ATPS EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES
Por: ValdeciAle • 17/4/2016 • Trabalho acadêmico • 3.650 Palavras (15 Páginas) • 425 Visualizações
A educação Não-formal e Educação Profissional
O Significado de Educação não-formal
Segundo Gadotti, (Mova Por Um Brasil Alfabetizado, ano 2008 - p.71) sobre a educação não-formal, “Gostaria de definir por aquilo que ela é, pela sua especificidade e não por sua oposição à educação formal. Gostaria também de demonstrar que o conceito de educação ultrapassa os limites do ensino escolar formal e engloba as experiências de vida, e os processos de aprendizagem não-formais, que desenvolvem a autonomia tanto da criança quanto do adulto”. A educação não-formal diz respeito ao aprendizado da cidadania, que ocorre no nosso cotidiano através das experiências que vivemos. O convívio em sociedade requer das pessoas que dela fazem parte mais do que somente a permanência em grupo, necessita para seu bom funcionamento a existência de organização e entendimento de conceitos indispensáveis a vida em coletividade, bem como o conhecimento destes fatores por parte dos componentes do grupo social, portanto,podemos citar o exercício da política, dos direitos a cidadania, a capacitação dos indivíduos para o trabalho, desenvolvimento de habilidades, organização com fins comunitários, capacitação crítica e reflexiva e a educação desenvolvida pela mídia, em especial a eletrônica entre outros como sendo exemplos de educação não-formal.
Há algumas décadas atrás, quando boa parte da sociedade não era alfabetizada, o conhecimento popular era resultado do aprendizado para a vida conquistado através de experiência nas relações. Segundo o dicionário Wikipédia, “A educação não formal é aquela que ocorre fora do sistema formal de ensino, sendo complementar a este”.
A educação não-formal é adquirida ao longo da vida e este tipo de aprendizado passou a ser considerado como uma forma educativa recentemente, por não se tratar de um aprendizado adquirido em ambiente escolar, porém, quaisquer tipos de aprendizado é uma forma educativa que pode ser trabalhada. Neste tipo de educação o professor é sempre a outra pessoa, não havendo hierarquia, sendo que o aprendizado ocorre mutuamente, de acordo ao nível de percepção do mundo dos indivíduos.
Para se chegar numa definição mais precisa sobre a educação não-formal, entendemos que este ocorre sem uma referência metodológica para aplicação do seu ensino, participação da figura especifica do professor e local definido como centro de educação, mas, como organizar um ensino onde todos aprendem com o outro e ao mesmo tempo todos são professores? Chegamos a um desafio sobre como trabalhar a educação não-formal para promover um desenvolvimento em seu campo e tratar os desvios que afetam o grupo.
Numa observação reflexiva sobre educação não-formal, podemos dizer que ainda é pouco debatida e estudada, isto é feito em alguns casos por Organizações Não Governamentais com o objetivo de obter informações e referências a partir de pesquisas no campo social, além de subsidio governamental para financiar suas atividades.
Aos poucos, diante de vários impasses sociais inicia-se uma preocupação com a educação não formal, antes pouco observada, porém ainda é muito difícil esta compreensão, devido a sua amplitude de espaços e atuação, diferente da educação formal não possui parâmetros curriculares legalmente estabelecidos para nortear a pratica. Concluímos que seus resultados estão associados ao tipo de cultura da sociedade em questão, entendendo que a cultura de um povo diz respeito as suas práticas, a partir da cultura podemos analisar aspectos que afetam de algum modo a sociedade, por exemplo, a questão da leitura precária no Brasil que se dá parte por nossa cultura de ler pouco associado ao alto custo dos livros.
A história humana como história de liberdade de homens e mulheres pode ser resumida na história de desigualdade e de luta contra ela. Nessa luta a Educação tem papel primordial. A Claude Pentillon ( 1938-1980).
O trabalho realizado pelas Ongs serve de base e indicadores para o trabalho executado pelo educador social, que tem a função não só de ajudar e orientar pessoas que estão em algum tipo de condicionamento social desfavorável mais como também reordenar o quadro critico - social atual, desenvolvendo um trabalho capaz de promover transformação, buscando através de analise das questões da comunidade, construir conhecimentos e metodologias para auxiliar o grupo, porém para isso precisam de formação adequada a estarem embasados em diagnósticos e teorias e não em seus próprios acúmulos de experiências.
A educação não-formal na sociedade moderna e sua prática nos diversos segmentos sociais
As políticas públicas têm oferecido como alternativa para as crianças e adolescentes em situação de risco social, a prática da educação não-formal que vem sendo executada por instituições, organizações não-governamentais e movimentos sociais. O ingresso das crianças nesses projetos de educação não-formal ocorrer por diversos fatores, levando em consideração que a participação e a permanência nos projetos é voluntário, em alguns casos são vistos pelos pais como saída para o não envolvimento dos filhos com drogas, crimes, e em certos casos porque precisam trabalhar e não tem com quem deixá-los, já que são ofertados em turnos oposto ao do ensino formal ou regular de educação. São ocupações recreativas que não deixam de ter um cunho educativo, variáveis de acordo com a instituição, organização ou movimento social, no geral estas atividades são voltadas para as ações esportivas, lúdicas, culturais e artísticas.
A educação nunca viveu época histórica se fez mais indispensável, devido à tecnologia e as recentes mudanças sociais, porém, podemos perceber que ainda esta em baixa por diversos critérios, um deles na formação do cidadão como um todo, atendendo as necessidades extracurriculares do aluno. A educação não-formal ainda esta a engatinhar fazendo-se perceber agora, diante de tantas dificuldades de atuação dos indivíduos como cidadãos, participantes atuantes.
A qualificação ao emprego também faz parte do campo de atuação da educação não-formal. As empresas vêm tendo grande dificuldade em encontrar mão-de-obra qualificada diversas áreas e níveis da indústria e serviço, devido ao crescente e rápido avanço tecnológico e científico, esse apagão tem levado os empregadores a promover qualificação continuada a seusfuncionários. Se de um lado várias pessoas sofrem exclusão, desemprego e despreparo, por outro o nível de produção nacional caí deixando a mão-de-obra fica mais cara.
O que é educação não-formal?
Podemos chamar de educação não-formal o conhecimento adquirido “para a vida”, de senso comum ou construído coletivamente e que nos torna aptos para o exercício da nossa cidadania e convívio social, tanto nos direitos quanto nos deveres. São exemplos de práticas da educação não-formal, o exercício político, a cidadania, a capacitação para o trabalho, a defesa ou a pratica de atividades comunitárias, a habilidade na resolução de problemas, a habilidade critica e reflexiva adquirida, educação ofertada mídia, etc.
No inicio dos trabalhos com a educação não-formal no Brasil, seu conceito veio associado famosa frase, “Transpor os Muros da Escola”, que serviu de base para varias discussões sobre a educação não-formal e abrindo espaço para ambientes alternativos de ensino e aprendizado. Em tempos de globalização e tecnologia, acentua-se a exclusão social e desigualdade e com isso é crescente também a preocupação com a educação, pois somente ela é capaz de dar oportunidade a classe excluída. Nesse novo cenário desenvolvem-se as áreas profissionalizantes e técnicas como forma de suprir a necessidade de mão-de-obra qualificada, e conseqüentemente promover qualificação a população desempregada dando força e amplitude a necessidade desenvolvimento continuo do processo de educação não-formal.
Associativismo no Brasil e os Projetos Sociais
O associativismo surgiu da necessidade do homem em organizar-se em torno de interesses em comum. Historicamente os homens associavam-se como método de sobrevivência percebendo que assim seria mais fácil vencer as adversidades. No século XVIII a França vivia uma crise de extrema desigualdade social, onde a classe oprimida organizou-se contra seus opressores, conquistando melhores condições e vida e trabalho, esse evento ficou conhecido como revolução francesa, inspirando através de suas conquistas vários outros eventos de luta por direitos por meio do associativismo.
Atualmente no Brasil o associativismo tem demonstrado força através de constantes graves e protestos de descontentamento com as ações políticas a favor de melhores salários, condições de trabalho, contra os altos impostos, precariedade na educação, saúde pública e corrupção. Diante da tecnologia, outra forma de associativismo em evidencia no Brasil tem ocorrido através das redes sociais. Podemos citar o grande poder destas redes nas manifestações de rua ocorridas por todo o país durante o ano de 2013 onde os internautas promovem debates, passeatas e protestos que chegaram ao conhecimento de todo o mundo. Não é desconhecida para nós a existência de grupos nas redes sociais com milhares de participantes com a finalidade de discutir questões em pauta da nossa sociedade, que geram prejuízo aos mesmos e a outros.
Os discursos atuais no Brasil giram em torno do processo construtivo da sociedade atual: a sociedade da tecnologia, na busca do conhecimento, avanço econômico e luta por direitos.
A atividade dos Projetos Sociais no Brasil iniciou-se com a Igreja Católica através da Santa Casa de Misericórdia, hoje é praticado por várias entidades religiosas, escolares, empresas privadas, organizações e participação governamental. Estamos em plena onda dos projetos sociais, sendo os campos de preferência para a atuação, a cultura, artes, música, qualificação para o trabalho, sustentabilidade e meio ambiente. A participação das empresas privadas ocorre por diversos motivos: sensibilização com questões sociais, para divulgar seus serviços e produtos promovendo seu marketing através da causa, em busca de isenção de impostos e incentivos governamentais, enfim, a todo o momento na mídia e outras fontes vemos campanhas sociais com patrocínios de empresas privadas.
Recentemente tem-se discutido um projeto de lei para a cidade de São Paulo denominado “Cotas da Solidariedade” com o objetivo de promover moradia a pessoas de baixa renda onde as empresas de grande porte como shoppings Center terão de doar parte dos seus terrenos ao governo para construção de moradias populares, projeto este elogiado por uns ecriticado por outros. A questão é que, com a aprovação deste projeto grandes empreendimentos irão ceder parte de seus terrenos para a construção de conjuntos habitacionais populares. Defensores do projeto dizem que como conseqüência o ato promoverá o desenho de uma nova cidade com mistura de classes sociais estimulando o final dos antigos “guetos”. Os não-defensores: as construtoras e proprietários dos empreendimentos, dizem que a questão de moradia é de responsabilidade do poder público e não podem pagar a conta. De acordo ao que diz diretor do Branco Mundial no Brasil, Vinod Thomas "de todo o dinheiro aplicado pelo governo federal em políticas sociais, apenas 20% chega aos mais pobres”. Para os Franceses, este projeto já é uma realidade, com a Lei de Solidariedade e Renovação Urbana, (article 55 de la Loi n° 2000-1208 du 13 décembre 2000 relative à la solidarité et au renouvellement urbains.) determina a construção de no mínimo 20% da área de propriedade privada destinada a de grandes empreendimentos com construção de moradias populares para locação a baixo valor.
O associativismo na sociedade moderna e sua prática nos diversos segmentos sociais
Destacamos a prática indispensável do associativismo como sendo um dos pilares no crescimento, através das entidades, organizações, sindicatos e grupos sociais, passando a entender a necessidade de atuação das associações na junção de forçascontribuindo para o desenvolvimento no ambiente social nas mais diversas áreas.
O associativismo pode ser comparado ao processo evolutivo da linha de produção das indústrias, partindo do processo artesanal quando um indivíduo preparava o produto desde a matéria prima até sua execução final, passando por fases de desenvolvimento com a divisão do trabalho, e a evolução do sistema de produção até o nível de produção em escala, com auxilio de maquinas a produção passou a ser mais ágil e fácil. As associações existem com a finalidade de dar vantagem aos associados em suas buscas, partindo do principio que “a união faz a força”.
Vivemos enormes mudanças sócias por conta dos avanços tecnológicos. Às mudanças ocorridas nem sempre vem sendo acompanhadas pela sociedade, gerando enormes abismos entre o conhecimento individual e a condição real do momento. Vem ocorrendo em várias áreas da indústria e do comercio o “apagão profissional”, onde as empresas tem tido dificuldade em encontrar profissionais com conhecimento necessário em diversos níveis de atuação. A falta desses profissionais tem diminuído a produção e encarecido a mão-de-obra, até mesmo inviabilizando muitos negócios. A solução imediata encontrada diante da carência desses profissionais foi o oferecimento de qualificação por parte das empresas.
Essa mudança social tem repercutido na educação, com crescente oferta de cursos de aperfeiçoamento, técnicos eeducação superior formal alimentando a grande massa de pessoas que buscam atualizar-se para fugir da exclusão social e garantir seu exercício de direitos a cidadania.
O que é associativismo e qual a sua relação com projetos sociais?
A relação do associativismo baseia-se na união de forças em torno de um bem comum. O Dicionário Wikipédia diz sobre o associativismo que “A expressão associativismo designa, por um lado a prática social da criação e gestão das associações (organizações providas de autonomia e de órgãos de gestão democrática: assembléia geral, direção, conselho fiscal) e, por outro lado, a apologia ou defesa dessa prática de associação, enquanto processo não lucrativo de livre organização de pessoas (os sócios) para a obtenção de finalidades comuns”. A expressão determina a junção de forças em torno de objeto, o mesmo e pode afirmar sobre a ação dos projetos sociais, organizações filantrópicas que visam trazer alternativas de enfrentamento de situações de desigualdade social, buscando levar melhoria de vida e inclusão social as classes carentes.
Os projetos sociais têm sido executados por diversos segmentos sociais, direcionados a educação não-formal, inclusive por iniciativa governamental seja promovendo capacitação profissional, ou fornecendo inventivo fiscal a pratica filantrópica praticada por empresas.
Um dos assuntos mais atuais, dentro do tema, é a chamada responsabilidade social praticada por cidadãos, grupos religiosos e também por empresas privadas. Trata-se de uma postura de conscientização social, incorporando o conceito e a prática a postura pessoal e empresarial.
Muitas empresas agem de forma questionadora na pratica da filantropia, trazendo a dúvida quanto ao intuito do lucro ou conscientização social por alienar a suas praticas de responsabilidade social a promoção de suas empresas.
Contudo embora seja um tema bastante constante, as ações filantrópicas não tem trazido resultados consideráveis as condições de necessidades sócias, apesar dos incentivos governamentais a empresas que apóiam causas.
Educação profissionalizante
É evidente que através da demanda de oferta em cursos profissionalizantes teremos alcançado uma elevação significativa do nível de escolaridade nacional, através da abertura “dos portos” da educação técnica e profissional, com cursos de pouca duração, e crescente busca destes profissionais no mercado de trabalho por parte de empresas.
Essa atitude pode demonstrar os esforços do governo em atender as necessidades de educação e qualificação das pessoas e ao mesmo tempo suprir as necessidades das empresas carentes de profissionais qualificados, não se pode negar que as oportunidades educacionais e profissionais tem-se alargado principalmente nesta ultima década.
Os cursos tecnólogos são uma boa opção para quem busca um curso superior, necessita ingressar rápido no mercado de trabalho, são muito bem aceitos no mercado de trabalho além de possuir preços mais acessíveis. Apesar das vantagens ainda existe a resistência por parte das pessoas em buscar qualificação e em muitos cursos existe uma quantidade expressiva de evasão. Os fatores associados à falta de interesse podem ser inúmeros, como a dificuldade econômica em custear as mensalidades, a baixa qualidade de cursos, desconfiança quanto à obtenção do trabalho através da qualificação, preconceito com a modalidade ou migração para outros cursos.
As prefeituras têm ofertado aos seus munícipes cursos profissionalizantes de fácil acesso e sem custo, além na não exigência de escolaridade, um dos principais cursos é o de informática para quem necessita ficar atualizado ou se adequar as novas tecnologias.
Comparados a graduação, os cursos técnicos demonstram uma desvantagem em sua atuação no mercado de trabalho, diz respeita a sua grade curricular. Os cursos de graduação possuem mais matérias, portanto são mais amplos em atuação, enquanto o profissionalizante ou técnico tem uma formação bem especifica.
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