HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR
Por: Ana Barros • 3/9/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 2.288 Palavras (10 Páginas) • 374 Visualizações
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª. REGIÃO.
MARCELO SÓCRATES RIAN, advogado, inscrito na OAB/SC sob nº 10881, com escritório na Av. Rio Branco, 4788, sala 28, Centro, Florianópolis/SC, com endereço eletrônico xxxxxxxxxx, com fulcro nos artigos 5º LXVIII da Constituição Federal e artigo 647 e 648, inciso I do CPP vem impetrar a presente ordem de
HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR em favor de
G L, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado em Palhoça/SC, na Rua Pedro Ivo, 73, com RG/SSP/SC nº 26777, inscrito no CPF sob nº 103873098/67;
R, brasileiro, casado, residente e domiciliado em Biguaçu/SC, na Rua Assunção, nº 12, com RG/SSP/SC nº 18999, inscrito no CPF sob nº 467890124/79;
M, brasileiro, casado, residente e domiciliado em Antônio Carlos/SC, na Rua Beira Mar, nº 29, com RG/SSP/SC nº 98326, inscrito no CPF sob nº 678129345/76,
Contra ato de constrangimento ilegal praticado pelo Juiz Federal Justo Justíssimo da 5ª. Vara Criminal Federal de Florianópolis, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
1. Os pacientes encontram-se presos em virtude de determinação do coator, Juiz Federal da 5ª. Vara Criminal Federal de Florianópolis, que em 15 de junho de 2015, decretou a prisão preventiva dos pacientes, assim se manifestando:
a) Paciente G L: “Verifico, portanto, que, havendo prova da materialidade e fortes indícios de autoria, a prisão preventiva de G L faz-se necessária como garantia da ordem pública, haja vista a imperiosa necessidade de fazer cessar imediatamente as atividades da organização criminosa da qual é um dos operadores fundamentais. Há indicações, também, conforme assinalado, de que a prisão preventiva do investigado seja necessária para evitar que G L intime possível testemunha dos fatos delituosos apurados”.
b) Paciente R: “de maneira que a sua prisão preventiva revela-se impositiva como garantia da ordem pública, haja vista a imperiosa necessidade de fazer cessar imediatamente os crimes praticados pela organização criminosa.”
c) Paciente M I: “constato que a prisão preventiva de M I é medida que se impõe, como garantia da ordem pública, haja vista a imperiosa necessidade de fazer cessar imediatamente os crimes praticados pela organização criminosa.”
2. Histórico dos fatos contidos nos autos da investigação policial:
a) Em 23/04/2013, a polícia federal iniciou investigação para apurar crimes contra o sistema financeiro nacional, de formação e organização criminosa e de lavagem de dinheiro.
b) Os investigados são os responsáveis pela empresa T.LTDA. Os crimes atribuídos são de falsa identidade para realização de operação de câmbio e falsidade ideológica.
c) Alega a polícia federal que a empresa seria operada por terceiros que não os seus sócios formais. E o objetivo da empresa seria o de operar no ramo do comércio exterior e efetuar contratos de câmbio.
d) A autoridade policial diz que G L apesar de não figurar no contrato social, seria o verdadeiro dono da empresa.
e) Em um procedimento fiscal realizado pela Receita Federal foi constatado: indícios de falsificação na alteração contratual, falsificação do contrato de aluguel da sede da empresa e que A A, sócio formal, tinha um acréscimo patrimonial incompatível com a renda declarada (toda a documentação de comprovação foi anexada).
f) E o fiscal da Receita Federal que atuou nas operações de investigação, informa mais: constatou terem sido utilizados documentos falsos para instrução de operações de câmbio. Verificou, que A A é um “laranja” que serve para ocultar o verdadeiro responsável pelas operações da empresa que é R L. E que a empresa não possui estrutura física.
g) Durante as investigações constataram que a empresa T LTDA e posteriormente a M LTDA, baseadas em São José/SC e operadas pelo investigado G L, tratavam-se de pessoas jurídicas voltadas para a remessa de dinheiro ao exterior. Tudo era feito por meio de contratos de câmbio forjados, elaborados com dados inverídicos e instruídos com documentos falsificados.
h) O investigado G L, com a ajuda de D S, M I e D A, utilizando-se das empresas acima, enviaram expressiva quantia de dinheiro ao exterior para o núcleo baseado em São Paulo. Núcleo formado por J, R e A com documentos em grande parte, falsificados por B.
i) A, R e A L realizavam as operações a partir de São Paulo, usando CNPJs de empresas apenas formalmente constituídas, que serviam de “fachada” para a prática de evasão de divisas.
j) As empresas K LTDA, R LTDA e S LTDA são as maiores depositantes nas contas bancárias das empresas L LTDA e S LTDA, conforme informa a autoridade policial.
l) Grande parte dos valores remetidos de forma fraudulenta ao exterior por T LTDA e M LTDA foram enviados às empresas O e N TRADING, no Panamá, geridas por J e seus associados.
m) Outras remessas enviadas fraudulentamente, foram para a China, Malásia, Hong Kong, Cingapura e Estados Unidos.
n) A autoridade policial informa, ainda, que a partir de meados de agosto do corrente ano, G L teria começado a remeter dinheiro ao exterior, para M, também e que era assistido por J.
o) A Polícia Federal demonstrou a diferença entre o grupo capitaneado por J e por M: o núcleo de J providencia as falsificações por meio de B. O grupo de M providencia as suas próprias falsificações. Esses documentos falsificados eram utilizados como verdadeiros nas operações de câmbio, enganando as autoridades financeiras.
p) A operação policial concluiu que os investigados formaram uma organização criminosa voltada à evasão de divisas, por meio de criação, fraudulenta, de pessoas jurídicas, em território brasileiro. Essas pessoas jurídicas serviam para efetuar operações de câmbio instruídas com dados e documentos falsos. As beneficiárias seriam empresas offshore relacionadas aos investigados.
q) Este é um histórico breve da investigação realizada. Toda a documentação da investigação está anexada ao processo.
3. A Constituição Federal no seu artigo 5º. é a primeira fonte inspiradora do presente pedido de libertação através de habeas corpus:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
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