A RELAÇÃO CORPO E SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
Por: Leonice Costa • 24/10/2017 • Resenha • 958 Palavras (4 Páginas) • 515 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO[pic 1]
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: PSICOMOTRICIDADE
YASMIN COSTA BARROS RIBEIRO
A RELAÇÃO CORPO E SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
São Luís
2017
YASMIN COSTA BARROS RIBEIRO
A RELAÇÃO CORPO E SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
Texto apresentado como requisito para obtenção de nota referente à disciplina Psicomotricidade, ministrada pela professora Denise Bessa Leda no 2º semestre de 2017 do Curso de Psicologia da Universidade Federal do Maranhão.
São Luís
2017
De acordo com Novaes (2006), o corpo espelha a vida social de uma comunidade, onde o mesmo terá sempre uma dimensão social e cultural. A maneira como caminhamos, sentamos e usamos as mãos, a multiplicidade de gestos, reflete a nossa “educação social”. E essa subordinação social que dá ao corpo a possibilidade de ser suporte essencial à vida do sujeito. Cada cultura modela e fabrica à sua maneira, um corpo humano, seja por razões sociais, rituais ou estéticas. O corpo outrora medieval formava uma comunidade com a comunidade, limitado aos desígnios divinos. Com a burguesia pós-feudal os indivíduos tomam posse de seus próprios corpos.
Já o corpo moderno é fruto do individualismo e do deslocamento do individuo do todo comunitário. Na sociedade contemporânea, há uma excessiva preocupação com a beleza e seus padrões estéticos, mas tais padrões são superficiais quando dizem respeito à personalidade de um indivíduo. Muitas dessas preocupações só acontecem devido à interferência da mídia, que utiliza da publicidade para instruir os consumidores a um consumo compulsivo de tudo que põe a aparência como mais importante em troca de um “popularismo social”. Como apontado por Sibilia (2004), essa prática de
[...] árdua adequação dos corpos humanos a um ideal exalado pelas imagens midiáticas [estão] cada vez mais onipresentes e tirânicas, impondo por toda parte um modelo corporal hegemônico, e disseminando uma rejeição feroz diante de qualquer alternativa que se atreva a questioná-lo (p. 69).
É nos anos 90, quando se consolida a rede mundial de computadores, a internet, período conhecido pela velocidade e automatismo dos fluxos transacionais de capitais e informações, que as políticas e técnicas corporais também passam por um vertiginoso processo de automatismo quanto às mudanças morfológicas, tornando-se mais rápidas e imediatas (DALLO; PALUDO, 2011).
Essa contemporaneidade marcada por um esvaziamento na esfera pública e um investimento na privada. Assim, o indivíduo contemporâneo busca em sua vida privada o que não encontra mais na sociedade comum, descobre por meio do próprio corpo uma possível forma de transcendência pessoal e de sociabilidade (SIBILIA, 2004).
Assim, o corpo encontra-se em plena metamorfose, não se tratando mais de aceitá-lo, mas sim de corrigi-lo, transformá-lo e reconstruí-lo. Numa sociedade influenciada ao consumismo, o corpo também é vendido e comprado. É objeto de consumo e para consumo. É uma maneira de marcar o poder nas relações sociais, de ser aceito e admirado. Para Schubert (2007 apud DALLO; PALUDO, 2011), na sociedade contemporânea a dimensão corporal assegura a “verdade” sobre os sujeitos e o sucesso ou fracasso do indivíduo é simbolicamente relacionado ao “formato” e aparência que o corpo exibe.
Deste modo, os resultados antes obtidos apenas devido à frequência às academias de ginásticas, não serão suficientes para atender às necessidades de mudanças imediatas que se deseja para a remodelagem do próprio corpo. Entra em cena a medicina e os cirurgiões plásticos, garantindo transformações mediante uma simples passagem por mesas cirúrgicas, que adquiriram status de cenários mágicos, no qual se entra com um corpo e se sai com outro completamente esculpido (FONTES, 2006).
Além disso, a luta exacerbada pela boa forma pode vir a se tornar uma compulsão e se transformar em vícios. Dessa forma, a luta compulsiva pelo corpo ideal construído pela mídia pode prejudicar a saúde dos indivíduos. O que pode ser comprovado com o aumento proporcionalmente de casos de transtornos de oralidade, como citado no artigo onde Novaes (2012) traz sua experiência sobre a clínica da obesidade num hospital público.
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