ATENDIMENTO CLÍNICO: A prática proposta pelo olhar da Abordagem Psicanalítica
Por: Leandro Rescarolli • 26/6/2020 • Trabalho acadêmico • 11.483 Palavras (46 Páginas) • 353 Visualizações
CURSO DE PSICOLOGIA
CLÍNICA ESCOLA E SERVIÇOS DE PSICOLOGIA - CESP
ATENDIMENTO CLÍNICO: A prática proposta pelo olhar da Abordagem Psicanalítica
Acadêmico: Leandro Rescarolli.
Professora Orientadora: Grasiele Rosvadoski da Silva
Brusque-SC
2020
LEANDRO RESCAROLLI
ATENDIMENTO CLÍNICO: A prática proposta pelo olhar da Abordagem Psicanalítica
Relatório Atendimento I
Centro Universitário de Brusque – Unifebe
Acadêmico:Leandro Rescarolli
Professora Orientadora: Grasiele Rosvadoski da Silva
BRUSQUE
2020
1 INTRODUÇÃO
O Atendimento Específico I, tem por objetivo oferecer acolhimento aos pacientes que procuram atendimento psicológico na Clínica Escola de Psicologia (CESP) da Unifebe-Brusque. Estes atendimentos tem o objetivo de oportunizar novas experiências e estar frente a situaçõe novas e desconhecidas até então pelo acadêmico. Segundo Angeli (2017), a prática de estágio ou primeiros atendimentos no qual utilizando a teoria psicanalítica, permite uma intervenção com o paciente e um manejo clínico apropriado, em que o mesmo vivencia realidades que possibilitam prepará-lo para atuar futuramente na profissão.
Um aspecto fundamental para o início destes primeiros atendimentos foi a quebra de paradigmas, ao enfrentar um ambiente considerado novo, pois há uma grande demanda de atendimentos na clínica e várias situações de sofrimento relatadas por diversos pacientes, onde o acadêmico tem a oportunidade de crescer em sua prática, sendo este o primeiro contato com atendimentos individuais em uma clínica. Outro ponto considerado, foram os aspectos que fundamentam a psicologia, sendo um deles o de proporcionar bem-estar ao sujeito, através de uma escuta qualificada, por meio de acolhimento à luz da psicanálise.
2 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DOS ATENDIMENTOS REALIZADOS
Os atendimentos serão realizado na Clínica Escola de Psicologia do bloco E, na R. Dorval Luz, 123, Santa Terezinha, UNIFEBE (Centro Universitário de Brusque-SC).
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Método Psicanalítico na área da saúde
“A psicanálise surge em reação ao niilismo terapêutico dominante na psiquiatria alemã do final do século XIX, que preconizava a observação do enfermo sem escutá-lo e a classificação da patologia sem o intuito de oferecer-lhe tratamento” (MACEDO E FALCÃO, 2005 apud ROUDINESCO E PLON 1998, p.66. Assim se inicia aspectos que fundamentam a psicanálise, sendo um deles o de proporcionar bem-estar ao sujeito, através de uma escuta qualificada. Sendo assim, a posição ética da psicanálise tem por finalidade que o paciente consiga atravessar esta fase de adoecimento falando sobre seu sofrimento, caso o falar seja da vontade do sujeito (SIMONETTI, 2015).
Segundo Dias (2006), Freud explica que o inconsciente pode ser considerado um dos conceitos mais enigmático em torno da Psicologia, pois nele encontram-se registrados nossas memórias, experiências, sentimentos e também nossos desejos. Aparentemente as experiências humanas em torno da realidade encontram-se nele, mas ao mesmo tempo estão fora do controle da percepção. A priori a psicanálise então atua sobre o inconsciente.
Segundo Moura (2008), o inconsciente alcança tanto atos que são meramente latentes, temporariamente inconscientes, mas que em nenhum outro aspecto diferem dos atos conscientes; e por outro lado alcançam processos tais como os recalcados, que caso se convertessem conscientes, estariam predispostos a sobressair num contraste mais grosseiro com o restante dos processos conscientes. Outro aspecto importante ligado ao inconsciente é o sintoma. No sintoma, o paciente aponta satisfações de desejos onde os mesmos são de caráter problemático e paradoxal, mas também esses desejos ao mesmo tempo apresenta-se como uma satisfação real.
Para Simonetti (2015, p.213), o propósito do psicanalista, no hospital, é atentar-se na subjetividade do paciente, ou seja, pretende favorecer a travessia do adoecimento por parte do sujeito.
3.2 Associação Livre e Atenção Flutuante
Conforme aprofundamos nas leituras dos textos freudianos se entende a importância da escuta psicanalítica. Segundo Macedo e Falcão (2005), Freud tinha a preocupação com a técnica para que a Psicanálise não perdesse o que a diferenciava de outras práticas terapêuticas. A Psicanálise valoriza o autoconhecimento e à liberdade pessoal (MACEDO, FALCÃO 2005).
A associação livre foi proposta por Freud (1912/1996) como a “regra fundamental” da psicanálise. Associar livremente, suspendendo a faculdade crítica e dizendo tudo o que vier a cabeça, é o que se solicita do paciente em análise. A associação livre é o método da psicanálise por ser o principal recurso para sondagem do inconsciente. Freud (1912/1996) passou a pedir aos seus pacientes que lhe dissessem o que vinha à mente, mesmo que parecesse errôneo, absurdo, insignificante, sem sentido, desagradável ou despropositado. Assim, o analista não deve buscar uma compreensão delimitada por critérios objetivos e conscientes, não tem que compreender o que se passa no caso, ou saber o que está fazendo no momento em que está fazendo. O analista se compromete mais com o tratamento na medida em que se deixa levar pelo fluxo livre de pensamento, favorecendo o trabalho do inconsciente. A recomendação de Freud (1912/1980) aos analistas é a de simplesmente escutar, como contrapartida necessária da exigência de tudo comunicar, sem crítica ou seleção, feita ao paciente. Nem analisando e nem analista devem pensar conscientemente sobre o que se diz, ambos devem suspender a faculdade crítica e se entregar ao fluxo livre de pensamento. Dar ao paciente o mais irrestrito acesso ao seu inconsciente é, para Freud (1912/1996), parte fundamental do objetivo da psicanálise.
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