Historia cultura e poder

UFPB - Relações Internacionais

Aluno: Gabriel de Paula Vieira

Matrícula: 11501138

Ensaio sobre o documentário “Um lugar ao lado do sol”

 Ao assistir o documentário “um lugar ao lado do sol” é possível evidenciar a visão da perspectiva da elite brasileira que vive em coberturas sobre seu cotidiano, visões políticas, moral e ética em diálogos casuais com os entrevistadores, o que possibilita tomar várias visões críticas acerca da opulência desta casta na sociedade e modus operandi de pensamento, o qual é banhado pelas noções liberais nutridas em seu sucesso econômico pelo sistema capitalista, o qual como demonstrado nos shots comparativos com os pedreiros e pessoas que participam das obras de tais edifícios opulentos nos quais os entrevistados vivem, permitem uma comparação da disparidade social do País como um todo e de como a elite privilegiada, a classe média e as classes marginalizadas vivem cada qual em uma bolha diferente, cada um em sua própria dimensão com apenas interações em momentos no qual existe intersecção entre elas por relações de serviços, dominação ou violência.

Assim, principalmente no diálogo do empresário careca, é possível refletir sobre a atual situação do Brasil no qual se pretende adotar um rumo econômico engrenhado para adotar um modelo liberal nos moldes do laissez-faire, o qual propicia uma sociedade voltada para os interesses da elite, contudo não é do meu interesse e creio que também não é o do País inteiro em tal momento de crise realizar essa adoção, pois para trazer ordem a uma situação econômica adversa em mais uma das crises cíclicas costumeiras do sistema capitalista que estamos vivendo, é necessário controle e segurança do País, não que o mesmo se venda e venda seu orgulho e dos seus cidadãos para a iniciativa privada, seja ela estrangeira ou interna, não é prudente deixar uma nação inteira sem controle nem fiscalização da economia, nas mãos de inúmeros indivíduos com diversas vontades e interesses díspares, alguns bons, alguns ruins, mas com muito pouco consenso e nenhuma unidade, o fardo deve repousar nas costas do Estado, o qual já é uma instituição bem estabelecida, precisando apenas adaptar-se ao momento que vivemos, enquanto no livre mercado haveria uma difusão de adaptações, algumas mais rápidas ou até eficientes que o Estado poderia realizar, porém não seriam todas e não seriam equânimes, ou seja, não alcançariam a todos da maneira menos desigual possível.

Além disso, acerca do que alguns podem contra argumentar dizendo  que o laissez-faire proporciona um modelo justo para que as pessoas tenham autonomia(liberdade) nas suas escolhas, justificando que aquelas mal posicionadas na sociedade são frutos da preguiça e falta de esforço, eu pergunto: seria uma escolha enviesada(largar a escola ou deixar de ir para faculdade para trabalhar devido a necessidade financeira por exemplo), realmente uma consumação da liberdade individual ou apenas uma ilusão que disfarça um determinismo da desigualdade econômica da sociedade? A preguiça e falta de esforço não seriam apenas justificativas ou pretextos para alienar tais pessoas com dificuldades financeiras? Induzir a abrirem mão de seu potencial e desperdiçarem suas vidas em um país governado por ricos?

        Esse modo de entender tal “liberdade” não é somente aplicável a questão educacional, mas também até mesmo as nossas escolhas do que consumimos e usamos, pois a possessão de grande parte dos bens materiais existentes no mundo capitalista está ligada ao poder do dinheiro, a atribuição de valor fictício a pedaços de papel e números numa tela de computador, como a culminação final do que uma pessoa pode ou não pode ter, já que no sistema que vivemos, somos “livres” para comprar apenas aquilo que nosso total de poder econômico permite, uma pessoa que recebe um salário mínimo por mês jamais poderia ter o que um milionário tem, mesmo economizando por anos.

...