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Os Corpos na Sociedade

Por:   •  15/5/2020  •  Trabalho acadêmico  •  571 Palavras (3 Páginas)  •  265 Visualizações

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Desde o início do que é considerado como sociedade, foram estabelecidos diferentes tipos corporais considerados ideais, como metas a serem alcançadas, como pode ser observado a seguir em uma rápida retomada histórica. Na Grécia Antiga, o corpo possuía um papel de destaque apenas quando o trabalho deste era associado aos conhecimentos e virtudes da época. Já no início da era industrial, os corpos considerados moldes sociais eram absolutamente opostos aos conhecidos atualmente; o esforço físico e a magreza eram indicadores de baixo status social, visto que a fartura era o princípio vigente da época. Retornando à sociedade comercial e mercantil atual, há um conhecido processo de naturalização do não biológico, ou seja, as pessoas são colocadas a serviço da produção, gerando um corpo que ao mesmo passo em que necessita possuir saúde para produzir, também precisa se adaptar aos padrões para melhor consumir, dessa forma, vemos uma sociedade mais individual e narcisista do que nunca, dado que o corpo é construído conforme os desejos do indivíduo.

A análise anterior foi necessária para que seja percebido que, independentemente da época e do momento histórico, o corpo social (a cultura, a economia, a religiosidade, entre outros componentes) condiciona e determina o modo como é inferido o corpo físico. Para que isso aconteça, existe uma contínua intercomunicação entre os dois tipos de corpos, pois o corpo físico é uma ponte de ligação do indivíduo com o mundo, o que pode ser chamado de corporeidade, a maneira pela qual o cérebro utiliza a estrutura física como instrumento correlacional com a sociedade, afinal, tudo que é social é decorrente das ações do corpo, como falas, gestos e expressões. A socialização é dependente e diretamente relacionada à intercorporalidade. Ao mesmo tempo, é inevitável que a sociedade interfira de igual modo no corpo, como é analisado em diferentes momentos históricos e sociais, influenciando os pensamentos e atitudes sobre os corpos, o que é baseado nas necessidades e princípios do instante presente.

No entanto, nem sempre esse diálogo entre corpo físico e corpo social é plenamente positivo. Na maioria dos casos, há apenas um grupo de ‘’corpos’’ beneficiado pelo diálogo citado anteriormente: o que está na centralidade corpórea, ou seja, que segue os padrões, que não apresenta imperfeições, deficiências e exageros. A partir disso, o grupo que não se encaixa nessa centralidade é incluído dentro de outra classe: os corpos periféricos, que não são valorizados ou exaltados. Dentro disto é inserido mais um importante conceito, o estigma, atribui-lo a alguém confere ao seu portador uma posição inferior, o que normalmente é baseado em preconceitos e estereótipos. A visão social, para quem compõe o grupo de corpos periféricos, torna-se torturadora, pois, para grande parte da população, observar um corpo periférico (composto principalmente por pessoas com deformidades e deficiências) é incômodo, pois há o confronto com o acidente. Há, desse modo, tanto por parte de quem se encaixa dentro da periferia corporal quanto por parte de quem está alcançando a centralidade, a constante necessidade de melhoria do corpo. Com uso de roupas, plásticas, maquiagens, dietas, próteses, há uma obstinada fuga do corpo periférico a partir de um disfarce, ou seja, atualmente, quanto mais natural o corpo é, mais à beira

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