Prática de ensino em língua espanhola
Por: Luiz Antonio Caetano Da Silva Júnior • 28/5/2016 • Artigo • 2.102 Palavras (9 Páginas) • 550 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES
A Prática em foco
Artigo apresentado à professora Nair Floresta Andrade Neta, como pré-requisito para o 4°. Crédito da disciplina: Metodologia do Ensino de Língua e Literatura Espanhola
Por: Luiz Antonio Caetano da Silva Júnior
Campus: Prof. Soane Nazaré de Andrade
Km 16, rodovia Jorge Amado
Ilhéus – Bahia
Agosto de 2003-08-04
A Prática em foco
Resumo:
Discute-se neste trabalho as relações teórico-metodológicas observadas em classes de espanhol aplicadas a turmas do ensino médio de uma escola pública. Com base nos dados levantados, será feita uma análise das divergências entre teoria e prática. A partir das discrepâncias entre a proposta que o professor revela ter e a prática de ensino que consegue realizar, pretender-se-á levantar questões concernentes à participação das universidades e governos na busca de soluções para os problemas de ensino de línguas nas escolas públicas.
“... No processo de aprendizagem, só aprende verdadeiramente aquele que se apropria do aprendido, transformando-o em apreendido, com o que pode, por isso mesmo, re-invená-lo; aquele que é capaz de aplicar o aprendido-apreendido a situações concretas”.
Paulo Freire
Pretendo expor neste trabalho os resultados de uma breve pesquisa sobre a pratica de ensino de Espanhol como língua estrangeira realizada em turmas do ensino médio, em escolas públicas. Através da comparação de informações levantadas, por meio de entrevistas e de observações das aulas, tentarei apontar diferenças entre o discurso e a praxe no ensino.
O ponto de partida para estas investigações será a definição do que vem a ser o enfoque comunicativo que subsidia o ensino de línguas estrangeiras nos centros de formação de professores. Este enfoque que é o mais atual e o que pode contemplar uma maior gama de interesses, tem se revelado o mais adequado para servir de base ao ensino nas escolas. Contudo, as observações das aulas comprovam que a pratica está distante de atender aos pressupostos teóricos deste enfoque.
Não se pretende criticar a prática de um professor ou uma de instituição em particular, e sim, levantar questões sobre como por em prática novas propostas de ensino em um ambiente tão precário como as escolas públicas. Partindo das concepções que norteiam a formação da professora e aferindo a utilização das mesmas em sala, buscarei elaborar um paralelo que destaque as dificuldades encontradas. Uma vez tendo esboçado estas discrepâncias do processo espero abrir caminho para discussões maiores e mais abrangentes que apontem soluções para estas deficiências.
Para falar daquilo que se pretende ensinar e do que é de fato ensinado farei, em um primeiro momento, um resumo do enfoque comunicativo. Neste resumo descreverei características básicas, objetivos, e metodologias, que se relacionam ao ensino comunicativo de línguas. Em um segundo momento, será apresentado os dados da observação acompanhados da análise sobre a utilização que se faz do enfoque comunicativo. Estabelecida a teoria que dá suporte às aulas e a prática efetivamente utilizada, levantarei indicações conclusivas que conduzam a possíveis respostas aos problemas encontrados.
ENFOQUE COMUNICATIVO:
Hemos, pues, de proporcionar explicaciones del hecho de que um niño normal adquiera el conocimiento de oraciones, no solamente como gramaticales, sino también como apropriadas. Este niño adquiere la competencia relacionada con cuando hablar, cuando no y de qué, con quien, donde, en que forma.
Hymes (1971/1995: 34)
A partir dos estudos lingüísticos de Noam Chomsky e Dell Hymes, formulo-se o conceito de competência comunicativa, que constitui a base do enfoque comunicativo desenvolvido na década de oitenta. É Michel Canale quem propõe uma nova formulação para o conceito de competência comunicativa; está formulação é dividida em quatro sub-competências que interagem na utilização da língua em situações reais.
A sub-competência gramatical (domínio do código lingüístico), sub-competência sociolingüística (adequação do uso atentando para a relação forma/significado no contexto sócio-cultural), sub-competência discursiva (capacidade de expressar-se com coerência, coesão e correção em textos orais ou escritos) e a sub-competência estratégica (habilidade para utilizar estratégias verbais ou não verbais que sofrem as deficiências do processo de comunicação) são a base do enfoque comunicativo. Aprender uma língua não se restringe a compreender, falar, ler e escrever frases. É necessário compreender a função social da língua e ser capaz de utilizar com criatividade as normas e convenções em suas interações comunicativas.
Para o enfoque comunicativo o aprendiz deve se comunicar de maneira eficaz. Precisa aprender a se comunicar em situações reais da vida, adquirir competência gramatical necessária para uma boa comunicação e dominar as quatro sub-competências para obter uma aprendizagem completa. O aluno deve ser um negociador ativo e estar apto para identificar suas falhas e buscar supri-las; seu interesse e seus objetivos são fundamentais para o sucesso ou fracasso do aprendizado.
O professor tem o papel de gerenciador do processo. Ele deve ser um participante independente dentro do grupo e facilitador do processo de comunicação entre os alunos. Analisando as necessidades, dando conselhos e esclarecendo os pontos obscuros dos processos, o professor poderá diminuir os ruídos que a diferença de cultura que produzem na comunicação em língua estrangeira. É sobre o professor que recai a tarefa de selecionar conteúdos interessantes e promover situações concretas de comunicação. As atividades devem sempre apresentar um motivo para que haja a comunicação e uma informação útil que deverá ser comunicada.
É importante ressaltar que não um método definitivo de ensino. O enfoque comunicativo prepõe a utilização de conteúdos e tarefas que tenham como objetivo o desenvolvimento da capacidade de se comunicar em outra língua. O uso de cada prática deve ser sondado e testado pelo professor. A metodologia deve estar centrada no aluno, por isso é importante saber quais são os interesses e as necessidades dos alunos antes de impor um programa inflexível.
O DISCURSO E A PRÁTICA:
A nadie se le puede enseñar nada, solo ayudarle a descubrirlo dentro de uno mismo,
...