Resenha Crítica Para Compreender a Ciência: uma perspectiva histórica
Por: Mateus Souza • 4/9/2023 • Resenha • 961 Palavras (4 Páginas) • 137 Visualizações
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB
CURSO: DIREITO
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA GERAL
DOCENTE: SERGIO AUGUSTO HERRERA ATAHUICHI
DISCENTE: MATEUS SILVA OLIVEIRA DE SOUZA
RESENHA CRÍTICA
REFERÊNCIA
ANDERY, Maria Amália... et al. Para compreender a Ciência: uma perspectiva histórica- Rio de Janeiro: Garamond, 2007, cap.8, p.163-178.
Na obra intitulada “Para compreender a Ciência”, mais precisamente no capítulo 8, os autores abordam de maneira narrativa todo processo de transição do regime feudalista ao modelo capitalista em escala mundial. Trazendo para o leitor as divergências encontradas nos países europeus nesse período e a combinação de fatores que corroboraram com o surgimento do capitalismo frente ao feudalismo.
O autor inicia sua discussão apontando que “Numa era de transição, o velho e o novo frequentemente se misturam.” (ANDERY et al, 2007, p. 163). Salientando assim que uma mudança de regime não acontece repentinamente, havendo um período de transição e mudanças que perpassa pelos séculos XV, XVI e XVII que se inicia com a substituição da descentralização feudal pela formação de Estados nacionais unificados e pela centralização do poder no surgimento das monarquias absolutistas.
Uma estratégia utilizada por Andery para o desencadeamento dessa abordagem é a apresentação do cenário vivido pelos principais países daquele contexto histórico, apontando as diferenças e desafios enfrentados por cada um no período de enfraquecimento do sistema feudal. Ademais, um fator comum que foi imprescindível para o desponte do capitalismo nos países do eixo europeu foram as grandes navegações que abriram as portas da colonização na América, África e Ásia, tendo como consequência também, a reintrodução da então extinta prática da escravidão, como aponta o autor, na página 165 do texto.
Outro ponto relevante a destacar são os elementos fundamentais da sociedade capitalista citados, e a dissertação dos acontecimentos que foram fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade com tais características. É explanado pelo autor as problemáticas que permeavam o sistema feudalista e como cada um deles foi importante para a diluição gradativa do poder presente nos feudos, e consequentemente, a dispersão da população para as cidades. Dentre elas estava a atribuição dos senhores feudais com os tribunais de justiça em suas terras, sendo, portanto, responsáveis pela resolução de uma série de problemas surgidos nas cidades, provenientes das novas atividades comerciais, que não tinham capacidade para resolver. Por essas razões, as cidades rebelaram-se e muitas delas obtiveram a liberdade por meio de luta, compra ou doação (ANDERY et al, 2007. p.166).
A expansão marítima e do sistema colonial, no final do século XV, proporcional a produção de riquezas, que levaram ao desenvolvimento do comércio europeu, bem como as Cruzadas que contribuíram para difusão do consumo de produtos orientais, fato esse que pode ser considerado essencial para o cumprimento dos elementos fundamentais da sociedade capitalista. Ademais essas nações superariam a dificuldade imposta pelas cidades italianas, aliadas aos muçulmanos do Oriente, que possuíam o domínio das principais rotas comerciais do Mediterrâneo através da expansão atlântica dos séculos XV e XVI financiada pela burguesia, a qual possuía interesses comuns à Coroa para o desenvolvimento do comércio e sistema capitalista.
Portanto a expansão atlântica teve como efeito também o desenvolvimento do mercantilismo, adotado pelos chefes de estado europeus, com o objetivo de gerar riqueza para o país e fortalecer o estado. A política dessa prática, apontada pelo autor como fundamental é a de que a riqueza de um país se traduz na quantidade de ouro e prata acumulado, sendo o principal meio de obtê-los o comércio com outros países, em que se garanta um saldo positivo da balança comercial. Para isso, o estado incentivava o desenvolvimento da indústria no país, à aquisição de colônias, às exportações e tarifas elevadas para a importação.
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