JEAN-JACQUES ROUSSEAU: UMA REFLEXÃO SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: isabelaabreu3105 • 1/8/2021 • Pesquisas Acadêmicas • 3.173 Palavras (13 Páginas) • 260 Visualizações
JEAN-JACQUES ROUSSEAU: UMA REFLEXÃO SOBRE A
EDUCAÇÃO INFANTIL
MEDINA, Giovanna Beatriz Kalva – PUCPR
giovannabkmedina@gmail.com
Eixo Temático: Educação da Infância
Agências Financiadoras: CAPES
Resumo
Este artigo tem o objetivo de fazer uma reflexão a respeito da educação infantil a partir dos
escritos de Rousseau em sua obra Emílio ou Da Educação (1762). Com o intuito de delimitar
o foco na educação infantil, foram extraídos excertos do Livro 1 desta obra para se fazer a
reflexão sobre o assunto. A metodologia utilizada foi análise crítica através de pesquisa
bibliográfica. Autores como CERIZARA, GADOTTI e MARTINEAU contribuíram para as
reflexões. Rousseau trouxe uma visão prática da educação. Talvez difícil de se aplicar na
íntegra. A metodologia de Rousseau, induz o educador a saber usar as três educações
(natureza, homens e coisas) para preparar o seu aluno para ter autonomia em sua vida.
Atualmente, o grande número de alunos não permite ao educador dedicar atenção exclusiva
para cada aluno, no entanto, este autor contribuiu imensamente ao falar da afetividade, da
comunicação, da estimulação negativa, do tempo de cada criança, e estes conteúdos, apesar de
serem ministrados nos cursos de graduação, muitas vezes são esquecidos na prática, ao se
desenvolver uma educação em massa.
Palavras-chave: Educação Infantil. Criança. Educador.
Introdução
Jean-Jacques Rousseau nascido em Genebra no ano de 1712, é considerado um grande
estudioso dentro das áreas da política e da educação. Até a sua morte, em 1778, conviveu com
muitos filósofos, cientistas e estudiosos do período do Iluminismo (Século XVIII) como
Montesquieau, Voltaire, Kant, Locke e Newton, dos quais recebeu críticas por seus escritos.
Dotado de uma inteligência visível e de uma capacidade de reflexão e escrita
admiráveis, foi autor de muitos discursos, textos e livros nas áreas da educação e da política.
Este artigo tem o objetivo de fazer uma reflexão a respeito da educação infantil a partir
dos escritos de Rousseau em sua obra Emílio ou Da Educação (1762). Com o intuito de
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delimitar o foco na educação infantil, serão extraídos excertos do Livro 1 desta mesma obra
para se fazer a reflexão sobre o assunto.
A partir da pesquisa bibliográfica, será feita uma análise crítica de seu conteúdo.
Jean-Jacques é uma referência para a educação e considerado por autores modernos
como Martineau, Gauthier e Tardif (2010) como o Copérnico da Pedagogia, desta forma,
entende-se a relevância de se estudar este autor trazendo-o para a realidade atual da educação
infantil, com o propósito de contribuir para o entendimento da mesma.
A Educação Infantil Hoje
Com o intuito de contextualizarmos a Educação Infantil, faz-se necessário iniciarmos
com uma breve explanação sobre o assunto.
Na Constituição Federal que rege o Brasil, no artigo Art. 205 do Capítulo III, está
escrito “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”, ou seja, foi a
primeira vez em que foram reconhecidos os direitos da criança de 0 a 6 anos à educação,
afirmando o dever do estado e da família. (BLATTES, 2006)
A LDB 9394/96 integrou a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação
Básica, a qual considera a Educação Infantil, a etapa que atende a criança até os seis anos, e
tem como pressuposto educar propiciando situações lúdicas, de cuidado e aprendizagens
orientadas de maneira integrada e que contribuam para o desenvolvimento das habilidades
interpessoais e o acesso ao conhecimento da realidade social e cultural (BRASIL, 2001).
Atualmente, em função da situação sócio-econômica do país, a existência de
instituições para o atendimento de crianças se tornou necessária. Podemos considerar que o
fato das mulheres terem se envolvido com o mercado de trabalho, e não exercerem mais o
papel que exerciam antigamente, quando ficavam em casa cuidando dos filhos, sem dúvida
influenciou para o surgimento destas instituições.
Corsino (pg. 211, 2008) considera que há vários benefícios para a criança que
participa de algum programa ligado à educação infantil como:
“1. benefícios pessoais, pela garantia dos direitos da criança, possibilidade de
ampliação das suas relações com os mundos natural e social, troca de
conhecimentos, socialização e pelo atendimento às suas necessidades; 2. benefícios
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educacionais,
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