Teoria das Relações Internacionais- I
Por: Fernandes Oliveira • 26/6/2017 • Resenha • 1.155 Palavras (5 Páginas) • 274 Visualizações
[pic 1]
Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais - FAJS
Teoria das Relações Internacionais- I
Brasília
(2017)
Fernandes Souza de Oliveira RA:21506418
Treze dias que abalaram o mundo, analise a partir de teorias das RI’s
Treze dias que abalaram o mundo, filme que retrata os dilemas enfrentados pelo comando do poder Executivo dos Estados Unidos da América durante o período da Guerra Fria. É possível analisar os acontecimentos ocorridos na trama e facilmente usar suas problematizações para exemplificar elementos presentes nos estudos de Teoria das Relações Internacionais. O desejo de duas potências pela dominação ideológica no mundo e a permanência de seu posicionamento no topo da estrutura do sistema internacional que, por ora, causa uma bipolaridade no sistema, a tendência da natureza humana egoísta que está propensa a seguir suas paixões e buscar a realização de suas vontades, a política interna de um Estado que possui princípios de ordem que influenciam em suas tomadas de decisões e o instintos de defesa dos mesmo, esses são todos exemplos de elementos que a adaptação cinematográfica traz para a tela, e que estarei interpretando segundo as obras de Kenneth Waltz.
O filme chama atenção para um fator interessante, mesmo que em algumas partes fica apenas subentendido e implícito, há uma constante ponderação entre a execução do desejável e do possível tanto dos Estados como agentes na relação com outros Estados no Sistema internacional como dos indivíduos dentro de um Estado, naturalmente existe uma vontade desmesurada de exercer seus poderes e influências por meio do uso da força sobre os demais, mas mesmo existindo uma vontade vinda do Estado ou do indivíduo, nem sempre é possível aplicá-la pois há o que é chamado por Waltz de princípio ordenador, para explicar o que isso significa, Waltz divide o sistema político interno do sistema político internacional, sendo um diferente e contrário ao outro. Dentro de um Estado (Política Interna) o princípio ordenador que organiza os indivíduos e a sociedade é chamado de Hierarquia, seu conceito consiste em, escalar os indivíduos em graus de superioridade, assim, alguns indivíduos tem poder de decisão nos assuntos internos maior que outros, o que torna a relação dos atores uma relação de comando e subordinação. O filme mostra muito bem essa relação na tomada de decisão quando um General das forças armadas se encontra impedido de realizar suas ações desejadas pois o Chefe de Estado (presidente) não está de acordo.
Quando se trata da relação entre os Estados (Sistema Político-Internacional), há uma relação de cooperação entre os atores, já que os mesmos não são obrigados a obedecer a ordens de outros Estados. À vista disso, se dar a entender que haveria caos e desordem no Sistema Internacional, então nada impediria ambos os Estados como, Estados Unidos e União Soviética de realizar seus desejos quanto aos demais agentes ou a estrutura internacional? Errado, há outros pontos expostos por Kenneth Waltz que influenciam na relação entre os Estados, como veremos a seguir.
OQUE IMPEDE A GUERRA E A EXECUÇÃO DOS DESEJOS DO ESTADO
Se dentro do Estado, o que impede o indivíduo de expressar totalmente suas paixões sobre o outros é a hierarquia, tanto pela superioridade de um indivíduo para outro como pela forma em que as leis são organizadas, no sistema internacional o princípio que ordena as relações entre os agentes é a Anarquia. Mesmo trazendo uma ideia de desordem, a anarquia não impossibilita a cooperação entre os Estados, pelo contrário, a anarquia torna as unidades (Estados) mais semelhantes umas às outras, pois todas possuem Soberania e liberdade para buscar seus objetivos, incluindo a cooperação. “ Dizer que os Estados são soberanos não é dizer que eles podem fazer o que quiserem, que são livres da influência dos outros ou que são capazes de conseguirem aquilo que querem. Os Estados soberanos podem ser muito pressionados por todos à sua volta, impelidos a agir de formas que prefeririam evitar, e incapazes de fazer quase tudo como gostariam. ” (Waltz 1979). Toda essa visão sistêmica que é organizada em uma Estrutura Internacional anárquica permite que seus atores, por meio da liberdade, busquem meios de sobreviver e de realizar seus objetivos, temos então a origem da balança de poder. A busca e disputa pela dominação da estrutura é algo natural entre as potências e causa um equilíbrio entre as mesmas (Estados Unidos e União Soviética no caso do filme), mas gera uma certa insegurança no sistema, pois as vigorosas forças não aceitam serem subjugadas, fator que resulta numa política defensiva dos demais, já que há sempre a desconfiança de um ataque vizinho, a força defensiva por sua vez, quando é poderosa, pode inibir a vontade de ataque dos demais Estados. Tomamos como exemplo a trama do filme, os dois Estados possuem forças defensivas extremamente vigorosa, e por isso o risco de destruição por um ataque se torna tão grande que os atores se contém ao invés de atacar, ideias que Waltz concordava, pois o mesmo acreditava que, quanto mais armas nucleares no mundo, maior o poder dissuasor dos Estados, outro fator que impede o Estado de executar suas vontades é o custo sobre suas ações, Waltz concorda que se os custos de uma guerra nuclear fosse muito alto, o uso dessas armas não valeria a pena para os Estados. Podemos concluir então que, o sistema internacional para Waltz, mesmo sendo anárquico, possui uma ordenação que assemelha seus atores e mantem o equilíbrio no cenário internacional mesmo dando liberdade a seus atores.
...