A adoção de crianças portadoras de necessidades especiais: um olhar sobre as escolhas e rejeições
Por: Monique Andrade • 19/3/2017 • Trabalho acadêmico • 2.281 Palavras (10 Páginas) • 469 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
A adoção de crianças portadoras de necessidades especiais: um olhar sobre as escolhas e rejeições
Niterói / RJ
2016
INTRODUÇÃO
JUSTIFICATIVA
O interesse pelo tema surgiu a partir da experiência no trabalho com crianças portadoras de necessidades especiais. Esta experiência partiu da área de Neurologia Infantil na Associação Fluminense de Reabilitação (AFR).
A experiência com as crianças deixa clara a importância de um acompanhamento próximo por parte dos pais para que as mesmas se desenvolvam de forma a levar uma vida com menores limitações. O ambiente familiar é um pilar importante no desenvolvimento da criança.
Além disso, outro motivador na escolha do tema foram os pais que realizam a adoção destas crianças. Em um assunto tão tabu como este, que por diversas vezes é tratado inclusive com preconceito pela sociedade, é notório observar o comportamento dos pais, que não só demonstram não possuir estes preconceitos com a adoção, como ainda a fazem com crianças especiais.
PROBLEMA
O que leva alguns pais a se sentirem envergonhados e em dúvida em relação à capacidade de criar uma criança com necessidades especiais?
HIPÓTESE
Entende-se que a falta de informação e muita das vezes a condição financeira e social dos pais leva ao abandono das crianças com necessidades especiais.
É necessária maior orientação aos pais de forma a ser esclarecido que, por mais que as crianças com necessidades despendam de uma maior atenção para que ocorra seu desenvolvimento, isso não significa sofrimento ou limitações na vida da família.
OBJETIVOS
1.4.1 Geral
Esta pesquisa visa apresentar, por meio da visão da literatura, o comportamento dos pais que adotam e abandonam crianças com necessidades especiais e os impactos deste processo na vida da criança. Especificamente o trabalho vai explorar os fatores que levam a estas decisões e as ações que possam desmistificar o problema junto aos pais de forma a atenuar a sensação de impossibilidade e sofrimento para criar a criança.
1.4.2 Específicos
Conceituar crianças portadoras de necessidades especiais
Apresentar a importância do trabalho da Psicologia no acompanhamento de pais que possuem crianças especiais e aqueles que tem o desejo de adoção neste grupo.
REVISÃO DE LITERATURA
PRÁTICAS DE ADOÇÃO E ABANDONO
Para falar de adoção é importante resgatar o conceito de abandono. Esse tipo de situação não é novidade nenhuma para nosso Estado, e são vários os fatores que acrescentem o aumento desses casos, como por exemplo:
Gravides indesejada
Abandono do parceiro em questão
Condições financeiras
Crianças portadoras de deficiência tanto física quanto mental.
Essa realidade contribui para a explicação dos fenômenos envolvidos nas práticas de
abandono e adoção. Historicamente falando casos de abandono tem crescido desde os tempos antigos só que antes as crianças eram aproveitadas por famílias mais nobres como escravos ou como companhia para filhos já existentes.
Já na idade média eram abandonadas em igrejas católicas onde eram deixadas na Roda dos expostos como era chamado na época, e essa atividade foi crescendo nessa mesma época onde a própria Igreja Católica começou a repudiar o aborto e o infantilismo como método contraceptivo.
Segundo Moura (2008), os registros de práticas de abandono no Brasil remontam ao período colonial, sendo identificada a pobreza como principal causa do abandono de crianças. Dessa forma, elas eram abandonadas em frente a Igrejas ou casas de famílias abastadas para que pudessem ter perspectivas de sobrevivência.
Vários profissionais da época como advogados, médicos e socialistas começaram a formular leis que amparassem essas crianças. Porém a preocupação gerava em torno da manutenção social e não diretamente na qualidade de vida das crianças. Tornando permanente o abandono de crianças e adolescentes em abrigos.
Ainda segundo Moura (2008), a adoção também se trata de um constructo que sempre existiu na história da humanidade, tendo aportes tanto na religião como na mitologia Greco-romana, sendo uma instituição jurídica com ampla conotação social que foi praticada ao longo da história com finalidades diversas, entretanto, atendendo mais especificamente a determinações culturais, religiosas, políticas e econômicas do que a própria necessidade de crianças e adolescentes abandonados em terem a possibilidade de estabelecer vínculos familiares estruturantes.
A adoção surgiu por vários motivos, historicamente falando, famílias com problemas com fertilidade garantiam um herdeiro para que o nome da família não se extinguisse. Já os religiosos adotavam por meio da generosidade ou amor ao próximo e caridade. Mas no Brasil essa pratica quase não era possível por meio das exigências governamentais como; o adotante teria que ter mais de 50 anos e tinha que deixar claro as distinções entre filhos legítimos e adotados. (Moura,2008)
Mesmo com os avanços institucionais e a formulação do estatuto da criança e do adolescente o abandono de crianças portadoras de deficiência ainda é uma realidade Brasileira e ainda sofre muitos obstáculos na reinserção familiar.
Segundo Camargo (2006 citado por Moura, 2008, s\p):
Na raiz desse problema se encontra uma confusão conceitual entre abandono e pobreza, já que a maioria das
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