TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

A ADOÇÃO INTERNACIONAL

Por:   •  1/9/2017  •  Monografia  •  10.974 Palavras (44 Páginas)  •  1.038 Visualizações

Página 1 de 44

RESUMO

O presente trabalho, tem como objetivo demonstrar os procedimentos da Adoção Internacional sob a égide do ordenamento jurídico brasileiro, tema de suma importância para a sociedade da atualidade.  Passando pela origem do instituto e as mudanças no cenário nacional e seu desenvolvimento internacional. Remetendo a discussão para a legislação vigente, de forma mais específica para o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n.º 8.069/90), confrontando-o com o Código Civil (Lei n.º 10.406/02) e com a Constituição Federal de 1988, que aderiu aos procedimentos adotados a partir da Convenção relativa à proteção e à cooperação em matéria de adoção internacional, realizada em Haia em 29 de maio de 1993 (Decreto n.º 3.087/99), dentre outras convenções e tratados que foram ratificados pelo Brasil, representando uma nova visão da adoção internacional, concentrada nos direitos humanos da criança, visando a proteção, o bem-estar e o seu interesse superior.

Palavras-chave: Adoção Internacional. Estatuto. Criança e adolescente.

INTRODUÇÃO

Dimas Messias de Carvalho (DINIZ,483-484 apud CARVALHO, 2010. p. 1) conceitua a adoção como:

“Um ato jurídico solene e bilateral que gera laços de paternidade e filiação entre pessoas naturalmente estranhas umas às outras. Estabelece um vínculo fictício de filiação, trazendo para sua família, na condição de filho, pessoa que geralmente lhe       é estranha. É uma ficção legal que possibilita que se constitua entre o adotante e o adotado um laço de parentesco de 1º grau na linha reta, estendendo-se para toda a família do adotante. É um ato complexo que depende de intervenção judicial, de caráter irrevogável e personalíssimo.”

O presente artigo se propõe a analisar o delicado tema da Adoção Internacional, tanto da forma que é regulada no Direito interno, como também no plano internacional.

Inicia-se a obra com breve relatório da evolução histórica, conceitos, e natureza jurídica. Assim procedendo, faremos um necessário estudo da legislação aplicada e das normas de Direito Pátrio.

A lei nº 12.010 de 03 de agosto de 2009, denominada “Lei Nacional da Adoção”, dispões a garantia ao direito fundamental a convivência familiar onde tem por objetivo principal que a criança permaneça com a família natural.

A preferência para que ocorra a adoção é que o menor fique com a família extensa, ou seja, aquela que é formada por parentes mais próximos, pois assim a criança estará na continuidade de vínculos já estabelecidos a ela.

A criança ou adolescente em processo de adoção deverá ser protegida de conviver com pessoas usuária de entorpecentes, a fim de não ocasionar problemas futuros psicológicos ou físicos a mesma, conforme dispõe o artigo 19, “caput”, do ECA:

“Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)”

A adoção internacional é estabelecida como medida “excepcional”, pois primeiro busca o interesse da família natural, após a família extensa, e pessoas individuais. Abrindo a possibilidade para a adoção internacional, será estabelecida regras de acordo com as normas vigentes, para que a segurança, bem-estar, e o ambiente familiar adequado sejam resguardados ao adotado.

Enquanto a filiação natural ou biológica repousa sobre o vínculo de sangue, da genética, a adoção é uma filiação exclusivamente jurídica, que se sustenta sobre a pressuposição de uma relação não biológica, mas sim afetiva. Logo, a adoção moderna é um ato jurídico que cria relações de paternidade e filiação entre duas pessoas.

Este trabalho visa também demonstrar os procedimentos exigidos para a adoção internacional, tais como, habilitação, estágio de convivência, dentre outros, sempre visando o bem-estar da criança como preferência, para que seja refeito os vínculos familiares, o amor, a compreensão, para que o desenvolvimento da personalidade do adotado seja feito de maneira correta, também é demonstrado no trabalho gráficos especificando números de adotantes, adotados e pretendentes.

  1. O INSTITUTO DA ADOÇÃO
  1. Conceito de Adoção, abrangendo a modalidade Internacional

Adoção, segundo Sérgio Sérvulo da Cunha, “ato ou efeito de adotar, que é aceitar, assumir; forma pela qual se estabelece relação de filiação sem laço natural”. (DA CUNHA, Sérgio Sérvulo. Dicionário Compacto do Direito. São Paulo: Saraiva, 2009).

Na concepção de Clóvis Beviláqua, "é o ato civil pelo qual alguém aceita um estranho na qualidade de filho.” (BEVILAQUA, Clóvis. Clássicos da Literatura Jurídica. Direito de Família. Rio de Janeiro: Rio, 1976, p.351.)

 Já para Pontes de Miranda, “adoção é o ato solene pelo qual se cria entre o adotante e o adotando relação fictícia de paternidade e filiação”  (MIRANDA, Pontes de. Tratado de Direito de Família. Atualizado por Vilson Rodrigues Alves. Campinas: Bookseller, v. III, 2001, p. 217)

Por fim, Silvio Rodrigues conceitua a adoção como “o ato do adotante, pelo qual traz ele, para a sua família e na condição de filho, pessoa que lhe é estranha.”(RODRIGUES, Silvio. Direito Civil, Volume 6, 27 ed., São Paulo: Saraiva, 2002, p. 380.)

Na lei, podemos encontrar o conceito de adoção descrito no Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 41:

“Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotando, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.”

Considera-se adoção internacional aquela na qual a pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado fora do Brasil, conforme previsto no Artigo 2 da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 1, de 14 de janeiro de 1999, e promulgada pelo Decreto nº 3.087, de 21 de junho de 1999.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (73.8 Kb)   pdf (693.4 Kb)   docx (327.6 Kb)  
Continuar por mais 43 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com