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A Cidade de São Paulo

Por:   •  20/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.802 Palavras (8 Páginas)  •  176 Visualizações

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A cidade de São Paulo não para, os trajetos diários são marcados por uma sequencia de acontecimentos. As vistas, as sensações, as passagens. As pessoas moram. As pessoas trabalham. As pessoas estão e ficam, elas permanecem e apropriam, se relacionam com o espaço público, constroem, destroem, esquecem. Entre as composições, ficam. Ficam espaços. Espaços muitas vezes esquecidos, abandonados e obsoletos. Parte que traz insegurança, desvio de passagem, medo.

A cidade de São Paulo não para, a cidade é segregada, ela é duas, é o coletivo e o individual. É a diferenciação socioespacial. Distribuída e desorganizada, é o caos e a calmaria.

O trabalho, que terá como configuração monografia e projeto urbano, tem como ponto de partida o abandono e esquecimento dos vazios urbanos entre as edificações na região periférica de São Paulo e envolve a pesquisa e entendimento da urbanização da cidade e de como a verticalização contribuiu para a segregação social e especial e para formação desses espaços, que vão desde becos até escadarias, além de metodologias de análise e proposta de resgate desses vazios.

1. CONCEITOS

1.1 Morfologia

Transformações da cidade, a morfologia urbana consiste no estudo da forma, as evoluções urbanas, o desenho do espaço, a organização fisico ambiental. É uma importante e atual pauta para o cenário de São Paulo. Qual é a consequência do traçado urbano para a cidade de hoje? Como a evolução e verticalização contribuiram desenharam os espaços públicos?

Esse conceito será tratado como o ponto inicial desse trabalho e os autores selecionados foram:

- Raquel Rolnik, São Paulo

A autora explica como foi a evolução histórica da cidade, desde 1554 quando os padres Jesuítas chegaram em São Vicente até o começo dos anos 2000. O livro é dividido em 5 capitulos onde ela coloca em ordem cronológica acontecimentos como a implantação da cultura cafeeira, a primeira ferrovia, a segregação social e espacial. Relata o surgimento da periferia como consequência dos investimentos na região central voltados para a elite e para o trabalho, demonstra como a ocorreu a verticalização, passa pela crise dos anos 20 e chega nos dias de hoje, na cidade dos muros, onde o individual muitas vezes se faz mais usual do que o coletivo, hoje é a cidade do veículo motorizado, e foi assim que ela foi se desenhando.

São Paulo que hoje é uma das maiores cidade do planeta, com pouco mais de 12 milhões de habitantes traduz o que há de melhor e pior, é consequência da potência industrial e a mistura de diferentes culturas.

“São Paulo portante, não é uma, mas pelo menos duas: é uma cidade partida entre incluídos e excluídos, conectados e solto, marcada em sua própria estrutura básica de funcionamento pela apartação socioterritorial.”

- Mauro Calliari, Espaço público e urbanidade em São Paulo

O livro, que também foi tese de mestrado do autor, coloca em pauta três questões importantes para o convívio nas grandes cidades atuais: o que é um espaço público de qualidade, porque o espaço público é tão significativo nos dias atuais e qual a relação da urbanização de São Paulo com seus espaços público. Para Calliari existe atualmente uma mudança na questão da apropriação dos espaços coletivos, as pessoas estão voltando a conviver em conjunto e a ocupar lugares que antes eram só de passagem, ocupação de praças e ruas, para ele estamos colocando fim a alguns paradigmas como o da cidade dos automóveis, a sociedade está usando o espaço para permanecer e se expressar, novos conceitos estão surgindo, como os parklets, novos desenhos estão sendo feitos pensando no coletivo.

‘Por outro lado, os grande espaços fechados também evidenciam a segregação dentro de um mesmo território. Se a lógia de segurança preconiza a contrução de barreiras físicas, tem-se uma situação de oposição entre o dentro e o fora.”

- José Lamas, Morfologia urbana e desenho da cidade

Lamas relata os aspectos externos no meio urbano, estuda a forma urbana em suas características físicas, externas e na evolução do tempo. O livro traz uma teoria sobre o traçado da cidade e classifica os elementos da cidade de diversar maneiras, exemplifica como se organizam os elementos morfologicos que constituem e definem o espaço, como aspecto quantitavio e qualitative. Define a cidade como forma e função, onde a primeira segue a segunda e assim se faz o traçado urbano.

“A cidade como qualquer orgaismo vivo, encontra-se em continua modificação. O tempo é fundamental para compreender o território como objecto físico e também posicionar a intervenção do arquiteto. A evolução das formas urbanas põe duas ordens de questões: s primeira relacionada com o desenvolvimento urbano, o estudo mofologico pressupõe a consideração do crescimento urbano, que é indissociável ao estudo das cidades; e a segunda relativamente a reutilização das partes da cidade, as políticas de recuperção, reabilitação e restauro das áreas urbanas pressupões diferentes usos e consequentemente modificações da imagem e da forma.”

1.2 Vazios Urbanos

Genericamente falando, existem dois tipos de classificação dos vazios urbanos: a de que usualmente são espaços sem construções e a de que são espaços esquecidos, desqualificados, degradados, muitas vezes suburbanos, consequencia de um processo de marginalização.

Os espaços vazios começaram a surgir como reflex pós industrial das cidades. A principio a denominação se refiria ao vazios das zonas industriais abandonadas, das ferrovias e de edificios esquecidos, mas podemos generalizar e ter varias definições diferentes de vazios.

- Nuno Portas, Do vazio ao cheio

O autor elenca conceitos importante sobre os espaços vagos da cidade, coloca diferentes modos de operar nos territórios urbanizados. Nuno fala como os vazios urbanos podem estruturar uma base fundiária para projetos de intervenções nas cidades e perriferias e como a administração da cidade influencia para a regeneração desses espaços.

“Vazio urbano é uma expressão com alguma ambiguidade: até porque a terra pode não estar literalmente vazia mas encontra-se simplesmente desvaloriazada com potencialidade de reutilização para outros destinos, mais ou menos cheios… No sentido mais

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