A FUNÇÃO DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DO ALUNO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A FUNÇÃO DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DO ALUNO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo estudar e compreender a importância da ludicidade para o desenvolvimento e aprendizagem nas crianças de educação infantil, mostrando de que forma pode contribuir como facilitador da aprendizagem e do desenvolvimento das potencialidades afetiva, social, motora, oral e criativa da criança, bem como a importância da utilização no cotidiano escolar e principalmente em sala de aula, como fator de motivação no interesse do aluno em descobrir e aprender. Através da pesquisa com fonte bibliográfica percebemos como os autores tratam sobre o tema e refletem sobre a importância da ludicidade na construção da criatividade, autonomia e socialização da criança, levantando ideias de como os professores trabalham a ludicidade no contexto de sala de aula, procurando perceber a aplicabilidade real no ambiente escolar, trazendo sugestões de atividades lúdicas que poderão ser trabalhadas em sala de aula, para contribuir no desenvolvimento de habilidades nos alunos. Os procedimentos metodológicos empregados foram a pesquisa do referencial teórico, observações e aplicação de questionários á dois professores que lecionam no ensino infantil de 4 e 5 anos na Escola Municipal de Ensino Infantil Turma da Mônica. Conclui-se nesta pesquisa que as atividades lúdicas oferecem experiências concretas e necessárias para que a criança construa e se prepare para a vida, tornando-se capazes de pensar por conta própria, possibilitando assim a construção de sua autonomia.

PALAVRAS-CHAVES: Lúdico, aprendizagem e desenvolvimento.

1. INTRODUÇÃO

O presente estudo parte do interesse em alcançar um entendimento sobre importância do lúdico na educação infantil, sendo este fundamental para o desenvolvimento da criança, nos aspectos cognitivos, afetivos, sociais, físio-motores, na oralidade e criatividade.

O objetivo geral desse trabalho é compreender a importância da ludicidade para o desenvolvimento e aprendizagem nas crianças de educação infantil e os específicos são conhecer as percepções dos professores e averiguar como é trabalhado na rotina diária dos mesmos.

Para tanto, é necessário percorrer sobre alguns caminhos para entender melhor esse processo, tais como: o desenvolvimento da ludicidade ao longo da historia; as teorias pedagógicas sobre o lúdico; o processo de ensino-aprendizagem na educação infantil; e o jogo de acordo com os parâmetros curriculares nacional.

Partindo dessa concepção, o jogo na educação infantil é considerado auxiliar na construção cognitiva, não que seja empregado de forma aleatória, mas como parte do processo. É no jogo que a criança se expressa e recria representações do mundo concreto com a finalidade de entendê-lo. Nos jogos e brincadeiras dirigidas ou espontâneas, as crianças aprendem a conviver, a repartir, relaciona-se e respeitar os outros, estimular os sonhos, dá prazer e cria espaço para a imaginação e a criatividade. Sendo assim o ato de jogar ajuda a criança a tornar-se mais tarde adultos maduros e capazes de solucionar desafios.

É importante que o professor conheça os jogos, suas alternativas de exploração e suas especificidades, assim como o histórico social da criança com as quais esteja trabalhando, a fim de se realizar uma pesquisa eficiente e que propicie resultados confiáveis que possam estabelecer novos rumos no trabalho pedagógico. É dever do educador, compreender o sucesso da utilização dos jogos e brincadeiras na sala de aula.

Os procedimentos metodológicos empregados nesse trabalho foi a pesquisa do referencial teórico além das observações e aplicação de questionários á dois professores que lecionam no ensino infantil de 4 e 5 anos na Escola Municipal de Ensino Infantil Turma da Mônica.

1. O DESENVOLVIMENTO DO LÚDICO AO LONGO DA HISTÓRIA 

Na idade média os jogos não eram vistos como um recurso pedagógico, porém sempre estava presente nas atividades sócio educacionais voltados para as atividades recreativas. Ariés (1981) afirma que:

Na Idade Média, os jogos eram basicamente destinados aos homens, visto que as mulheres e as crianças não eram consideradas cidadãos e, por conseguinte, estando sempre à margem, não participavam de todas as atividades organizadas pela sociedade. Porém, em algumas ocasiões nas quais eram realizadas as festas da comunidade, o jogo funcionava como um grande elemento de união entre as pessoas.

Ariés descreve que somente homens que tinham o direito de participar dos jogos, pois nesse período as mulheres e as crianças não exerciam esse direito, por não serem considerados cidadãos, as crianças eram vistas como adultos em miniaturas e tinham que trabalhar, raramente os meninos eram inseridos nas brincadeiras.

No Renascimento, Pena e Neves (2013) relata que é o período no qual inicia uma nova concepção de infância e tem como características o desenvolvimento da inteligência mediante o brincar, alterando a ideia anterior de que o jogo era somente uma distração.

Sobre isto, Kishimoto (2002, p. 62) afirma que:

O renascimento vê a brincadeira como conduta livre que favorece o desenvolvimento da inteligêncio e facilita o estudo. Por isso, foi adotada como instrumento de aprendizagem de conteúdos escolares. Para se contrapor aos processos verbalistas de ensino, à palmatória vigente, o pedagogo deveria dar forma lúdica aos conteúdos.

No Romantismo, Pena e Neves (2013) relatam o jogo surge como comportamento típico e espontâneo da criança, que com sua consciência poética do mundo, adota a mesma como um caráter bom, mais que um ser em desenvolvimento com atributos próprias, apesar de serem temporárias, a criança é observada como um ser de espontaneidade, semelhante à alma do poeta.

Froebel (2001), foi influenciado pelo grande movimento de seu tempo em benefício do jogo. Ao formar sua teoria da lei da conexão interna, apreende que o jogo deriva de benefícios intelectuais, morais e físicos e o compõe como elemento importante no desenvolvimento integral da criança.

O lúdico no contexto histórico do Brasil surgiu por meio de raízes folclóricas nos quais diversos estudos clássicos apontam que as origens brasileiras são provenientes da mistura de três raças, negros, índios e portugueses, durante o processo de sua colonização pedagógica (PENA E NEVES, 2013).