Inclusão Escolar do Deficiente Auditivo
Por: JulianeMenezes • 30/5/2016 • Trabalho acadêmico • 643 Palavras (3 Páginas) • 380 Visualizações
O modelo de ensino/aprendizagem atual, muitas vezes não leva em conta as diferenças lingüísticas e culturais do aluno surdo, e a escola acaba por não conseguir atingir as perspectivas e necessidades desses alunos. Essa escola acaba se tornando exclusiva por muitos aspectos: ao usar a oralidade como abordagem natural, o estudante não saberá realmente qual a sua língua de instrução, sendo obrigado a somente aprender copiar. Isso acaba por transmitir ao aluno, o sentimento de não pertencimento e frustração com relação á sala de aula.
O ensino do português (L2) tem a mesma abordagem para surdos e ouvintes. Tal procedimento metodológico demonstra o despreparo dos professores, que não atentam á experiência visual do surdo, e tentam “normalizar” o deficiente auditivo. Podemos destacar também que muitas vezes não ha critérios diferenciados de avaliação que considerem as diferenças linguísticas. Assim, observamos que, nas escolas comuns, é criado o modelo de fracasso escolar: são geradas situações baseadas em incertezas, frente ás diferentes realidades do aluno surdo e do professor ouvinte. É preciso delinear caminhos mais apropriados para a transformação do ensino, pois a escola inclusiva acabou criando um ideal de homogeneização, que oculta as dificuldades linguística, sociopolítica e cultural do surdo. Uns dos caminhos propostos para mudar esse quadro é a criação da escola bilíngue como opção mais adequada, e a capacitação de professores na cultura surda. Para garantir uma educação de qualidade aos estudantes surdos, os professores devem ser especialistas em LIBRAS, caso a escola não tenha profissionais capacitados, é necessário a ajuda de um interprete dentro da sala, muitas vezes o interprete faz o mesmo papel do professor, ensinando e aprendendo com os alunos. A sala de aula é um espaço politico onde todos estudantes devem ser estimulados a participar das atividades desenvolvidas dentro e fora dela, tendo oportunidades de interagir com colegas e professores, alcançando aprendizagem significativa, cognitiva, afetiva e social.
Umas das dificuldades para se trabalhar com a leitura e escrita com alunos surdos em sala de aula, é que muitas escolas não têm interprete de libras, portanto, há um único professor na sala para dar suporte a todos os alunos, e o maior agravante é que na maioria das vezes esse profissional não tem o domínio da libras. Outra questão é a dificuldade para preparar aulas que contemplem uma sala mista, pois o professor deve atentar para as necessidades do aluno surdo e do aluno ouvinte, tendo acesso á língua de sinais e á língua dominante.
Muitas vezes, não há um critério diferenciado de avaliação baseado na diferença lingüística: “O aluno surdo não pode apreender um conteúdo transmitido em uma língua que ele não domina, fato que restringe a sua aprendizagem a uma quantidade muito reduzida de conhecimento com qualidade questionável.” (MACHADO, 2006, p.50). Nota-se que o aluno surdo vai apenas aprender a copiar a L2, e no desenvolvimento da oralidade, ele não será contemplado, pois não é a sua língua de instrução. Os desafios encontrados pelos professores no processo de avaliação desses alunos, é que muitos deles não estão preparados para criar procedimentos didáticos e metodologias que atendem a experiência visual dos surdos, e nem são capacitados para lidar com as diferentes maneiras de ensino.
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