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Fichamento: A propósito do jogo

Por:   •  31/10/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.091 Palavras (5 Páginas)  •  386 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO

DOUTORADO EM COMUNICAÇÃO

TEORIAS E EPISTEMOLOGIA DA COMUNICAÇÃO

Daiane Tonato Spiazzi

  1. Referência da obra:

GREIMAS, A. A propósito do jogo. Tradução de Elizabeth Bastos. Duarte. Verso e Reverso, São Leopoldo, n.27, p.119-124, 1999.

2. Objetivos da obra:

A autora tem por objetivo fazer uma análise do uso metafórico do jogo de xadrez, também realizado por alguns autores em suas reflexões sobre os problemas de linguagem.

3. Argumentos principais da autora:

- Refletir sobre o jogo (jogo de xadrez), é, para nós, refletir sobre a linguagem e, de um modo geral, sobre a nossa maneira de ser no mundo significante. (p.119)

- Ao entrar no jogo, o jogador aceita voluntariamente a aceitar as regras estabelecidas e/ou restritivas, não há saída quanto a isso, se não seria trapaça. (p.120)

- As unidades lúdicas a serem retidas não são mais atos de jogo particulares, mas ações discursivas programas. (p.120)

- Para além do sistema lúdico propriamente dito, uma organização cognitiva pode ser reconhecida a partir de uma tipologia das competências e de suas interações. (p.121)

- A estratégia de que se trata aqui não depende somente do que se pode chamar uma inteligência sintagmática, ou seja, da faculdade de construir encadeamentos de atos-enunciados eficazes. Ela implica, primeiramente, uma competência interpretativa da performance do interlocutor, permitindo ao sujeito ir dos atos ás intenções do adversário, e construir também uma representação global de seu saber, de seu querer e de seu poder fazer. Ela é, por outro lado, uma competência manipuladora: os programas construídos pelo sujeito não são todos destinados a levar o jogo direto ao final; eles consistem, muitas vezes, em fazer-agir o interlocutor no quadro e em proveito do programa mais geral de seu adversário. O jogo do xadrez não passa, então, de um pretexto; constitui-se no nível referencial a partir do qual se desenvolve uma atividade cognitiva de segundo grau, um jogo de falsidades e de ludíbrios. (p.121)

4. Definição de termos e conceitos:

- Descontração (“aisance”) – define-se, em uma de suas acepções como o “movimento descontraído de um objeto em um espaço”. Descontração, por seu lado, é |”o modo de ser livre de quem se sente à vontade (“a’láise”). (p.123)

5. Citações destacadas: 

Em primeiro lugar, é, evidente, um modelo que permite compreender a natureza de um “sistema de signos”: cada figura se define não pelo que ela é, mas pelo seu comportamento que a destingue das outras; o signo torna-se, assim, pura posição, lugar de intersecção dos percursos. A “de-substancialização” dos signos permite, então, pensar o sistema como uma forma. Por outro lado, como cada figura depende de todas as outras, cada um de seus movimentos abala o sistema e cria um novo estado estrutural, fundado sobre um novo equilíbrio provisório: o conceito de sistema formal leva assim a pensar a história como uma descontinuidade feita de estados e de transformações. (p.120)

É então tentador identificar estas posições vazias – que são as figuras – com indivíduos que interagem no interior de sistemas que os ultrapassam e os manipulam: suas possibilidades de ação, compreendidas como percursos autorizados, encontram-se, a todo o instante, limitadas ou contraditas pelos comportamentos de seus vizinhos, benevolentes ou malevolentes. (p.120)

[...] as unidades lúdicas a serem retidas não são mais atos de jogo particulares, mas ações discursivas programadas; não se trata, no jogo, da aplicação mais ou menos satisfatória de uma regulamentação, mas do enfrentamento de dois sujeitos cognitivos, dotados de conhecimento implícito das regras que eles exploram para elaborar, sob a forma de programas virtuais complexos, estratégias que levem á vitória.

[...] os jogadores instalados para uma partida. São sujeitos “históricos”, e isso de um duplo ponto de vista: eles possuem uma competência semântica específica, devido, em grande parte, às suas performances passadas; e também uma competência modal mais geral que, indiferente ao campo de exercício escolhido, determina seu fazer programador, interpretativo e persuasivo. (p.121)

[...] a vitória só será completa se, oferecida a seu interlocutor, ela for sancionada pelo reconhecimento do outro. No jogo, não se trata simplesmente de vencer, mas de com-vencer, de obrigar a partilhar de seu triunfo. (p.122)

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