A Discussão - Direito à Vida

Discussão - Direito à Vida

nós: até que ponto o relativismo cultural interfere na ética?

eles: a ética não é universal, cada cultura tem a sua ética, portanto, a ética é relativa... o que torna essa pergunta sem fundamento

nós: já que a ética é relativa, e vai de acordo com cada cultura, a sociedade pode cometer todo tipo de atrocidades e barbaridades com humanos justificando seus atos por corresponderem a ética adotada pela sua cultura

eles: mas aí entra o conceito de relativismo cultural, se existem diversas culturas, cada uma com sua ética, o que é considerado ´´barbaridade`` pra você dentro da sua cultura e da sua ética, não é considerado para, por exemplo, uma determinada tribo indígena no contexto da cultura e da ética dessa tribo

nós: é mesmo? então a ética de uma cultura pode justificar, por exemplo, práticas constantes de tortura com um ser humano, de modo que o mantenha vivo? que tipo de vida é essa?

eles:... sem fala

nós: dessa forma, se torna claro que a ética, em alguns aspectos, que incluem o direito a vida, e o direito a viver com dignidade, liberdade, entres outras questões, precisa ser delimitada e imposta em todas as sociedades humanas. O direito a vida, que é um direito natural imutável constatado pelas civilizações mais primitivas da humanidade, de épocas anteriores a Cristo,e que pode ser compreendido inclusive por crianças, não é o único que deve ser e é universalizado, pois de fato, há princípios que são universais e inerentes a existência humana.

Conclusão:

 [Segundo Alexandre de Morais] O direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos, já que se constitui em pré-requisito à existência e exercício de todos os demais direitos. Sendo um direito individual, considera o ser humano frente ao estado e a sociedade, constituindo uma proteção conta abusos, excessos e medidas autoritárias ou padronizadas. O direito à vida se enquadra na condição de direito material, ou seja, não depende de algum texto legal e é essencial a existência humana.

[1ª Pergunta] A diversidade cultural constitui o pluralismo de conceitos relativos a ética próprios de cada cultura.  A ética, no que diz respeiro ao direito à vida, e ao direito a viver com dignidade, liberdade, entres outros aspectos, precisa ser delimitada e imposta em todas as sociedades humanas. O direito à vida, que é um direito natural imutável constatado pelas civilizações mais primitivas da humanidade, não é o único que deve ser universalizado, pois de fato, há princípios que são universais e inerentes a existência humana. Se o direito à diversidade cultural não serve como justificativa para práticas como escravidão, tortura e genocídio, não deve servir como justificativa para o infanticídio.

[2ª Pergunta] As tribos indígenas contemporâneas sofrem interferência de vizinhos não indígenas e das instituições FUNASA e FUNAI, que assistencializam necessidades básicas, como o envio de profissionais da saúde para atuar nos indígenas que ocupam os territórios isolados, além de registrar as mortes que ocorrem por infanticídio nessas regiões. Portanto, essas tribos não se encontram totalmente isoladas. Os índios que residem o nosso país interagem, conhecem e se relacionam com a sociedade brasileira não indígena, desse modo, devem ser submetidos a legislação dessa sociedade. As instituições que praticam omissão de socorro aos casos de morte devem ser punidas.