O Ensino de Química Decolonial
Por: Thales Santana • 20/6/2022 • Relatório de pesquisa • 779 Palavras (4 Páginas) • 101 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE QUÍMICA
THALES SANTANA ARISTON SACRAMENTO
QUIC62 – EDUCAÇÃO EM QUÍMICA E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS:
AUTOAVALIAÇÃO DA DISCIPLINA
Salvador
2020
THALES SANTANA ARISTON SACRAMENTO
QUIC62 – EDUCAÇÃO EM QUÍMICA E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS:
AUTOAVALIAÇÃO DA DISCIPLINA
Texto da disciplina Educação em Química e Relações Étnico-Raciais na Universidade Federal da Bahia, ministrada pela Profa. Paloma Nascimento dos Santos.
Salvador
2020
SÍNTESE/CARTA/REFLEXÃO/AGRADECIMENTO DA DISCIPLINA
Como uma forma de nos aproximar nesse movimento escritor-leitora, acho digno me apresentar brevemente e em seguida dizer como a disciplina tem me afetado durante o percurso.
Sou o Thales, nasci em Salvador, sou o segundo de quatro irmãos, cresci e estou sendo criado no bairro de Plataforma no subúrbio ferroviário, um lugar que possui demandas urgentes de condições básicas de moradia, saneamento básico e educação. Consegui ingressar na UFBA[1] em 2015.2, no período pós greve dos servidores federais, e desde o ano de 2016, que foi quando iniciou o semestre letivo 2015.2, que faço essa caminhada turbulenta que está diretamente ligada em conciliar as minhas demandas pessoais com a vida acadêmica. Entrei na universidade/ no curso com o desejo de ser professor, na verdade já entrei me achando professor, mas no processo percebi que me faltava muita coisa e muita leitura pra levar esse título com orgulho e força, e hoje afirmo que ainda estou no processo, mesmo com conhecimento, algumas experiências e algumas clarezas epistemológicas- metodológicas. Talvez esse seja o ritmo de ser professor, estar no processo, construindo e as vezes reconstruindo, mas sempre aprendendo e aumentando os níveis de generalizações dos conhecimentos criados pela humanidade e para mim, os conhecimentos que interpelo como aquilo que me faz ser o sujeito da ação que sou hoje e serei no futuro.
Esse desejo é um dos pontos de partida de querer participar da disciplina. Antes de tudo agradeço a você por estar abrindo esse caminho, por trazer essas discussões e inserir as nossas pautas nesse currículo complicado/conflituoso que é o de Química na UFBA.
A disciplina QUIC62, por si só possui grande potência. A minha euforia em querer e fazer de tudo para participar da disciplina é um grande reflexo da falta de discussões com temáticas raciais no curso de licenciatura/formação docente de Química. Dessa forma entender as estruturas de manutenção do racismo científico e epistemológico e entender a importância de trazer essas temáticas pra a sala de aula do ensino médio, é criar um leque de variedades de inserção desses conhecimentos nas aulas de ciências e ao mesmo uma terapia de empoderamento e mudança no paradigma daqueles que são nomeados como os detentores do saber.
As aulas expositivas foram extremamente agregadoras. De maneira sintética as aulas e discussões contribuíram diretamente na minha prática pedagógica, tanto que durante o percurso da disciplina consegui plotar alguns conteúdos abordados em alguns planos de aula e sequências didáticas que foram solicitadas em outras disciplinas, da mesma forma que me envolvi em vários debates envolvendo racismo científico e indivíduos que reproduziam esses discursos. Me lembro que, em uma disciplina de estágio, na qual foi solicitado para todos os estudantes que semanalmente fosse entregue diversos planejamentos de aulas envolvendo obrigatoriamente algumas metodologias e alguns recursos didática, exigi desta professora a adição da produção de um planejamento de aula envolvendo a lei 10.639/03, o que não obtive sucesso e só me fez lembrar dos obstáculos que é inserir nossas pautas nesses espaços, por isso como uma forma de reivindicar, produzi e relacionei na maioria desses planejamentos conteúdos, passagens históricas e tecnológicas citadas na disciplina e em cada apresentação salientei a importância de se trabalhar utilizando dessa abordagem. Talvez tenha sido um pouco exaustivo, mas precisamos tensionar e quebrar algumas cordas.
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