O Exercício profissional e os determinantes da imagem social da profissão
Por: Luciano Mobby • 6/6/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 1.183 Palavras (5 Páginas) • 296 Visualizações
FACULDADE SÃO MIGUEL
LUCIANO SILVA DE MELO
O exercício profissional e os determinantes da imagem social da profissão
Recife
2018
Sabe-se que o serviço social necessariamente atua polarizado pelos interesses das classes burguesas, e para examinar os determinantes da imagem socialmente construída e preciso se debruçar sobre as particularidades encontradas no exercício profissional, mas muito disso surge a partir da percepção de como atuam e desenvolve as atividades a eles atribuídas e designadas, tendo em vista a inserção da profissão na divisão social e técnica do trabalho.
Dentro dos setores que abrange o fazer profissional do assistente social, seja ele no campo publico ou privado, e por se aproximar muito do usuário e por conta dessa aproximação detemos a possibilidade de conhecer esses usuários, facilitando o processo de ajustamento, onde se trabalha no sentido de desistoricizar as mazelas da questão social, embora a relação entre o profissional e o usuário seja privada e resguardada por um determinado código de ética que assegura o sigilo profissional, traz ao mesmo tempo autonomia mais também a intervenção profissional tende a circunscrever á lógica e rotina da instituição empregadora, e também no observas-se que o assistente social não é requisitado por aquele que recebe diretamente sua intervenção, sendo isso imposto pela classe contratadora que por si encaminha um determinado mandato para que sua intervenção seja imposta, na maioria das vezes, ao usuário que para ter acesso ao beneficio ou serviço que originalmente procura, deve passar antes pelo serviço social, muitas vezes posta de forma impositiva, com resalva de que existem demandas espontâneas nas quais o próprio usuário toma a iniciativa de procurar o serviço social para obter uma informação ou encaminhamento, isso torna-se um dado importante para analisar o nível de relação entre o profissional e o usuário, uma observação feita pela autora a pratica do aconselhamento tende a acompanhar o discurso do profissional a medida em que ele esclarece e orienta, já que o serviço social também atua como instrumento de esclarecimento e conscientização quanto aos direitos, quanto aos serviços e benefícios proporcionados pelas instituições.
Uma das atividades que compõe o rol de atribuições para os assistentes sociais e a função sócio educativa, que tem como principal objetivo a integração do sujeito, outro elemento que caracteriza a atuação profissional e a chamada “distribuição de auxílios” é o caráter personalizado da intervenção, na qual o assistente social tende a priorizar os aspectos particulares de cada sujeito atendido, sendo notório a ideia dos profissionais serem requisitados não pela sua especialização, mais pelo fato de alguns empregadores terem uma visão generalista , o apaziguar o ouvir, acalmar tensões, orientar, o que é de fato insolúvel nos marcos da ordem burguesa. E isso reflete na historia da profissão que tem sido requisitada tanto na esfera privada quanto publica para esvaziar o conteúdo político e econômico da “questão social” para reenquadrá-las ou minimizá-las .
Nessa perspectiva que a imagem do serviço social foi moldada, o profissional aparece como o profissional da coerção e do consenso, cuja ação recai no campo político, não como característica exclusiva, mais por parecer com mais intensidade, tanto pelo significado da atividade assistencial, como pelas características mais peculiares da profissão derivadas de sua trajetória histórica e constantemente atualizada. Verificando todas essas características que atravessam historicamente o exercício da profissão incidem na imagem socialmente consolidada do serviço social no Brasil, criando hoje uma “tensão” na imagem da profissão e no seu exercício, tentando-se de uma vez por todas vincular desse perfil voluntarista que foi datada no inicio da profissão.
Consequentemente há um progressivo distanciamento entre os elementos que, tradicionalmente, compõe a imagem social da profissão e aqueles que atravessam o projeto e o perfil profissional a ele subjacente, redundando em um processo de autoimagem da profissão, e na medida em que ela se consolida as fontes de recrutamento se ampliam com a entrada cada vê mais expressiva de indivíduos oriundos dos seguimentos médios da sociedade.
A ampliação das fontes de recrutamento de assistentes sociais reside quanto mais se necessitava fortalecer o projeto reformista-conservador através de um numero maior de instituições para o tratamento das expressões da “questão social”, mais profissionais passaram a ser requisitados e novas demandas institucionais se põem a recente profissão exigindo capacitação dos envolvidos nesse processo, passando a ser classe trabalhadora o agente se converte em força de trabalho capaz de receber um salário na troca de seus serviços, gerando a consolidação da profissionalidade e com isso o progressivo afastamento das estudantes oriundas de classes altas e com isso incidem numa construção de uma determinada autoimagem da profissão, assim a mesma passa ser inscrita na divisão social e técnica do trabalho na medida em que se estabeleceu um mercado de trabalho, que a requisita, que identifica na atuação de seus agentes uma utilidade social para seu exercício.
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