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A Biografia natural das coisas: a mercantilização como processo

Por:   •  10/5/2018  •  Resenha  •  1.110 Palavras (5 Páginas)  •  542 Visualizações

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Universidade Federal de Santa Catarina

Centro de Filosofia e Ciências Humanas

Curso de Graduação em Museologia

ANT 7014 - Antropologia dos objetos.

Prof Jeremy Deturche

Aluna: Renata Domingues

Atividade: Apresentação de Seminário

Texto: “ II – A biografia natural das coisas: a mercantilização como processo”, de Igor Kopytoff.

PARTE I: Elucidação acerca do tema: mercantilização

Sob o ponto de vista do autor, o sistema econômico funciona através do sistema de troca, onde as coisas (determinadas coisas que possuem valor de uso, são trocadas, quando se têm o poder de troca, por outra coisa que é atribuído ao valor de troca, geralmente dinheiro, conforme no diagrama abaixo. 

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Do ponto de vista cultural, certas coisas são produzidas pela sociedade, algumas dessas coisas são sinalizadas como mercadorias, que passam por um processo cognitivo e cultural, “transformando-se” em mercadorias. As mercadorias tem seu valor atribuído conforme processo temporal - num dado momento são, em outro não – e podem ainda variar do ponto de vista de cada um. O que é mercadoria para uma pessoa pode não ser assim vista por outra.

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PARTE II: “A polarização conceitual” e a mercantilização do homem

O universo natural das mercadorias gira em torno dos objetos materiais e pelo direito de possuí-los, e o sujeito que faz o papel ativo neste sistema, é colocado do lado oposto, gerando assim o que o autor chama de “polarização conceitual” entre pessoas individualizadas e coisas mercantilizadas.

No entanto, no sistema escravocrata aconteceu a mercantilização do homem, que assim que capturado e comercializado, o sujeito perde sua identidade social no ato, transformando o sujeito em mero objeto. A partir daí ele é reinserido em outro grupo, modificando assim o status, mas não diminuindo seu valor potencial de troca.

O que se percebe neste sistema é o sujeito é retirado de seu contexto social, no processo de mercantilização ele passa a ter valor de troca, e em sua re-socialização e re-humanização passa pelo processo de singularização.

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PARTE III: A biografia das coisas através da posse (Rivers, 1910)

A partir de uma análise defendida por Rivers, onde pode se realizar o estudo hereditário antropológico através do sistema de posse, propondo a biografia das coisas através deste sistema. Fazendo uma análise da biografia das coisas de maneira temporal, o autor cita exemplos culturais, onde são atribuídos valores aos objetos que são voláteis de acordo com o tempo e cultura – podendo gerar diferentes status – e sofrer influencias de outros fatores históricos, políticos e estéticos.

Um objeto pode ser ainda biograficamente estudado quando ocorre a sua re-socialização. Um objeto estrangeiro quando inserido em novo contexto cultural, ele não é simplesmente adotado, ele passa por um processo de ressignificação e assim, colocado em uso.

A biografia a partir do objeto, pode ser descrita sob diferentes aspectos – econômicos, técnicos e sociais, no entanto o que irá definir esses valores é a biografia econômica culturalmente construída, que definirá se há ou não mercado para determinada coisa.

PARTE IV: O que pode ser considerado mercadoria e o papel do dinheiro nos sistemas de troca

Desde muito tempo, as sociedades vivem com base nas trocas. Aquilo que pode ser trocado pela contrapartida – seja esta dinheiro, objeto, ou serviço (no caso de sistemas não monetários) -  possuem o status de mercadoria. Tudo aquilo que não pode se estabelecer essa relação de troca é comum, não pode ser mercantilizado. Não há contexto social onde essa bipolarização das coisas não ocorra, pois não há sociedade que viva somente com coisas mercantilizáveis, nem com coisas somente singulares, acabando com o sistema de troca.

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