Recensão Critica do Livro Portugal Contemporâneo
Por: bebas10 • 1/12/2021 • Pesquisas Acadêmicas • 1.039 Palavras (5 Páginas) • 110 Visualizações
Leoata Maria de Carvalho,
2021135858
Recensão crítica do livro Portugal contemporâneo, capitulo 4 de Nuno Severiano Teixeira
O texto abordado é uma obra de Nuno Severiano Teixeira- acadêmico e político português- que tem como título: Entre a África e a Europa: A política externa portuguesa 1890-2000
O objeto de estudo é baseado na política externa portuguesa (1890-2000). As linhas fundamentais do estudo são cinco: A Monarquia Constitucional, A República Democrática, O Estado Novo, A Transição à Democracia e o Regime Democrático e a Continuidade e Mudança na Política Externa Portuguesa.
Para tal, Nuno Teixeira conduz-nos a uma contextualização sobre a sua visão quanto ao assunto no quarto capítulo de seu livro (A política externa portuguesa). Na introdução mostra-nos que Portugal esteve na sua política externa desde sempre instável, a procura de uma alternativa marítima e que Portugal continuará a sofrer pelo jogo de interesses do ponto de vista diplomático, mas só a descolonização e a «opção europeia» virão alterar essa constante histórica.
Na primeira parte sob o título “A Monarquia Constitucional”- Durante a primeira metade do século XIX a política externa portuguesa foi dominada pela aliança inglesa. Primeiro de uma forma violenta; depois de uma forma indireta através da Quádrupla Aliança. Nesta mesma parte Nuno Teixeira mostra-nos de uma forma explícita que na implantação do liberalismo, o desfecho não foi alheio visto que na revolução de setembro de 1836 e na guerra civil da Patuleia que ascendeu com a convenção de Gramido de 1847, a hegemonia britânica sobre Portugal assumiu uma expressão exposta durante a primeira metade do seculo. Em 1871 a Alemanha vira introduzir uma alteração no equilíbrio europeu que datava do Congresso de Viena de 1815; assim a politica externa portuguesa via uma alternativa para a hegemonia opressiva inglesa. Dá-se a criação do Ultimatum inglês de 1890, Ultimatum que constitui um momento simbólico na história portuguesa, não só na política externa como na política interna: princípio do fim da Monarquia. Com a renovação dos interesses das potências europeias pelas zonas coloniais, Portugal começa a ver ameaçados os seus territórios coloniais que reclamava por direito histórico. Em 1885 com a Conferencia de Berlim tem para a política externa portuguesa duplo significado: a partilha de Africa impõe a Portugal a delimitação de esferas de influência no interior do continente africano; a rejeição do princípio dos direitos históricos e consagração internacional do novo princípio da ocupação efetiva como Direito Internacional para regulação das questões coloniais, mas obriga Portugal a ocupar efetivamente os territórios que reclamava por direito histórico. A 20 de Agosto de 1890, Portugal e Grã-Bretanha assinam um segundo tratado, em Junho de 1891. Este tratado punha fim ao conflito e deixava traçado aquele que seria o mapa político da Africa portuguesa ate a descolonização de 1975.
Na segunda parte sob o título “A Republica Democrática”- O autor deixa clara a sua visão sobre o assunto logo no primeiro parágrafo. “Durante o período da propaganda contra a monarquia o Partido Republicano não tinha um programa definido de política externa.”
No título do “Estado Novo”- “Quando chega ao poder, em 1932, não se conhece ainda, a Salazar um pensamento em matéria de política internacional.” (a maior verdade que vi desde que comecei a ler este capitulo) Na sua primeira entrevista em que revela as suas ideias sobre a política externa, reage criticamente contra o parlamentarismo internacional da sociedade das nações e declara a sua fidelidade a aliança inglesa. Em 1935 estavam definitivamente definidos os objetivos políticos e os princípios diplomáticos que haveriam de orientar a política externa portuguesa na Guerra Civil de Espanha e a II Guerra Mundial. Salazar quis conduzir as duas Guerras por serem muito decisivas para o Estado Novo, (ou seja os interesses dele). Entre 1931 e 1939, a Republica Espanhola seria encarada por Salazar o que acabou por não acontecer uma vez que ele participou na Comissão de Não-intervenção na Guerra Civil de Espanha. O fim da Guerra Civil em Espanha, com a vitória de Franco vem abrir um período de bom relacionamento político entre os dois regimes autoritários. A 1 de Setembro de 1939, dá-se a II Guerra Mundial, Guerra esta que Salazar declara logo neutralidade. Terminada a II Guerra Mundial, Portugal pais neutro estará de regresso a paz. Apesar da sobrevivência do regime autoritário, Portugal passa por um período de marginalização internacional, a sua candidatura não é vetada pela URSS no Conselho de Segurança e não é membro fundador da ONU. Durante o período de isolamento internacional, Salazar recusa as transformações do pós-II Guerra. As primeiras excitações perante a nova realidade revelam-se na posição de Portugal perante o Plano Marshall, em Junho de 1947. Com o decorrer da situação, Portugal acaba por entrar na NATO.
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