A categoria “Questão Social” em Debate
Por: Lourdinhas • 25/2/2016 • Resenha • 1.454 Palavras (6 Páginas) • 4.657 Visualizações
RESENHA
Obra: A categoria “Questão Social” em Debate - Cortez Editora / Coleção: Nova Coleção Questões da Nossa Época
Número de páginas: 128
Autora: Alejandra Pastorini
Breve caracterização do contexto histórico, social e político apresentado no texto:
O texto “as manifestações da “questão social” na América Latina, faz uma síntese das principais expressões da “questão social” nos países capitalistas latino-americanos, onde a maioria destes países se reorganizaram sob o amparo do sistema neoliberalista, os países periféricos passavam por um momento de reacomodação pós crise do padrão monetário internacional além do choque do petróleo em 1970, neste período os países periféricos usava das orientações elaboradas pelo Banco Mundial, pelo Fundo Monetário Internacional e pelo thinktanks de Washington com modelo de desenvolvimento e como alternativa para a estabilização e crescimento. Isso ficou mundialmente conhecido como Consenso de Washington o objetivo desse consenso era o de homogeneizar as políticas econômicas. Assim entendiam que as políticas de estabilização dos países latino-americanos deveriam passar por reformas estruturais, investindo no trabalho para as classes baixas, a necessidade de prestação de serviço social básicos para os pobres e a necessidade de privatizar os serviços destinados aos trabalhadores de melhor renda.
O capitulo quarto “Delimitando a “questão social”: o novo permanece” ressalta a importância dos sujeitos coletivos envolvidos no processo político, analise esta que é esquecida nos estudos de Rosanvallon e Castel, onde se perde a possibilidade de analisar a “questão social”, como uma questão política, econômica e social, pois estabelece a incapacidade dos sujeitos sociais de direcionar seus projetos. Ainda neste capitulo, a autora busca relacionar á conservação do movimento e a processualidade da “questão social”, numa questão que se reformula e se defini, mas que se permanece substantivamente a mesma por se tratar de uma questão estrutural, que assume novas configurações e expressões conforme a conjuntura atual.
Resumo
A década de 1980 marca o início do processo de reacomodação das relações políticas e econômicas internacionais. Desde os anos de 1990 tem se concentrado em orientar os programas de estabilização econômica nos países latino-americanos. Em pensar estratégias para facilitar o pagamento das dívidas externas e monitorar as políticas de ajustes. Apoiado na ideia de que as políticas de estabilização dos países periféricos deveriam ser acompanhadas de reformas estruturais, o Banco Mundial desde de 1990 seus esforços têm se concentrado em orientar os programas de estabilização econômicas nos países latinos americanos. Essas medidas foram acompanhadas por programas paliativos focalizados para o alivio da pobreza no continente. Vemos hoje reaparecer nos discursos a preocupação com a “Questão social”, conjuntamente começam-se a pensar em reformas sociais que tenham como alvo a “nova pobreza” ou os “excluídos”.
Não é possível transladar para os países periféricos a discussão da suposta crise do welfare state e do surgimento de uma nova pobreza decorrente das inovações tecnológicas como forma de explicar ou fundamentar a existência de uma “nova questão social”. A questão social está elementarmente determinada pelo traço próprio e peculiar da relação capital/trabalho-a exploração, todavia, apenas remete à determinação molecular da questão social, na sua integridade, longe de qualquer unicausalidade, ele implica a intercoerencia de componentes históricos, políticos, culturais etc... (NETTO). As principais manifestações da questão social” - a pauperização, a exclusão, as desigualdades sociais, são decorrências das contradições inerentes ao sistema capitalista. As mudanças vividas no mundo capitalista levam alguns autores a pensar no surgimento de uma “nova questão social” [...]cuja principal manifestação seria a “exclusão social”. É verdade que existem novos elementos e novos indicadores sociais que poderiam nos levar a pensar que se trata de uma nova “questão social”, mas partimos da hipótese de que se trata de novas expressões da mesma “questão social. A “questão social” como totalidade processual remete à relação capital/trabalho [...] reformulada e redefinida nos diferentes estágios capitalistas, persiste substantivamente sendo a mesma.” “Não se trata de uma “nova questão social” [...] continua sendo um conjunto de problemas que dizem respeito à forma como os homens se organizam para produzir e reproduzir num contexto histórico histórico determinado, que tem suas expressões na esfera da reprodução social.”
Pontos principais da obra:
Nova preocupação como a questão social começa-se a pensar em reformas sociais, surge os “excluídos”, e evidencia se o surgimento de uma nova pobreza como forma de explicar e fundamentar a existência de uma nova questão social;
A percepção de que não se pode pensar a globalização, a restruturação produtiva, o neoliberalismo e o desemprego como processos naturais, pois estes são produtos de uma opção política e econômica;
A constatação que as expressões da Questão Social (desemprego, pobreza, miséria, e a desigualdade) não são problemas que exclusivista a questão social, estes já existiam;
Diferenças entre os países europeus que foram os primeiros a serem industrializados e os países periféricos (quantidade de mão de obra absorvida/ taxa de crescimento demográfico/ migrações internacionais e tipo de tecnologia aplicada nas atividades produtivas) esses fatores influencia na dinâmica a autora destaca ainda que o capitalismo tardio surgiu na época do imperialismo o que marcará as coordenadas dos processos de desenvolvimento nestes mesmos países; As relações de exploração entre os países no processo de desenvolvimento
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