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A Importancia do Brincar

Por:   •  21/10/2015  •  Dissertação  •  4.557 Palavras (19 Páginas)  •  363 Visualizações

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Capítulo 1

Desenvolvimento Infantil

  1.   A importância do brincar

Brincar é bom, traz felicidade, é essencial para a saúde física, emocional e intelectual do ser humano.

Alguns autores discutem a respeito da fase em que a criança mais se desenvolve através das brincadeiras.

“A brincadeira das crianças evolui mais nos seis primeiros anos de vida do que em qualquer outra fase do desenvolvimento humano e neste período, se estrutura de forma bem diferente de como a compreenderam teóricos interessados na temática” (Brougère, 1998,).

“... a partir dos anos de 1990, uma pesquisa mostrou que os bebês começam a formar complexas redes neurais no período do nascimento e, com isso, transformou cada segundo dos primeiros anos de uma criança em um momento potencial de ensinamento.” (HONORÉ, 2009, p. 46).

“Os especialistas concordam que o aprendizado formal é mais produtivo a partir dos 6 anos de idade, quando as crianças são mais capazes de manejar ideias abstratas e as diferenças no desenvolvimento inicial já se igualaram. Forçar os três itens demasiado cedo pode até mesmo fazê-las ficar contra o aprendizado, ficando mais difícil institui-las depois.” (HONORÉ, 2009, p. 89)

Para o desenvolvimento da criança são necessários estímulos, esses que na maioria das vezes são encontrados nas brincadeiras espontâneas e que com o passar dos anos vão sendo alterados na medida em que a criança necessita.

“Hoje encontramo-nos diante de uma confusão de contradições”. Queremos que a infância seja, a um só tempo, um ensaio de figurinos para uma idade adulta de grandes realizações e um jardim secreto cheio de alegrias e livre de perigos. Dizemos as nossas crianças que ‘cresçam’ e depois nos enfurecemos quando o fazem. Esperamos que elas realizem nossos sonhos e, no entanto, de alguma forma permaneçam fiéis a si mesmas.” (HONORÉ, 2009, p. 57).

Este estimulo às vezes pode ser confundido com o querer de qualquer forma que a criança aprenda mais rápido, tirando a liberdade que ela deveria ter de brincar e pressionando-a a aprender de maneira mais rápida.

“Os contatos da criança com o mundo inanimado – com brinquedos e objetos, com imagens e sons – raramente são discutidos. Os teóricos cognitivo-desenvolvimentais, interessados, a principio, no desenvolvimento cognitivo, e não na personalidade, reverteram essa ordem de importância, enfatizando a centralidade da exploração dos objetos por parte da criança.” (BEE, 2003, p. 47).

Isso não quer dizer que quanto mais estímulos uma criança recebe, mais desenvolvida que as outras ela será. Segundo HONORÉ (2009, p. 88) “... as ultimas pesquisas sugerem que bater as metas de aprendizagem precocemente não é garantia de um futuro acadêmico brilhante”.

“... pesquisas cientificas sobre o cérebro, nega diretamente a crença de que mais estímulos criam um cérebro melhor: ‘A ideia de que você pode fornecer mais sinapse estimulando mais a criança não tem base científica.”’ (HONORÉ, 2009, p. 64)

Conforme Honoré (2009, p. 67) “Qualificações conseguidas por meio da aprendizagem forçada frequentemente têm que ser reaprendidas mais tarde”.  

Brincando a criança elabora situações, reequilibra emoções, constrói, inventa, reinventa, incorpora conceitos. Segundo Lipp (2008, p.38) é brincando que ela adquire coordenação motora, espírito de equipe, cooperação e, sobretudo aprende a perder. Finalmente, descobre o mundo através da brincadeira.

“Na brincadeira, a criança pode dar outros sentidos aos objetos e jogos, seja a partir de sua própria ação ou imaginação, seja na trama de relações que estabelece com os amigos com os quais produz novos sentidos e os compartilha” (CERISARA, 2002).

“Se você observar crianças pequenas em seus momentos de brincadeiras livres, não estruturadas, vê-las-á construindo torres com blocos, conversando com suas bonecas ou alimentando-as, fazendo ‘chá’ com o conjunto de xícaras e bule, dirigindo caminhões pelo chão, vestindo-se com roupas de adulto. Elas estão em resumo jogando. Esta não é uma atividade trivial ou vazia; é disso que parece depender grande parte do desenvolvimento cognitivo.”             (BEE, 2003, p. 202).

“Para Piaget (1971), quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto mas da função que a criança lhe atribui.”             (KISHIMOTO, 2008, p. 59)

Esse é o chamado jogo simbólico. Na brincadeira a criança consegue produzir um novo significado para o objeto estimulando a sua imaginação, formando e estruturando sua personalidade e seu caráter. A brincadeira livre é essencial para o desenvolvimento da criança.

“Brincadeira é uma palavra carregada nos dias de hoje. Em uma cultura viciada em trabalho, ela soa quase herética – um prazer culpado, de uma desculpa para a indolência, uma perda de tempo. No entanto, brincar é muito mais do que o que acontece quando paramos de trabalhar. Em sua forma mais pura, é uma maneira profunda de engajar-se com o mundo e conosco mesmo. A brincadeira verdadeira é espontânea, incerta – você nunca sabe onde ela vai levar. Não se trata de ganhar ou perder, alcançar um objetivo ou um marco de desenvolvimento. A brincadeira desafia todas as ferramentas da nossa cultura de altas realizações: alvos, horários e resultados mensuráveis.”         (HONORÉ. 2009, p. 74)

Segundo Honoré (2009, p. 76-77), durante as brincadeiras o cérebro humano se ilumina mais que o normal elevando sua criatividade e capacidade para aprender, se mostrando que a brincadeira é a base para que a criança aprenda e crie. Ingrediente essencial da primeira infância.

“Se os meninos pudessem brincar mais, teríamos melhores engenheiros, melhores gerentes e mais inspiração no local de trabalho. Se negamos a um bebê ou a uma criança a oportunidade de brincar e depois a colocamos na pré-escola onde estará sempre competindo e sendo analisada, fazemos com que sinta medo, e isso a leva a uma vontade de não assumir riscos. Terminamos obtendo adultos enfadonhos.” (HONORÉ, 2009, p. 78).

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