Resenha do artigo "o que temos queremos, mediante ao conservadorismo nas politicas educacionais"
Por: Karen Bastos • 8/8/2017 • Resenha • 1.030 Palavras (5 Páginas) • 239 Visualizações
Resenha do artigo: ‘‘Democracia que temos\queremos, mediante o conservadorismo nas políticas educacionais’’.
SALVINO, F. P; MACEDO, L. C. de. Democracia que temos\queremos, mediante o conservadorismo nas políticas educacionais. Revista Teias, v.17, n.47, p. 21-41, out.\dez. 2016.
As autoras começam seu artigo com a informação da reformulação do curso de Pedagogia da Universidade Estadual da Paraíba, um processo que aconteceu de setembro de 2014 a agosto de 2016 e foi motivado tanto por fatores externos como internos. A reconstrução do PPC (Projeto Pedagógico do Curso) e do currículo ocorre em várias etapas e atividades, mas a questão da democracia será discutida ao decorrer do pensamento das mesmas, uma discussão valida e pertinente a todos, principalmente a cursistas como eu do curso nesta universidade.
Através de uma compreensão a respeito do que as autoras relataram, pode-se dizer que a democracia seria uma ferramenta para que as decisões e práticas políticas atendam as demandas da sociedade, mas para que haja uma democracia é preciso abrir mão de características, interesses e ideologias particulares, para que possa chegar a algo comum entre a sociedade, ou seja, pensando democraticamente eu irei deixar de lado coisas individuais, que fazem parte da minha constituição como individuo, para que minhas decisões seja comum a todos.
As autoras falam de uma democracia desde o feudalismo, ou seja, ela partiu de uma história para concretizar seu pensamento e significado. Dentro deste aspecto histórico vemos o surgimento do conceito de conservadorismo, é um termo usado quando se fala nos movimentos revolucionários que buscavam mudanças na política, no âmbito social e cultural, como o conservadorismo defende a liberdade individual, a propriedade privada, uma menor interferência do Estado na economia e na sociedade em geral ele é ligado ao liberalismo, e defendia práticas e atitudes que gerassem ordem na sociedade, principalmente no capitalismo com as classes sociais dominantes, no qual conflitos, desigualdades e injustiças no modelo capitalista faz com que o socialismo surja trazendo outro significado a democracia, que se formula através do marxismo que buscava uma economia igualitária, ou seja, uma distribuição das riquezas igualitária, a extinção da propriedade privada, do mercado, da classe proprietária, da religião e apropriação de terras pelo Estado. Então através de uma base histórica é visto que a democracia depende da relação entre Estado, mercado e sociedade e deve assegurar uma liberdade de expressão, organização e manifestação cultural, religiosa, dentre outras.
A escola e o currículo têm o papel de realizar a publicidade para realização das finalidades para as democracias ou as ditaduras, vai depender do tempo em que está se vivendo ou relatando, este pensamento foi baseado em Fernandez Enguita (2013), mas que relevante pois é através da escola que adquirimos conhecimento e podemos refletir e criticar o que aconteceu ou acontece nessa sociedade.
Diante dessa base histórica apresentada, ainda temos a relacionada as políticas educacionais do Brasil, neste artigo vemos um pouco da história da educação com o governo de Fernando Henrique Cardoso que controlava a educação através de exames e avaliações no currículo, passando pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva que ampliou a educação, dando suporte para todos os níveis de educação, seguido pelo governo de Dilma Roussef, no qual se percebeu um retrocesso na educação devido a cortes nas verbas destinadas a mesma, e o início de uma precarização nas condições de trabalho do docente, chegando ao governo de Michel Temer com medidas que afetam diretamente a educação e ao trabalho do docente, estas medidas são para ele de reequilíbrio para a economia, mas para sociedade se configura como uma perda nos seus direitos.
Quando se trata da regulação do currículo, temos a elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que deve ser aprovada em junho de 2017 e o Projeto de Lei Escola Sem Partido, ameaçando a liberdade de expressão dos professores, deste modo os alunos serão afetados na criticidade\reflexão do conhecimento que é posto para ele, pois os mesmos só terão conhecimento do que o novo currículo apresentará.
Toda história apresentada anteriormente é importante para entender o processo de reconstrução do currículo de pedagogia da UEPB (Campus I), o PCC. A reconstrução é iniciada através de uma eleição para membros do Núcleo Docente Estruturante (NDE), durante o processo o NDE promoveu reuniões com professores e alunos, uma auto avaliação do curso, um Seminário Nacional de Pedagogia (Senped), isso para que seja identificado e definido os problemas prioritários que deviam ser solucionados ou criado medidas para minimiza-los, foi considerado como documentos, textos jurídicos-normativos, planos\projetos curriculares, registros de entrevistas, questionários e mensagens de redes sociais virtuais como Whatsapp e outros que ajudam na recomposição e na análise dos sentidos\significações de democracia, pois em uma reconstrução como esta, a democracia é um ponto importante a ser tratado, pois para que haja um currículo que funcione é preciso a cooperação de todos, deste modo para reconstrui-lo é preciso ouvir e levantar os questionamentos de todos que fazem uso deste currículo.
...