Abordagem Centrada na Pessoa
Por: lili0206 • 21/6/2016 • Resenha • 1.240 Palavras (5 Páginas) • 1.282 Visualizações
A ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA, A TERAPIA DE GRUPOS E AS RELAÇÕES SOCIAIS COMO FACILITADORAS PARA A CONQUISTA DA AUTONOMIA
Esta resenha refere-se ao artigo de Maria Luisa Sandoval Schmidt “Utopia, Teoria e Ação: Leitura das propostas grupais na abordagem centrada na pessoa” . Neste artigo a autora contextualiza sobre os pontos negativos e positivos do olhar de Carl Rogers sobre os grupos. Entre estes estão os grupo de encontro e de encontro de comunidade, a autora pontua o desempenho desses grupos em suas esferas, referenciando-os à formação e trajetória da abordagem centrada na pessoa e também sobre os princípios da psicoterapia centrada no cliente.
O artigo de Schmidt embora aborde um tema discutido por Rogers entre as décadas de 60 e 70, representa um problema contemporâneo ainda sem solução por causa do desinteresse institucional em proporcionar aos colaboradores uma melhora na qualidade da vida social, o que para Rogers refletiria de forma positiva na vida laboral e pessoal.
Carl Rogers atenta para inexistência do reforço da autonomia pessoal nas instituições, em função disso preocupou-se em realizar um trabalho com psicólogos e psicoterapeutas com o intuito de ampliar e facilitar as condições para as transformações almejadas para a vida social do indivíduo.
Entre os grupos que surgiram na década de 70, o movimento que foi chamado de “boom de experiências com grupos”, Rogers (1972) destaca o “Grupo de treino de sensibilidade” de Kurt Lewin (Grupos-T), que fora de grande influência para o surgimento das experiências com grupos da época. Essa disseminação de grupos coincidiu com a transição da “Terapia centrada na pessoa” para a “Abordagem centrada na pessoa”, esta última de maior abrangência.
Acreditamos que o poder hegemônico das instituições limita o indivíduo desfavorecendo o acolhimento que as trocas entre seus pares poderiam proporcionar, em prol dos interesses da instituição. Essa omissão em relação ao potencial que poderia ser atingido é extremamente nocivo ao indivíduo e consequentemente à proópria instituição.
A expansão do reconhecimento das necessidades do ser humano foi chamada de “conspiração comunista” pelos norte-americanos de direita, pois era uma espécie de tormento para àqueles que eram favoráveis à inflexibilidade institucional e receavam transformações que motivariam maior autonomia nas pessoas.
Reputamos que esse “projeto” de promoção à impessoalidade nas relações foi crucial para que as muitas necessidades psicológicas do indivíduo não fossem supridas. A apreensão dessas necessidades que o indivíduo trazia era objetivo principal dos grupos de encontro sugeridos por Carl Rogers, estas trabalhavam sobre o apoderamento dos sentimentos, autoestima, congruência entre o eu percebido e o eu ideal entre outros.
Embora esses grupos de encontro fossem espaços para vida social, havia um ponto negativo: as mudanças alcançadas pelas pessoas não eram preservadas no retorno à suas rotinas, pois estas eram consumidas pelo poder das instituições.
Rogers em sua talvez considerada utopia seguiu ampliando os horizontes do seu projeto de grupos de encontros para a comunidade e neste último acolhia-se um número muito superior de participantes o que necessariamente aumentava o número da facilitadores também. Estas comunidades foram consideradas verdadeiros laboratórios da vida social.
Em 1973 a revolução das experiências com grupos foram estendidas aos profissionais de saúde e de educação, o que seria de suma importância nos dias de hoje com suas bases centradas na confiança na aptidão ao crescimento, auto compreensão e autorregulação do ser humano. No caso da educação o professor seria o motivador do aluno, apostando que o aprender a aprender seria mais importante do que as teorias transmitidas tecnicamente.
Rogers, através de sua teoria, propõe que o terapeuta seja um facilitador e que o poder de decisão do terapeuta seja suspenso, dando espaço ao cliente para expor e trabalhar suas ideias. Esta ideia de Rogers é aplicada também nos grupos de encontro, encontros de comunidade e grupos para resolução de conflitos interculturais. O encontro de grupos interculturais é eficaz para a mudança do jeito do mundo, a escuta incondicional, a compreensão das razões do outro, é a base humana, para Rogers, os sentimentos universais.
Esta base humana é igual a todos os indivíduos e é o que sustenta a superação de limites e as diferenças culturais e religiosas. Quando um grupo de diferentes culturas se reúne e é capaz de discutir entre si sobre os mais diversos assuntos, percebe-se a superação das diferenças culturais, étnicas, religiosas e nacionais.
Uma sociedade administrada por especialistas do comportamento, essa seria a sociedade dos sonhos de Skinner. Rogers pensou diferente sobre a projeção de uma teoria psicológica desumanizada e propôs realizar uma psicologia
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