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A MULHER E O DIREITO DA CIDADE

Por:   •  4/10/2016  •  Resenha  •  742 Palavras (3 Páginas)  •  588 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASILIA

Aluna: Ana Caroline Farias Gomes

RA: 21500144

Turma: “A”

A MULHER E O DIREITO DA CIDADE

O direito da cidade é um direito coletivo, no qual o interesse comum sobrepõe os interesses particulares de forma que as pessoas possam usufruir de maneira democrática e digna do espaço urbano. Aproveitar o que a cidade oferece, como parques, transporte, faz parte das inúmeras vivencias possíveis, legitimadas pela ideia de que a cidade, como a moradia, a saúde e a educação faz parte do que chamamos de direitos humanos. Assim, o espaço urbano deveria ser uma forma de agregar e receber todos os cidadãos, independente de sexo, orientação sexual, raça ou deficiência. Porém vivemos em outra realidade.

Vivemos em uma crescente privatização do espaço publico que tem como consequência a segregação urbana, afastando determinados setores sociais da vivencia da cidade, deixando esta a ser aproveitada apenas por aqueles que possuem maior poder aquisitivo. Quando linhas de ônibus que ligam zonas distantes são cortadas em finais de semana ou reduzidas há uma clara mensagem de que as pessoas que moram em regiões com pouco interesse ao capital são pouco bem-vindas ao centro da cidade em momentos de ócio ou recreação.

É evidente que os deficientes, que possuem limitações para se locomoverem ou que utilizam cadeiras de rodas enfrentam inúmeras barreiras para atravessar a rua pois carros estacionam na rampa da calçada, ou estas não existem. Homossexuais não podem demonstrar afeto em publico que já são atacados e condenados. Transexuais tem que lutar para utilizar banheiros públicos, pois são discriminados e excluídos. Dentro das diversas barreiras criadas cada uma tem sua especialidade. No caso da mulher, as cidades se mostram pouco democráticas.

A mulher tem necessidades especificas que precisam se atendidas, mas devido a sub-representação na politica e gestão das cidades, elas acabam sendo julgadas e ignoradas. As cidades não estão preparadas para receberem as mulheres, e por essa falta de preparo, segurança e mobilidades, muitas se afastam.

Um dos pontos principais que tiram a tranquilidade da mulher é a falta de segurança publica. Um dos motivos que levam a maioria evita andar desacompanhada em determinados lugares e horários, o medo da violência, dos assaltados. Esse evitar acaba violando o direito de ir e vir, o direito de usufruir da cidade e das coisas que são oferecidas.

A violação do direito da cidade acontece todos os dias quando saímos para estudar, trabalhar, nos divertida e temos que observar se aquela roupa é de acordo para evitarmos cantadas no meio do caminho, ou de ter que andar em um vagão especial, pois são vários os casos de atentado ao pudor dentro do metro, ou regular a hora que iremos voltar, pois após certa hora estaremos completamente vulneráveis, sem nenhuma segurança. O ato de andar sozinha é um medo que enfrentamos a qualquer minuto, as mulheres se tornaram reféns de uma sociedade machista, sem nenhum respeito às mulheres.

A resposta do poder público poderia ser diferente, fossem as mulheres de fato ouvidas na questão. Poderia ser investido dinheiro em campanhas educativas sobre machismo e violência sexual, aumento das linhas de metrô de modo a comportar todos os usuários de maneira razoável, funcionários treinados para lidar com o problema, maior segurança, etc. Porém, essas soluções custam dinheiro, demandam pessoal qualificado e prazos mais longos para ver resultados pareceu mais proveitoso culpabilizar e segregar a mulher do que implementá-las.

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