OS JOGOS, RECREAÇÃO E BRINCADEIRAS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL

   CENTRO DE EDUCAÇÃO – CEDU

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – NEAD

CURSO DE PEDAGOGIA

       JOGOS, RECREAÇÃO E BRINCADEIRAS

   MATRIZ DE CAMARAGIBE – AL

 2018

    ELIDYANE VERÇOSA DE OLIVEIRA SILVA

   GENICE SILVA DOS SANTOS

            MYLENA CARLA LIMA SANTOS

JOGOS, RECREAÇÃO E BRINCADEIRAS

Trabalho apresentado no curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas como requisito parcial para a aprovação na disciplina. Jogos, Recreação e Brincadeiras.

Orientador: Paulo Nin Ferreira

    MATRIZ DE CAMARAGIBE – AL

    2018

Trabalho de observação de brincadeira

Descrição da brincadeira observada:

        Em um lugar reservado de uma praça, três meninas que aparentam ter entre três e quatro anos, se aproximam de uma mesa com suas panelinhas e talheres de brinquedo, onde iniciam um diálogo:

Criança 1: Vamos brincar de casinha?

Criança 2: Vamooos ...

Criança 3: Então vamo comprar comida!

E elas saem em direção a um tanque de areia, enchem suas panelas e voltam conversando.

Criança 3: Você tem pouquinho!

Criança 1 (demonstrando irritação) fala: Não, eu tenho muita coisa!

Elas seguiram até a mesinha, ao chegarem, a criança 3 diz: vou pegar leite.

E vai até a fonte da praça e com cuidado enche uma das panelinhas de água. Volta para a mesa e diz: cuidado pra não derramar que é caro.

Criança 2: Você trouxe pra mim?

Criança 1: Pra mim também?

Criança 3: Podem ficar! Vou fazer sopa. Mas, vocês vão me dar bolo?

E as outras duas crianças permanecem caladas e brincando, então ela diz: vocês tá surda?

Criança 2: Não!

Em seguida, uma tenta pegar o objeto da outra.

Criança 2: Isso é meu.

Criança 3: Eu peguei primeiro!

Então acontece uma situação conflituosa entre elas.

Criança 1: Vamo lavar as panela.

E seguem juntas para a fonte, jogam a areia e começam a lavar as panelinhas.

Ao voltarem, colocam as panelas sobre a mesa e dialogam entre si.

Criança 1: Vamo brincar de banda?

Começam a bater nas panelas com os talheres e saem cantando e pulando.

Relatório de análise da brincadeira observada:

O presente relatório é fruto das observações de uma brincadeira entre três crianças de aproximadamente 3 ou 4 anos de idade, numa praça localizada no centro da cidade. A observação foi feita em uma tarde e a brincadeira durou cerca de 30min.

Após a observação, ao atentar para os detalhes como: a fala e ação das crianças, os objetos (brinquedos), ou seja, a brincadeira em si, é perceptível o desenvolvimento da imaginação e criatividade das crianças, assim realizando situações de faz-de-conta. Onde as mesmas conseguem brincar ao ar livre imaginando ser uma casinha, estando em uma cozinha imaginária, utilizando as panelas e talheres de brinquedo como se fossem utensílios domésticos de verdade, e ainda usam a areia como se fosse alimento real.

Outro ponto relevante que observamos foi no momento em que mudaram a brincadeira utilizando os mesmos brinquedos, deixaram de brincar de casinha e em pouco tempo, formaram uma banda de música. Ou seja, esta situação está em convergência com o pensamento do filósofo e antropólogo francês Gilles Brougère, que defende que, a partir do imaginário, a criança tem a possibilidade de com apenas um objeto (brinquedo) realizar diversas brincadeiras, já que, através do faz-de-conta, esta dá vários sentidos/significados ao um único objeto. Isto é, nota-se que no ato de brincar o significado prevalece, pois, a criança modifica constantemente o significado do brinquedo afim de realizar diferentes ações (brincadeiras). No entanto, tem-se a ciência de que nem todo ou qualquer tipo de objeto serve para simbolizar todas as coisas. Sendo necessário que determinado objeto tenha alguma semelhança com o que está sendo representado.

É perceptível também que, ao brincar, as crianças incorporam e vivem papéis sociais, inspirando-se em situações do seu cotidiano. Sendo assim, conforme Brougère, a brincadeira é um espaço social, visto que, através desta, a criança aprende a exercer papéis sociais e seus aspectos como: tomar decisões através da socialização, interações e diálogo, assim como a lidar com as regras, entre outros fatores relevantes para melhor convívio em sociedade. Em síntese, a partir das experiências adquiridas na brincadeira, a criança porta-se de comportamentos necessário a um indivíduo social, que se fosse submetido a forças, certamente não se estabeleceria.