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Fichamento do livro: O Discurso Sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens de Jean Jacques Rousseau

Por:   •  7/3/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.252 Palavras (6 Páginas)  •  1.479 Visualizações

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Fichamento do livro: “O Discurso Sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens de Jean Jacques Rousseau”

Luís Henrique Junqueira Gonçalves – Direito 1A

RESUMO

Jean-Jacques Rousseau faz em seu discurso uma análise sobre a passagem do homem de um estado de natureza para um estado civilizado e social. Indica as razões e os meios pelos quais o homem passou por essa transformação e suas consequências. Mostra ainda, as raízes da desigualdade e criação de conceitos polarizados como a riqueza e pobreza que surgem com a propriedade privada e divisão desigual de recursos e alimentos.

DEDICATÓRIA        

O discurso de Rousseau foi publicado em 1750 e é dedicado à população de Genebra como uma espécie de homenagem apontando as características ideais de um estado justo, livre e íntegro.

PREFÁCIO

Os problemas da desigualdade entre os homens, para Rousseau, começaram com o processo civilizatório. A fim de superar tal dificuldade, o homem precisa retornar ao seu estado natural eliminando todos seus conhecimentos de homem civilizado, pois esse apenas distancia o homem atual do pleno conhecimento da essência do homem natural. Desta forma, Rousseau preza por uma análise que enaltece as mais simples realizações da alma humana. Sendo assim, há dois pilares importantes que sustentam a alma do homem: preservação do próprio indivíduo e sentimento de misericórdia. Ambos possuem suas raízes no direito natural.

DISCURSO – PRIMEIRA PARTE

Rousseau inicia o discurso mostrando as desigualdades existentes entre os homens caracterizando-as como: desigualdade natural ou física e desigualdade moral ou política. A primeira, conforme seu próprio nome revela é estabelecida pela natureza e consiste na diferença das idades, da saúde, das forças do corpo e das desigualdades do espírito e da alma. A outra que se pode chamar de desigualdade moral ou política, depende de uma espécie de convenção e é estabelecida, ou pelo menos autorizada, pelo consentimento dos homens. A desigualdade moral são os privilégios de uns em detrimento dos outros, a obediência de uns para com os outros, sendo que não está essencialmente ligada com a desigualdade natural. 

Rousseau descreve o homem natural como fisiologicamente perfeito: satisfaz todas suas necessidades. Foi selecionado pela natureza, está apto para viver em tais condições. Não necessita de instrumento (máquinas) e, tendo consciência de sua força, é audacioso e temido pelos animais. Além disso, tendo em vista seu modo de vida sadio, raramente fica doente.

O autor descreve o homem metafísico como aquele que pode se desvencilhar de seu estado natural com facilidade pois é um agente livre. Como a liberdade vai em direção circunstancial (casual), este aperfeiçoamento pode ser positivo ou negativo, é ilimitado: só o homem pode tornar-se imbecil, podendo ser tirano de si mesmo e da natureza. As paixões (qualidades do espírito), segundo Rousseau sempre contribuíram para o entendimento humano. Só se conhece aquilo que se deseja, e ao mesmo tempo, só se deseja aquilo que se necessita. O homem natural necessitava de muito pouco para viver, a alimentação, o amor físico (acasalamento) e o repouso, temendo apenas a dor e a fome. Ele não poderia desejar nada mais que isto (não pode desejar o que não conhece ou o que não necessita), ao menos que a natureza ou as circunstâncias lhe imponham dificuldades invocando novas paixões. 

Portanto, o homem natural e o homem metafísico não possuem relação moral ou deveres em comum, dado que a passagem de um para o outro se deu por conta de um fator externo e não feita pelo homem.

DISCURSO – SEGUNDA PARTE

Rousseau começa a segunda parte do discurso descrevendo a passagem do homem natural para o homem civilizado e por consequência, como surgiu a desigualdade.

No início, os homes tinham apenas a preocupação por sobrevivência e subsistência. Porém, dificuldades como variações climáticas, procura por alimentos e proteção contra animais fez com que ele precisasse se aperfeiçoar e procurar meios de garantir sua existência. Tais como a melhora em técnicas de pesca, caça, construção de abrigos, descobrimento do fogo e associação com outros homens a fim de garantir maior proteção e facilidade para exercer suas tarefas. Dessa maneira, começou a constituição de famílias e a criação de laços entre seres humanos. Além disso, tais mudanças obrigaram o homem a passar mais tempo em um só lugar, algo que veio a ser seus lares. A convivência entre pessoas criou a necessidade de comunicação dando espaço para o surgimento de formas de linguagem e uma noção (ainda que básica) sobre propriedade passa a existir. Sendo mais fácil superar as dificuldades que surgiam em grupo, as famílias passam a conviver com maior proximidade de outras dando origem as primeiras comunidades e originando os primeiros deveres de civilidade, decretando inclusive o fim do nomadismo.

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