Políticos carismáticos
Por: Joelcy Barros • 27/9/2016 • Trabalho acadêmico • 987 Palavras (4 Páginas) • 605 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CURSO: CIÊNCIAS HUMANAS- SOCIOLOGIA
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA
DOCENTE: WHERISTON NERIS
DISCENTE: JOELCY DE SOUSA BARROS DATA: 10/03/16
Identificar exemplos, na história do Brasil, de carisma político ou religioso.
BACABAL- MA
Max Weber no texto referiu- se sobre os “três tipos de dominação legitima”. Em se tratando da terceira, temos a Dominação Carismática, caracterizada por uma pessoa que é dotada de “carisma”, uma capacidade de persuadir pessoas, conquistar, fascinar indivíduos através do seu ser, sua forma de pensar e de agir.
Quando se fala em carisma nos lembramos de pessoas conhecidas, tais como políticos, artistas, lideres religiosos que são de modo geral formadores de opinião. Seus atos e sua maneira de ser exercem poder e influência. Trata- se mesmo de uma “graça”, na expressão de Weber, capaz inclusive de romper com o poder e controles da burocracia e da tradição.
Esses podem ser considerados como lideres, que possui a capacidade de fazer-se seguir, possivelmente, por conseguir vocalizar um sentimento mais amplo e difuso; por colocar-se à frente desse sentimento, por espelhar em si a imagem de seus seguidores. O “líder”, em virtude de seu carisma, não possui “funcionários” ou “fiéis”; possui “adeptos”, como afirma Weber.
Abrangerei esse assunto de maneira geral na América Latina, trazendo ao particular no caso do Brasil com algumas diferenças do líder popular para o politico. Na América Latina, o carisma tem má fama por influenciado pelo populismo que prosperou na região. Logo, desperta em várias pessoas – alguns estudiosos inclusive – aversão como se toda a dominação carismática fosse essencialmente negativa e eivada pelo populismo. Não raro, é confundido com messianismo – embora, o messianismo possa ser um tipo de dominação carismática, ele estaria muito mais no âmbito de uma dominação tradicional, patriarcal.
O “líder” populista, no entanto, não é necessariamente carismático. A história da nossa América está repleta de lideres populista que pouco ou nada têm de sedução e carisma. Hugo Chaves, quando estava em exercício na Venezuela, por exemplo, não parecia possuir esses atributos; seus seguidores parecem muito fiar-se na figura do líder em virtude de outros atributos e poderes que expressa – o militar inclusive. Ainda que constantemente remeta-se a símbolos como Fidel Castro e Ernesto Che Guevara, a aura que Chaves possuía parecia emanar muito mais dos conflitos e do apelo “revolucionário” que despertara do que, necessariamente, de sua habilidade de persuasão, da capacidade de fazer-se um exemplo, da possibilidade de seduzir.
Por outro lado, ainda na América Latina, há também os exemplos de extremo carisma, mas que nem por isso podem ou devam ser qualificados como “líderes”. Com o advento da sociedade de massas e dos meios de comunicação, prolifera um novo tipo de político: aquele que chega ao parlamento ou a outros cargos de representação em virtude de sua celebridade. Artistas, socialites, jogadores de futebol, apresentadores de rádio ou televisão, até palhaços (Tiririca), campeiam na política. Podem eventualmente possuir carisma e na maioria das vezes o possuem, mas nem por isso podem ser chamados de “Líderes”, pois raramente conduzem o processo. Mas, como se disse acima, o carisma não basta. O “Líder Político” possui sentido histórico, o sentido coletivo do seu tempo e tem habilidades de condução. Ou seja, deve ser analisada toda a sua história de vida.
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