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O método integral e a alfabetização de crianças com necessidades especiais.”

Por:   •  18/5/2017  •  Resenha  •  1.766 Palavras (8 Páginas)  •  919 Visualizações

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Universidade Paulista  - UNIP

Juliana Fontes Beffa

 “O método integral e a alfabetização de crianças com necessidades especiais.”

São Paulo

2016

Universidade Paulista  - UNIP

Juliana Fontes Beffa

:

“O método integral e a alfabetização de crianças com necessidades especiais.”

Resenha apresentada à Universidade Paulista, como

 parte das exigências do Programa de Pós-graduação

   em para obtenção do título de Psicopedagogia.

Orientadora: Prof. Me. Márcia Angi.

São Paulo

2016


O sistema educativo dos dias atuais se apresenta com muitas deficiências, pois os métodos de ensino da leitura e da escrita são muito antigos, baseados na experiência e não totalmente validados. Isto fica evidente em relação à alfabetização das pessoas com necessidades especiais, já que o avanço tecnológico dos últimos anos contribuiu para a inclusão destas pessoas na sociedade.

No Brasil, o ensino da língua portuguesa é baseado na concepção construtivista e existe a convicção que para alfabetizar alunos com deficiência é necessário o uso de técnicas mecânicas de alfabetização, pois estes não conseguiriam construir o conhecimento, porém isto não é verdadeiro. Na realidade, estas pessoas precisam de tempos distintos e da condução de processos diferenciados, cabendo ao educador a elaboração prévia do uso dos materiais, de orientações estruturadas, de como aplicá-las, a razão e o momento de executá-las.

A alfabetização vincula-se ao campo individual estando conectado ao processo de escolarização, já o letramento refere-se ao resultado da ação de se apoderar da escrita. Assim, para o sócio-construtivismo a alfabetização é um processo ininterrupto que acompanha as mudanças sociais aproximando-se do conceito de letramento.

A construção do conhecimento sobre a escrita provoca uma aprendizagem instrumental que funciona como suporte para a transmissão de conceitos e idéias. Assim, quem não adquiriu uma competência lingüística certamente terá dificuldades em entender problemas matemáticos e textos.

Baseado no que foi escrito acima, aparece em 1965 os primeiros trabalhos experimentais em escolas públicas, na Argentina, para o atendimento de crianças com dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita, com o método integral desenvolvido por Oscar V. Oñativia. Após alguns ajustes, o procedimento foi ampliado a escolas particulares, a alfabetização de adultos e centros de educação especial para crianças, chegando ao Brasil dez anos depois.

O método integral trabalha simultaneamente com três pontos da estrutura da língua escrita: o semântico, o gramatical e o fonológico. Além disto, o método integral é sustentado por três pontos: o histórico, o lingüístico e o psicológico.

Na primeira etapa do método integral são utilizados os seguintes recursos:

  1. Cartelas-Desenho: Podem ser feitas de cartolina colorida e servem para representar de forma esquemática, a idéia, ação ou qualidade que o professor quer nomear. Pode-se trabalhar de duas maneiras distintas: com a classe inteira ou individualmente.

A tabela abaixo mostra um padrão existente no Brasil:

Cor da Cartela

Função Gramatical

Aspecto Semântico

Branca

Substantivo

Desenho esquemático de pessoas, animais ou coisas (Substantivo sem movimento)

Amarela

Artigos

Sem desenho, já que a flexão do artigo é definida pelo substantivo que vem em seguida. Para o plural, a cartela do substantivo deve conter o desenho correspondente à idéia que representa mais a metade do mesmo desenho, dando assim a idéia de indefinição própria do plural

Laranja

Verbos

Símbolos convencionais que representam ação. O uso da seta acompanhada de traços que indicam ação parece ser a melhor forma de simbolizá-los, permitindo que uma mesma cartela seja usada para representar qualquer forma ou inflexão verbal

Cinza

Adjetivos e Numerais

Não devem conter representações figurativas. Devem ser abstratas porque representam qualidades, sem simbolizar o objeto qualificado

Azul-Claro

Advérbios

Não devem englobar representações figurativas e geralmente são construídas por contraste com seu oposto

Branca com Moldura Cor-de-Rosa

Pronomes Pessoais

Representadas com pontos e setas, conforme a pessoa de quem se fala

Cinza com Moldura Cor-de-Rosa

Pronomes Possessivos, Interrogativos, Demonstrativos, Relativos e Indefinidos

Para os pronomes possessivos, as cartelas seguem o mesmo esquema das anteriores, com a única diferença de que levam um círculo tracejado em volta, sugerindo aquilo que está ao redor da pessoa. Para pronomes interrogativos, levam um sinal de interrogação em algum local da cartela. Já no caso de pronomes demonstrativos, as cartelas levam o desenho de um ponto e um “dedo indicativo” e, para os pronomes relativos e indefinidos, as cartelas se apresentam com pontilhado

Verde na metade de uma Cartela

Preposições

Não leva nenhum símbolo, já que sua leitura é realizada de acordo com as circunstâncias da frase

Metade Verde e Metade Amarela

Contração de preposição e artigo

Não levam símbolos indicativos porque sua leitura é realizada segundo o contexto da frase

Vermelha na metade de uma Cartela

Conjunção

Não levam símbolos indicativos porque sua leitura é realizada segundo o contexto da frase

Roxa na metade de uma Cartela

Interjeição

Não levam símbolos indicativos porque sua leitura é realizada segundo o contexto da frase

Branca na metade de uma Cartela

Sinais de Pontuação

Levam o sinal de pontuação correspondente

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