efetivamente para os resultados do negócio. Nesses termos, o treinamento é uma maneira eficaz de agregar as pessoas, a organização e aos clientes. Ele enriquece o patrimônio humano das organizações. E o responsável pelo capital intelectual das organizações.
Já para Milkovich e Bourdreau (2010) o treinamento como sendo um processo sistematizado com o intuito de promover a aquisição de habilidades, regras e atitudes resultando numa melhor adequação entre as características dos colaboradores e as exigências diante de sua função.
Para Dessler (2003), o treinamento é um conjunto de métodos usados para transmitir aos funcionários, novos e antigos, habilidades necessárias para o desempenho do trabalho.
De outra forma, Reginatto (2004), explica que o treinamento ajuda as pessoas a serem mais eficientes, evitando erros, melhorando atitudes e alcançando maior produtividade, pois, por meio dele, podia-se aprender fazendo, reavaliando e mudando comportamentos.
Ainda Chiavenato (2009) define o treinamento como sendo o processo educacional de curto prazo, aplicado de maneira sistemática e organizada. O treinamento é uma fonte de lucratividade ao permitir que as pessoas contribuam efetivamente para os resultados do negócio, sendo uma maneira eficaz de agregar as pessoas, a organização e os clientes (CHIAVENATO, 2010).
Para se aplicar um programa de treinamento que atinja os resultados da organização, deve -se seguir quatro etapas, que de acordo com Marras (2011), o processo de treinamento utilizado nas organizações respeita quatro etapas, que estão especificadas a seguir:
1. Levantamento das necessidades de treinamento (LNT):
2. Programação;
3. Implementação e execução;
4. Avaliação dos resultados.
3 A EMPRESA
A empresa XYZ, tem sua Matriz na cidade de Guarulhos – SP. Destaca-se pela prestação de serviços de transportes operando com cargas lotação e fracionada, além de serviços de armazenagem e movimentação. Sua área de atuação são as regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste e o estado do Paraná. Em sua filial da cidade de Blumenau, conta com um quadro de 62 colaboradores, sendo 22 na área administrativa e 30 na área operacional. A unidade supracitada possui um faturamento médio mensal de R$ 3,5 milhões de reais e um indicador de avarias de 3%.
3.1 Levantamento das necessidades
3.1.1 Avarias – definição
Há várias definições para avarias. A definição de avaria segundo o Dicionário Eletrônico Michaelis é: dano, deterioração ou estrago de qualquer natureza. Ou ainda o mesmo autor reforça: avaria é qualquer tipo de dano causado a um bem em seu transporte.
Defino como avaria todo e qualquer custo resultante de uma ineficiência da operação logística de distribuição ou de transporte, sendo classificadas como:
- Danos, violações e quebras;
- Extravios;
- Atrasos;
- Reembolsos;
- Imperícia de manuseio;
- Indenizações de seguros;
- Custo operacional quando há um retorno ou nova tentativa de entrega;
- Umidade;
- Tramitações comerciais que não dependem da empresa de transportes.
Com estas definições, identifica – se onde há controle e gerenciamento sobre as avarias que ocorrem e onde é possível combater. No caso de tramitações comerciais e negociações entre embarcador e cliente, a causa não está com a transportadora, ou seja, não é possível traçar uma estratégia para diagnosticar e plano de ação para combater. Assim sendo é possível reduzir, mas impossível eliminar 100% das avarias.
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