RESENHA CRÍTICA DO DOCUMENTÁRIO ILHA DAS FLORES

RESENHA CRÍTICA DO DOCUMENTÁRIO ILHA DAS FLORES

O documentário Ilha das Flores inicialmente enfoca a cadeia de produção de tomates e ao longo do seu desenvolvimento vemos severas críticas os modos consumismo exagerado e no quanto isso impacta negativamente, gerando riqueza aos detentores da produção e desigualdade no seu percurso.

Ao decorrer do documentário percebemos que Ilha das Flores, diferentemente do que o nome sugere, é um local para onde são enviados todos os resíduos produzidos em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.

Nesse local alguns criadores de porcos alimentam seus animais com lixo. E espantosamente crianças e mulheres também se alimentam dos restos descartados porque não têm dinheiro e acabam comendo dessas sobras, numa condição de vida indigna em busca de alimentos para que permitam a sobrevivência. Diante disso, vimos que o enfoque principal do curta é a desigualdade social imposta na atual sociedade.

Partindo de uma premissa e um viés extremamente crítico para que o telespectador, após assistir levante questionamentos acerca de conflitos sociais e do poder do dinheiro em nossas vidas, o filme relata problemas como a fome e a extrema pobreza. Para contextualizar, em dado momento da narrativa do curta metragem, enfatiza-se que “os porcos tem dono, mas as pessoas não tinham dono e muito menos dinheiro”, externalizando o esquecimento do poder público com a população carente.

O curta escancara toda a problemática social provocada pelo próprio ser humano, salientando que mesmo possuindo capacidade de reflexão e polegar opositor, o mesmo não consegue propiciar uma vida digna para seus semelhantes. No filme tal perspectiva fica clara quando os porcos tem prioridade na alimentação e as pessoas não, evidenciando ainda mais a indiferença com o alheio a si e a falta de altruísmo com o próximo, pondo em xeque a ética e a moralidade de nossa atual sociedade.

Infere-se, portanto, que ainda há sérios entraves acerca do consumismo exacerbado, a geração de riqueza em poucas mãos e a exclusão social; sendo necessário respeitar e promover a busca pela dignidade dos menos favorecidos, diante disso se reforça a necessidade de solidificação de políticas que visem a construção de uma sociedade melhor.