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As Determinantes da Saúde

Por:   •  13/8/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.363 Palavras (6 Páginas)  •  295 Visualizações

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Explique os fatores determinantes da Saúde. Pode-se afirmar que o Modelo de atenção à saúde estará impactando nestes fatores?

As condições econômicas e sociais influenciam decisivamente as condições de saúde de pessoas e populações. A maior parte das doenças acontece por conta das condições em que as pessoas nascem, vivem, trabalham e envelhecem. Desta forma, os determinantes da saúde podem ser definidos como os fatores que influenciam, afetam e/ou determinam a saúde das pessoas (GADELHA; NORONHA; PEREIRA, 2012). O equilíbrio entre saúde e doença é determinado por diversos fatores de origem social, económica, cultural, ambiental e biológica/genética. Atualmente, é possível considerar que os determinantes em saúde são divididos três categorias: ambientais, econômicos e sociais (CARRAPATO; CORREIA; GARCIA, 2017).

  • Determinantes ambientais

Segundo a perspectiva da saúde, nos determinantes ambientais podem ser incluídos os impactos que determinados agentes químicos, físicos e biológicos têm sobre a saúde. (CARRAPATO; CORREIA; GARCIA, 2017). A poluição da água e do ar, a biodiversidade, o aquecimento global, a depleção do ozono, as condições das habitações, a qualidade dos transportes, a segurança alimentar, a gestão de resíduos, a política energética e o ambiente urbano são exemplos conhecidos da relação entre a capacidade de os determinantes ambientais influenciarem as populações e seu desenvolvimento socioeconómico (GEORGE, 2011; OLIVEIRA, 2010).

Uma população que habita uma região de invasão ou áreas consideradas de risco, podem não possuir acesso ao saneamento básico, não havendo água potável ou condições mínimas de higiene, implicando em alto índice de doenças gastrointestinais e parasitárias.  

  • Determinantes econômicos

Vários fatores contribuem para desigualdades socioeconômicas no setor da saúde, entre eles o desempenho econômico do país, o rendimento que pode (ou não) permitir o acesso a determinados comportamentos que possuem impacto considerável na saúde dos indivíduos, como a prática de atividade física, escolhas alimentares, situação de emprego, ocupação, habitação. Os indicadores de saúde podem ser reflexo das diferenças do acesso e de riqueza material (CARRAPATO; CORREIA; GARCIA, 2017).

A prática de atividade física é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 150 minutos semanais de atividade física leve ou moderada (cerca de 20 minutos por dia) ou, pelo menos, 75 minutos de atividade física de maior intensidade por semana (cerca de 10 minutos por dia). Mas a falta de tempo com a rotina apertada de trabalho, estudo, cuidados com a casa, faz com que muitas pessoas não façam nenhuma atividade física (MS, 2017).

Hoje em dia, o acesso aos alimentos saudáveis e orgânicos é maior. O pequeno produtor possui mais estrutura para fazer chegar o alimento às pessoas, entretanto, o custo para se obter tais alimentos ainda é alto. Nem toda população possui condições financeiras para propiciar uma alimentação saudável à toda família. Muitas vezes, os fast-foods e alimentos prontos e congelados são mais acessíveis, de baixo custo. Além disso, este tipo de alimentação acaba sendo utilizado por quem não possui tempo para cozinhar pois passar a maior parte do dia em transporte público e no local de trabalho.  

  • Determinantes sociais

Existem várias definições diferentes na literatura de determinantes sociais da saúde que abordam as condições de vida e condições de trabalho dos indivíduos, delimitando de alguma forma o condicionamento da saúde material (ALBUQUERQUE; SILVA, 2014). A cultura, estilos de vida, gênero, etnia, grau de inclusão social, idade, comportamentos relacionados com a saúde, as condições de vida e condições de trabalho e educação são exemplos de fatores sociais que influenciam na saúde das pessoas (GADELHA; NORONHA; PEREIRA, 2012).

A saúde é um fator-chave para um amplo espectro de metas da sociedade. A abordagem dos determinantes sociais identifica a distribuição da saúde, medida pelo grau de desigualdade em saúde, como um importante indicador não só do nível de igualdade e justiça social existente numa sociedade, como também do seu funcionamento como um todo (GADELHA; NORONHA; PEREIRA, 2012). A população de baixa renda não possui as mesmas oportunidades que quem frequenta escolas particulares e clubes de lazer. O acesso à educação e condições dignas de trabalho são muitas vezes inviáveis o que implica em decaimento da saúde.

Em outubro de 2011 chefes de governo, ministros e representantes dos governos foram convidados pela OMS a participar de uma reunião para expressar sua determinação de promover a equidade social e em saúde por meio de ações sobre os determinantes sociais da saúde e do bem-estar. No documento “Declaração Política do Rio sobre Determinantes Sociais da Saúde” (OMS, 2011), foram reiteradas várias ações, entre elas:

  • Reafirmaram que a equidade em saúde é uma responsabilidade compartilhada e demanda o engajamento de todos os setores governamentais, de todos os segmentos da sociedade e de todos os membros da comunidade internacional em uma ação global de “todos pela equidade” e “saúde para todos”;
  • Reconheceram que “o gozo do mais alto nível de saúde que se possa atingir constitui um dos direitos fundamentais de todo ser humano, sem distinção de raça, religião, credo político e condição econômica ou social”;
  • Declararam que os governos têm uma responsabilidade pela saúde de seus povos, a qual só pode ser cumprida por meio da promoção de medidas sociais e sanitárias adequadas, e que os esforços nacionais precisam ser apoiados por um ambiente internacional favorável;
  • Reiteraram que as desigualdades em cada país e entre os países são política, econômica e socialmente inaceitáveis sobretudo injustas e, em grande parte, evitáveis e que a promoção da equidade em saúde é fundamental ao desenvolvimento sustentável e à melhoria da qualidade de vida e bem-estar para todos, o que, por sua vez, contribui para a paz e a segurança (GADELHA; NORONHA; PEREIRA, 2012).

Os modelos de atenção à saúde estão diretamente relacionados com os determinantes em saúde. É necessário adotar estratégias de promoção e prevenção em saúde de acordo com a realidade do ambiente em questão. Os dados epidemiológicos são essenciais para que ações específicas e estratégicas possam ser tomadas, afim de trazer benefícios à população.

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