PROJETO DE INTEGRAÇÃO ENTRE A ESCOLA E A COMUNIDADE
Por: Mateus Penha • 23/4/2017 • Trabalho acadêmico • 2.149 Palavras (9 Páginas) • 320 Visualizações
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LICENCIATURA EM HISTÓRIA
PRÁTICA DE ENSINO: INTEGRAÇÃO ESCOLA X COMUNIDADE (PE:IEC)
POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2
PROJETO DE INTEGRAÇÃO ENTRE A ESCOLA E A COMUNIDADE
Mateus Penha Martins
RA:1642816
São Gonçalo do Sapucaí
2017
Mateus Penha Martins RA: 1642816[pic 2][pic 3]
POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2
PROJETO DE INTEGRAÇÃO ENTRE A ESCOLA E A COMUNIDADE
Projeto apresentado à Universidade Paulista – UNIP, do curso de História, como um dos requisitos para a obtenção da nota na disciplina Prática de Ensino: Integração Escola x Comunidade, ministrada pelo (a) Prof. (a) Magali Fernandes.
São Gonçalo do Sapucaí
2017
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 4
2. DESENVOLVIMENTO 4
3. RESULTADOS ESPERADOS 9
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 9
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10
INTRODUÇÃO
A cultura caipira e o hip hop estão presentes em várias esferas da comunidade, localizada em Monsenhor Paulo, interior de Minas Gerais. O município possui um grande número de trabalhadores rurais, festividades católicas existentes há vários anos e uma forte presença da música sertaneja em seu cotidiano, todos esses elementos formadores da cultura caipira. Já o hip hop é algo mais presente entre os jovens da comunidade, principalmente através do Rap e das indumentárias que caracterizam os membros dessa subcultura urbana, originária dos Estados Unidos.
Já que essas são práticas culturais entre muitos membros da comunidade, o objetivo é que os alunos tracem o histórico destas, suas origens e façam paralelos com temas que possam ser discutidos numa aula de História como o racismo e escravidão, o êxodo rural e a industrialização do Brasil a partir da década de 1950, só para citar alguns exemplos. Os estudantes então farão apresentações musicais na quadra da escola, espalharão cartazes pelos corredores tratando dos temas escolhidos por eles, farão exposições utilizando esses cartazes e análise das letras, seja Rap ou Sertanejo, e por último o uso do grafitti nos muros da escola.
O projeto visa uma maior inserção da comunidade no espaço escolar através de práticas culturais que interessem aos próprios alunos, mas que possa atrair principalmente as pessoas que vivem no entorno da escola e que se veem totalmente distantes desta.
DESENVOLVIMENTO
O cerne principal do projeto é estabelecer um diálogo com a comunidade através da cultura, onde a comunidade possa enxergar suas práticas cotidianas naquilo que os estudantes expõem. Segundo Bordieu, a escola precisa “substituir as imagens simplistas e unilaterais [de si mesma e dos mundos que a perpassam] por representações complexas e multiformes que tenham em conta a pluralidade de discursos [...] que se desenvolvem em seu interior” (p. 129, texto de relações entre escola e comunidade), e ao tratar da cultura caipira, que desempenha uma forte influência na formação dos indivíduos do interior de Mina Gerais, ou a cultura hip hop, que tem uma forte presença entre a população jovem, a comunidade pode estabelecer um elo inicial com o espaço escolar.
Agora será exposto algumas características dos objetos escolhidos para a atividade, como maneira de justificar a escola de tais elementos. O hip hop possui três segmentos “o break (dança), o rap (música) e o graffiti (desenho) e quatro elementos (MC, DJ, B.boy, Graffiteiro). No rap, existe o MC (mestre de cerimônia), que faz o canto falado e o DJ (disc-jockey) que controla o vinil nos toca-discos e domina a técnica do scratch (arranhar o disco para produzir um efeito sonoro). Os que dançam são denominados B. boys (break boy ou b.girl). Os graffiteiros são os responsáveis pela técnica da pintura, especialmente com spray, em muros da cidade” (p.14). O hip hop tem uma origem difusa de seus elementos, o break por exemplo surge em 1970 no Bronx, Nova York, como forma de substituir os violentos conflitos de gangues por competições de dança, ao mesmo tempo que passa a se tornar resistência enquanto a convocação do Estado norte-americano à Guerra do Vietnã (1961-1975), “as performances imitavam os helicópteros ou os mutilados de guerra” (p.15). O graffiti surge entre os jovens de descendência hispânica, também em Nova York, como forma de marcar território através das chamadas tags, e a partir da década de 70, esses símbolos começam a surgir nas partes centrais da cidade, em prédios públicos, como forma de protesto contra a pobreza e a exclusão social, “porém, as tags não foram suficientes para estes jovens que passaram a desenhar com cores vivas nos muros, criando uma nova forma de expressão artística de protesto” (p.15). O rap dá seus primeiros sinais na Jamaica da década de 50, com o mesmo apelo social das outras manifestações artísticas e com forte influência do reggae com canto falado, “vale citar que o canto falado era hábito dos negros africanos ocidentais, pois por meio dele, os escravos buscavam a rememoração, repetir a história extra-oficial de seus antepassados” (GUIMARÃES apud [...], A., p.16). No Brasil, o rap, break e o grafitti surgem na década de 80, no estado de São Paulo, com as mesmas características de crítica social, sendo interessante demarcar a forte influência do repente nordestino na prática do rap. (FERREIRA,2005)
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FONTE: http://www.alamy.com/stock-photo/hip-hop-graffiti.html
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FONTE: http://www.allmusic.com/artist/cypress-hill-mn0000147315 - Grupo de rap Cypress Hill
A cultura caipira tem sua gênese na junção do que formou o próprio caipira, o português e o indígena, mas também da própria dinâmica da relação deste com o que o cerca, Antônio Cândido explicitava isso muito bem, “A combinação dos traços culturais indígenas e portugueses obedeceu ao ritmo nômade do bandeirante e povoador, conservando as características de uma economia largamente permeada pelas práticas de coleta cuja estrutura instável dependia da mobilidade dos indivíduos e dos grupos, por isso na habitação, na dieta, no caráter do caipira, gravou-se para sempre o provisório da aventura” (p. 17) Caetano (2005), dirá também que “as relações sociais do caipira se dariam circunscritas em determinados limites físicos (dentro dos bairros rurais) e, em certas esferas (a familiar, a religiosa, a vicinal e a lúdica)”. Outro elemento muito importante é a música sertaneja, que “surge no momento em que se faz uma oposição do gênero em relação à cidade. Ou seja, sem a cidade não existiria a “música caipira” ou a “música rural”. Para quem é do campo, sua música só receberá esse nome a partir do momento em que ela estiver inserida no contexto urbano. Até então, o cururu, a catira, a moda de viola, etc., eram ritmos musicais (muitos de origem luso-indígena) que faziam parte de uma festividade religiosa em específico (Festa do Divino, de São Gonçalo, Folia de Reis e outras).” (p.1). O que excerto quer dizer é que esse elemento que se tornará conhecido por todo o país só surge, quando a figura do homem rural sai do seu local de origem e parte em direção o desconhecido da zona urbana devido a grande industrialização começada por Getúlio Vargas e continuada por Juscelino Kubtischek entre as décadas de 1930 e 1950, onde o caipira se vê arrancado de suas raízes. Como citado acima as festividades religiosas também são muito presentes nesse estilo de vida rural, a Folia de Reis, que celebra a vinda dos três reis magos quando do nascimento de Jesus, é muito tradicional. (LINHARES, 2005 ; GIANELLI, 2012)
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