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Resumo dos Cantos I e II de A Ilíada de Homero

Por:   •  26/11/2021  •  Resenha  •  1.360 Palavras (6 Páginas)  •  365 Visualizações

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O clássico “A Ilíada” escrito por Homero, e ora analisado através da tradução e adaptação em forma de narrativa de Fernando C. de Araújo Gomes, retrata os episódios finais da Guerra de Tróia; porém, antes de adentrar ao conteúdo da estória do poema épico, cabe contextualizar os momentos que precederam a fúria de Aquiles e seu conflito com Agamenon.

A luta entre Aqueus (gregos) e Troianos teve por estopim o rapto de Helena, esposa do rei de Esparta, Menelau, irmão de Agamenon, por Páris Alexandre, príncipe de Tróia e filho de Príamo. O rapto foi desdobramento de uma disputa entre as deusas Hera, Atenas e Afrodite, pelo título de mulher mais bela; Páris, o juiz, tendo nomeado Afrodite (a deusa do amor), como vencedora, recebeu como retribuição o amor da mulher mais bela da Grécia, que era Helena, já casada com Menelau. Páris e Helena, acometidos por uma paixão fulminante, fugiram para Tróia, o que motivou que o rei de Esparta declarasse guerra contra os Troianos.

Liderada por Agamenon, rei de Micenas e irmão de Menelau, além de reunir numeroso exército, tinha como seu principal combatente o herói Aquiles, filho da deusa Tétis, banhado nas águas do mar Estige, um guerreiro quase imortal, porém, apesar do poderio grego intimidador, Tróia era um adversário resistente, governada por Príamo, também era composto por heróis imponentes, o que fez com que a guerra durasse 10 (dez) anos, sendo no 9º (nono) o decorrer da estória de A Ilíada.

Um excerto entre as diversas batalhas da Guerra de Tróia, eis que a obra não narra nem o inicio da guerra acima suscitado, e nem o final, que se deu com o famoso presente de grego (conhecido na história como Cavalo de Troia) e a morte de Aquiles, o primeiro poema homérico relata, a princípio, a tentativa de um pai em recuperar sua filha tomada como presa de guerra, em sequência, e por desdobramento, um desentendimento entre Agamenon e Aquiles, ambos Aqueus, também ocorre em decorrência de outra donzela presa de guerra.

No primeiro canto de A Ilíada, o autor descreve que Crises, um sacerdote de Apolo, suplicou aos filhos de Atreu a libertação de sua amada filha, Criseis, que havia sido tomada como presa de guerra por Agamenon como espólio de uma conquista sob Tebas. Resgate esse, barganhado em troca de valioso pagamento, mas que foi rudemente negado por Agamenon, embora todos os demais aqueus tenham dado consentimento.

Ante a negativa, Crises elevou preces ao seu Deus, Apolo, o arqueiro infalível, que lhe atendeu; assim, com ira no coração, e em vingança a humilhação sofrida por seu sacerdote, este disparou setas e lançou a peste sob o acampamento Atreu (grego).

Desconhecendo as razões da irá de Apolo, Aquiles convocou uma reunião, e através das palavras de Calchas, um intérprete de sonhos que possuía poder de previsão, tomou conhecimento que tal desgraça que acometia seu povo não era em razão de falta de voto ou sacrifício, mas sim pelo ultraje cometido por Agamenon contra Crises, ao deixar de aceitar o resgate e negar libertar Criseis.

Insatisfeito e revolto, Agamenon respondeu Calchas dizendo que embora preferisse Criseis à Clientenestra, sua esposa legítima, pois aquela nada era inferior a esta, estava disposto a devolve-la ao pai, Crises, se necessário fosse, pois preferia a salvação de seu povo; mas ordenou que, com a devolução, alguma outra presa de guerra lhe devia ser destinada.

E para assim cessar as setas lançadas por Apolo, e, portanto, erradicar a peste, Agamenon ordenou o envio de um navio de oferendas com Criseis a bordo; e já em sequência reiterou, que, caso nenhuma presa de guerra lhe fosse dada, ele próprio tomaria uma de seu agrado para si, podendo ser a de Aquiles, a de Ajax ou a de Ulisses.

Diante do tom de ameaça proferido por Agamenon, Aquiles se exaltou, e tomado pela irá sentenciou que não mais lutaria, e que retornaria para Ftia, sua pátria. Pelejou que era ele quem sustentava os pesados encargos da guerra, mas que na hora da divisão dos bens conquistados Agamenon sempre ficava com a maior porção e melhores presas, e que, ambicioso que era, ainda assim se achava no direito de tomar para si a presa de outrem.

Furioso com a insolência, Agamenon advertiu que ele próprio tomaria Briseis, a presa de guerra de Aquiles, o que potencializou ainda mais a irá do filho de Peleu, que hesitou, mas pensou em sacar a espada e matar o filho de Atreu, momento em que foi interpelado por Atenéia, enviada por Hera, que desmotivou violento embate.

Cumprindo sua promessa, Agamenon ordenou que buscassem Briseis da tenda de Aquiles, que a entregou sem relutar, pois não eram eles quem mereciam censura, mas sim Agamenon. Embora contrariado, Aquiles apenas ponderou que ambos os arautos seriam testemunhas das inconsequências de seu rei, que permitiria e seria responsável por implacável destruição devido a ausência dele nas batalhas.

Triste, choroso e sentado a beira-mar, Aquiles dirigiu

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