Os Poderes Administrativos
Por: Renato Costa • 15/3/2018 • Trabalho acadêmico • 1.153 Palavras (5 Páginas) • 312 Visualizações
Poderes administrativos
Cap. 3:
Poderes administrativos conceito: são poderes-deveres instrumentais do Estado, ou seja, são instrumentos de trabalho para que os órgãos e entidades administrativas executam suas tarefas e cumprem suas funções.
Características: instrumentais, irrenunciáveis,
Poderes administrativos x podres do Estado: este conceito foi dado por Montesquieu, dividindo-se em Legislativo, Executivo e Judiciário, já aquele se refere aos instrumentos para atingir o bem comum.
Uso e abuso de poder: o poder administrativo é instrumental, logo será exercido na medida necessária a atingir a finalidade pública: o bem comum. Quando ele age fora dos limites postos (conduta comissiva) ou deixa de cumprir imposição legal (conduta omissiva), comete abuso de poder.
O abuso de poder se biparte em excesso de poder (é um vício que decorre por agir além de sua competência e é nulo) e em desvio de finalidade (atuar, até mesmo dentro de sua competência, mas com finalidade distinta do bem comum e é nulo).
Obs. situações do desvio de finalidade: desvio para atingir fins pessoais ou, mesmo atingindo a finalidade pública, desvia o fim do ato.
- Classificação dos poderes quanto:
- Ao grau de liberdade de atuação do agente:
- Poder vinculado/regrado: é aquele que estabelece um único comportamento possível a ser tomado pelo agente diante dos casos concretos, sem conveniência e oportunidade.
- Poder discricionário: é a possibilidade de a Administração poder fazer juízo de conveniência e oportunidade e dentre, duas ou mais soluções, todas válidas, escolher diante dos casos concretos.
Obs. Mérito administrativo é o poder de escolha diante da conveniência e oportunidade (elementos nucleares do poder discricionário).
Obs. A redação legal ultrapassada ou insatisfatória não enseja discricionariedade, mas mera interpretação.
Obs. A discricionariedade não é absoluta e sim de acordo coma finalidade do poder público.
Controle judicial da atividade administrativa discricionária: o poder judiciário pode revisar um ato discricionário quanto à sua legalidade, mas nunca no campo do mérito que é o campo opinativo do administrador.
Obs. O Judiciário pode não revisar o mérito, mas pode definir os seus limites, pois os conceitos são vagos e, diante do caso concreto, tem que ser determinados.
- Poderes administrativos:
- Normativo/regulamentar: poder de expedir normas gerais, abstratos com efeitos erga omnes, ou seja, como mecanismo de edição de normas que complementam a lei. E deve ser secundum legem (em conformidade coma lei) e não contra legem.
Regulamentos:
Obs. Regulamentos e decretos se referem ao mesmo ato normativo privativo do chefe do Executivo, pois regulamento é o conteúdo e decreto é a sua forma.
Obs. O poder normativo é o poder conferido a autoridade públicas de emitir normas gerais e abstratas e poder regulamentar, espécie do poder normativo, é o de exclusividade do Executivo.
Tipos de regulamento: executivos (atos que complementam a lei para sua fiel execução sem inovar sob pena de ilegalidade) e autônomos (substituem a lei, inovando sobre matérias que nãos são disciplinadas em lei).
Obs. Para doutrina majoritária e jurisprudência, só são admissíveis duas espécies de regulamentos autônomos: dispor sobre organização e dispor sobre funcionamento da Administração pública, quando não aumentar a despesa, nem criar ou extinguir cargos (art. 84, VI, CF).
- Disciplinar: atribuição de aplicar sanções àqueles que estejam sujeitos à disciplina do ente estatal, logo não pode ser imposta a particulares.
Obs. a discricionariedade está presente, apenas, na majoração da pena.
Obs. A doutrina moderna vem incluindo os contratos administrativos como ensejadores de aplicação do poder disciplinar.
Obs. Assegura-se contraditório, ampla defesa e tudo que decorrer do devido processo legal, na aplicação de penalidades.
Obs. A regra é a incomunicabilidade de instâncias, salvo na absolvição penal por inexistência de fato ou negativa de autoria que absolve na esfera administrativa.
- Hierárquico: atribuição conferida ao administrador para organizar, distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, INTERNAMENTE, determinando uma relação de hierarquia e subordinação entre órgãos e agentes.
Obs. A vinculação entre a adm. direta e a indireta não decorre do poder hierárquico e sim é uma vinculação ou tutela administrativa que decorre da descentralização.
Avocação: tomada temporária de uma competência legalmente atribuída a um agente subordinado não exclusiva, por um superior.
Delegação: extensão (não transferência, ou seja, ambos ficam com a competência) temporária, restritiva (a competência deve ser especificada) das atribuições de um órgão a outro de hierarquia igual ou inferior, desde que não exclusivas
Obs. Cláusula de reserva é a manutenção da competência nas mãos do agente delegantes, mesmo após a delegação, já que corre apenas extensão.
Delegações proibidas: competência exclusiva, para decisão de recurso hierárquico e para edição de atos normativos.
- De polícia: em sentido amplo é toda atuação restritiva do Estado, abrangendo atos do Legislativo ou do Executivo, onde se condiciona a liberdade e a propriedade em prol do cidadão. Em sentido estrito, só a Administração Pública condiciona direitos.
Polícia administrativa: o poder que a Administração tem de restringir o exercício de liberdades individuais e de restringir o uso, gozo e disposição da propriedade privada, sempre na busca do interesse público. Pode ser:
- Preventiva: trata de disposições genéricas e abstratas (portarias que especificam horário, proíbem soltar balões, etc.);
- Repressiva: pratica atos específicos (dissolver tumultos, apreender revista pornô);
- Fiscalizadora: previne eventuais lesões (vistoria em veículos).
Polícia administrativa x judiciária:
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