DISCIPLINA – ÉTICA E LEGISLAÇÃO
Por: Lidia Marinho • 10/8/2017 • Resenha • 1.555 Palavras (7 Páginas) • 311 Visualizações
UFERSA- UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO
CAMPUS- CARAÚBAS
DISCIPLINA – ÉTICA E LEGISLAÇÃO
DOCENTE: DAVI DA COSTA ALMEIDA
DISCENTE: LÍDIA LIZANDRA MARINHO
Bibliografia: VALLS, Álvaro L. M. O que é ética? São Paulo: Brasiliense, 1994
RESUMO CRÍTICO
O livro “ O que é ética? ” nos trás á tona a verdadeira problemática dessa palavra tão importante no nosso dia a dia. Quando falamos em ética como um todo, nós não falamos apenas em teoria ou prática, mas também em filosofia, teologia, falamos da vida de uma forma geral e filosófica, de tal maneira que a sociedade como um todo está adaptada diariamente. A ética está ligada não somente ao conhecimento humano, mas está diretamente ligada ao caráter e á liberdade de expressão. Ética é, teoricamente, o estudo das ações ou dos costumes, sendo também a própria realização de um tipo de comportamento, como afirma Valls:
“Tradicionalmente ela [a ética] é entendida como um estudo ou uma reflexão científica ou filosófica, e eventualmente até teológica, sobre os costumes ou sobre as ações humanas. Mas chamamos de ética a própria vida [...] A ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento.” (p. 7)
Por tanto, a ética é uma teoria que se aplica à boa índole humana, do certo ou errado, do bem e/ou mal, de acordo com cada comportamento, costume e cultura de cada região. Outra indagação bastante importante que acompanha a ética, é o fato da mudança de hábitos e costumes da humanidade como um todo, com o passar dos anos, e que, o que hoje a sociedade aceita e julga como certo, no futuro poderá para sociedades futuras estar errado, de tal modo como também o que é julgado como errado aqui e agora poderá ser futuramente certo. Um exemplo bem claro disso é a maconha, que no brasil é proibida e em outros países já não é.
“A reflexão grega neste campo surgiu como uma pesquisa sobre a natureza do bem moral, na busca de um princípio absoluto da conduta. ” (p.24)
Em quê realmente consiste o bem moral? Mas afinal, qual seria o bem maior da humanidade? Seria saúde, dinheiro, alegria, honra ou até mesmo o bel-prazer? O bem supremo que é relatado por grande parte dos filósofos gregos, são questões inteiramente ligadas com a ética grega, pois para grandes pensadores como Sócrates, Platão, Aristóteles, o bem Supremo só pode ser alcançado mediante a prática de uma vida virtuosa, tendo a razão como guia de nossas ações.
Para Sócrates, uma vida virtuosa depende do autoconhecimento de si. Ele (Sócrates) acreditava que por meio da razão era-se possível alcançar um ideal de vida ético. Mas como a vida humana é um constate conflito, ente razoes, emoções, paixões, desejos, nem sempre a razão consegue manter o controle das atitudes. Isso deve-se ao fato, que segundo ele, nós não conhecemos á nós mesmos da forma necessária. A priori, o lema “ conhece-te a ti mesmo”, expressa a preocupação moral de Sócrates, e este não era um lema unicamente teórico, mas também prático, pois não buscava um só conhecimento e sim uma sabedoria de vida. Sócrates afirma, que o mais importante encontra-se dentro de cada um de nós, que quão melhor nós nos conhecermos maiores serão nossas virtudes e possivelmente se encontra a pureza de viver pelas nossas próprias escolhas.
Depois de Sócrates, Aristóteles também nos trouxe grandes contribuições para o ramo da ética, do qual o pensamento pode também ser pensado de um ponto de vista “ético racionalista”. Uma das grandes contribuições de Aristóteles é a ideia de que as virtudes são adquiridas por meio da razão, dos hábitos e de ações virtuosas. “ os verdadeiros prazeres do homem são as ações conforme a virtude[...] o homem precisa converter suas melhores disposições naturais em hábitos, de acordo com a razão: Virtudes intelectuais” (ps.32,33).
Neste ponto o autor nos mostra o esforço de Aristóteles, para produzir uma ética baseada principalmente na virtude. Ele afirma também que devemos exercitar a virtude, para assim então sermos mais críticos, mais éticos, e assim agirmos de acordo com as nossas reflexões diárias. Ações eticamente corretas é algo que para os gregos era voltado principalmente para a razão: A razão era tida como o norte das ações voltadas para os ideais de bem comum.
A religião está diretamente ligada a vida da humanidade, e uma boa parte da sociedade vive uma vida pautada nela, ( ou pelo menos orientada por ela ) por meio de mandamentos divinos que são, em sua essência, de suma importância para as regras de conduta, moral e a ética dos cidadãos.
“Ele não nega a lei antiga, mas a relativiza num mandamento renovado, o mandamento do amor.”(p.36),
Com embasamento nas sociedades antigas e medievais, o comportamento da sociedade era principalmente baseado na religião que por sua vez tem bases teóricas e práticas, de moral e ética, pois o cristianismo pregava valores morais e religiosos perante a sociedade. A ética medieval, “tem uma consequência profunda: quando o homem se pergunta como deve agir, não pode mais satisfazer-se com a resposta que manda agir de acordo com a natureza, mas deve adotar uma nova posição que manda agir de acordo com a vontade do Deus pessoal” (p.36).
De certa forma, o autor crer que “A religião trouxe, sem dúvida alguma, um grande progresso moral à humanidade” (p.37). Ele compreende que neste ponto, mesmo que com seus diversos problemas morais que os religiosos carregam consigo, elas também evidenciam no ser humano de uma forma geral um autocontrole capaz de segurar sua pretensão negativista por meio de correções divinas como o pecado.
“Confrontando o pensamento grego antigo com o cristão, Kierkegaard percebeu que para os gregos o pecado seria apenas ignorância.” (p.60) no entanto, ao permitir que as maiores atrocidades fossem admitidas sem nenhum constrangimento, como a Inquisição, da religião predominante no ocidente na Idade Média não teve pulso firme para impor uma ética mais saudável à sociedade. Fato que não foi muito bem explorado pelo o autor.
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