PÓS GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL
Por: brunatavares78 • 8/4/2021 • Resenha • 1.272 Palavras (6 Páginas) • 215 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PÓS GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL
Resenha Crítica de Caso
Nome do aluno (a)
Trabalho da disciplina Teoria Psicanalítica
Prof. Xênia Mara Honório Silva
Brasília
2021
Referência:
ABERASTURY, A.; KNOBEL. M. Adolescência normal: um enfoque psicanalítico. Trad. S. M. G. Ballve. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
Apresento nesta resenha as principais ideias do livro Adolescência normal: um enfoque psicanalítico, de Arminda Aberastury e Maurício Knobel.
Psicanalista argentina Arminda Aberastury acreditava que adolescência é um período decisivo na vida do sujeito e compõe uma etapa determinante de um processo de desapego.
Além das alterações físicas que marcam esse momento, Arminda destaca as alterações psicológicas, sendo que as duas levam para uma nova relação do adolescente com o mundo e com os pais. Essa fase é marcada por três tipos de luto: perda do corpo infantil, perda da identidade infantil e perda dos pais da infância.
Para Aberastury e Knobel (1989), a adolescência não é apenas um cenário de mudança para a vida adulta, a criança adentra na adolescência com vários conflitos e necessita sair dela com o seu amadurecimento consolidado, com caráter e personalidades adultos.
Impossível dialogar sobre a adolescência sem citar as alterações físicas que acontecem e a percepção que o sujeito tem dessas mudanças. O desenho corporal é definido como a representação mental que o sujeito tem do próprio corpo. Desse modo, é de suma importância a forma como é elaborado o luto pelo corpo da infância, pois existirá uma mudança desse esquema corporal e do conhecimento que o sujeito tem do próprio corpo.
Para Aberastury e Knobel (1989), sociedade, amigos e família têm uma função importante nesse processo de desenvolvimento da identidade, porque é através das compreensões que os outros têm dele que o adolescente vai construindo seu autoconceito. Simultaneamente o adolescente percebe e vai desenvolvendo o sentimento de identidade, numa jornada de autoconhecimento.
Outro ponto bastante importante é que na busca pela identidade, os adolescentes acabam se juntando e formando uma uniformidade, que de certa forma traz uma espécie de segurança, e cria uma identificação em massa, em que todos se identificam entre si.
O pertencimento ao grupo é algo tão forte, que o adolescente transfere parte da dependência que antes era da família para o grupo. “No grupo, o indivíduo adolescente encontra um reforço muito necessário para os aspectos mutáveis do ego que se produzem neste período da vida” (ABERASTURY E KNOBEL, 1989, p. 37).
Na esfera religiosa, o que se observa é que na adolescência o sujeito tende a adotar posicionamentos extremistas: podendo se apresentar como um ateu ou como um místico. Entre esses dois posicionamentos, acontece variações frequentes, alternando entre um e outro.
Sobre o tempo segundo Aberastury e Knobel (1989), o adolescente o converte em presente e ativo, numa tentativa de manipulá-lo, sendo que para o adolescente tudo terá um caráter de urgência, manifestando também uma dificuldade de distinguir o que é externo do que é interno, como também de diferenciar presente, passado e futuro, e essa negação do tempo funcionaria como um mecanismo de defesa.
Adentrando na sexualidade, o processo de evolução sexual do autoerotismo até a heterossexualidade, nota-se uma variação entre a atividade de caráter masturbatório e o começo do exercício genital. Nesta fase do desenvolvimento o contato é de caráter preparatório e exploratório, pois a genitalidade de procriativa só aparece junto com o papel paternal na vida adulta.
À medida que a genitalidade é aceita pelo adolescente, inicia-se a busca do parceiro de forma mais intimista, e claro, intensa. Começa então a fase dos contatos superficiais, e os carinhos que ficam cada vez mais profundos.
“O amor apaixonado é também um fenômeno que adquire características singulares na adolescência e que apresenta todo o aspecto dos vínculos intensos, porém frágeis, da relação interpessoal adolescente.” (ABERASTURY E KNOBEL, 1989, p. 45).
Na adolescência temos a problemática segundo os autores da curiosidade sexual, manifestada no interesse pela pornografia. Nesta fase evolutiva do adolescente as figuras parentais assumem um papel importante, pois a forma como lidam com a genitalidade da criança intervirara de forma decisiva nesse processo evolutivo.
Segundo Aberastury e Knobel (1989) é natural surgirem períodos de predomínio de aspectos femininos no rapaz e masculinos na moça. “É preciso ter sempre presente o conceito de bissexualidade e aceitar que a posição heterossexual adulta exige um processo de flutuações e aprendizagem de ambos os papéis” (1989, p. 48). Nessa perspectiva, na adolescência segundo os autores, é normal que exista uma experimentação de relações homossexuais temporárias, o que não determinaria uma homossexualidade.
Partindo agora para o campo social, Aberastury e Knobel (1989) destacam em especial o papel da sociedade, que, de acordo com eles, torna tudo praticamente impossível para o adolescente.
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