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O Serviço Social e Ditadura militar

Por:   •  7/7/2021  •  Abstract  •  1.079 Palavras (5 Páginas)  •  180 Visualizações

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Ditadura e Serviço Social (Zé Paulo Netto)

CAP 2 A Renovação do Serviço Social sob a Autocracia Burguesa

Autocracia burguesa significa a ditadura militar. Pois bem, no período que se regulamenta a ditadura militar, o serviço social marca um período de mudanças na sua história, realizando um desenvolvimento assíduo no que se refere ao seu desenvolvimento.

No que tange do sentido profissional, ocorre uma alteração que chamamos de RENOVAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL.

  • Alteraram-se muitas demandas práticas, funcionais principalmente no que se refere a sua estrutura organizacional-institucionais;
  • Redimensiona a formação do quadro técnico, alterando-se a reprodução da categoria profissional;
  • Rearranja o quadro teórico-culturais e ideológicos, acarretando numa mudança de autorrepresentação.

O processo de análise da renovação é impensável sem a referência da dinâmica e crise do processo ditatorial.

Não obstante,se faz necessário também uma análise sobre o movimento interno da profissão:

- As modalidades interventivas para responder às novas demandas;

- Os padrões imperantes na reprodução da categoria profissional;

- As suas formas organizativas;

- As influências teórico-culturais;

- As suas elaborações intelectuais e as suas autorrepresentações.

2.1 A AUTOCRACIA BURGUESA E O SERVIÇO SOCIAL

As relações entre a ditadura militar e o Serviço Social, não podem ser vistas como incorporados no mesmo aspecto, embora sejamos indicadores profundos da ditadura. O que podemos realizar é as novas condições postas pela dinâmica da autocracia burguesa para as mudanças das práticas, as modalidades de reprodução e (auto)representações profissionais.

Destacar o vínculo da autocracia burguesa com o processo de renovação do Serviço Social, não é o mesmo que afirmar que a dinâmica do movimento da ditadura fez com que, de forma intencional, ocorra a erosão da profissão.

Pelo contrário, até o final da década de 60 ao início da década de 70, o governo autocrático mantinha em seu discurso, o reforço e consolidação das práticas de Serviço Social "Tradicional".

Essa postura atendia duas necessidades:

1º Preservar os traços mais subalternos do exercício profissional, de forma a continuar contando com uma firme massa de executores de políticas sociais localizadas bastante dócil

2º opor-se as projeções profissionais potencialmente conflituosa com os meios de os objetivos que estavam alocados às estruturas organizacional-institucionais em que se inseriam tradicionalmente os assistentes sociais.

O caráter subalterno do Serviço Social Tradicional, tinha uma base muito forte que fornecia meios de contrapor o movimento de contestação da nova ordem. Existia também uma manutenção das antigas modalidades de intervenção e (auto)representações que matrizavam a profissão desde o início dos anos 50.

Essa manutenção das referências do Serviço Social Tradicional, envolve amplo debate e requer um montante da camada de profissionais, assim como uma parcela não desprezível das agências de formação. Entretanto, não era o movimento que os profissionais estavam embrionando. Embora a autocracia burguesa investia na reiteração dos fundamentos do SS tradicional, em contrapartida uma ampla frente de profissionais apontava como tendência e factualidade, indo na contramão do estado, mostrando uma ponderável reformulação do cenário do Serviço Social.

Isso pela:

-Condições novas postas pela autocracia burguesa, onde vincula-se:

* A reformulação do Estado e às modificações profundas na sociedade que se efetivaram durante a ditadura, sob o comando do capital

O serviço Social é atacado em dois níveis:

- A pratica dos profissionais: o processo de "modernização conservadora", possibilitou uma criação de um mercado nacional de trabalho, macroscópico e consolidado, para os assistentes sociais. A dinâmica do sistema autocrático burguês, possibilitou o desenvolvimento da das forças produtivas, acarretando no aumento das expressões da "questão social" administrada pelas políticas sociais do estado ditatorial.

- A criação de um mercado nacional de trabalho é dada na década de 40, quase uma década depois das criações da escola de serviço social. Sua expansão ocorre dos meados da década de 50 para 60, está inteiramente ligado ao processo de industrialização pesada.

*É um mercado emergente

*Em processo de consolidação

*Estendendo-se por todo território nacional

Entre as décadas de 60 e 70, ocorre a continuação da expansão e sua consolidação do mercado de trabalho. Isso se deu por dois grandes fatos.

1º A reorganização do Estado, alterando os sentidos das políticas setoriais e especialmente toda malha organizacional encarregada de planejá-las e executá-las, com propósito de desenvolvimento dos monopólios, favorecendo o grande capital.

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