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O Fichamento do Caso Ana O.

Por:   •  18/12/2019  •  Resenha  •  1.391 Palavras (6 Páginas)  •  494 Visualizações

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O Caso “Anna O.”

Saxa Loquuntur! (as pedras falam!), referência do Freud no início do texto sobre “A etiologia da histeria” datado de 1896. Com essa frase podemos entender que o analista como arqueólogo da alma irá explorar a frieza estática da histeria e encontrar respostas nesse sintoma.

Escolhi fichar o texto sobre o caso “Anna O.” (Bertha Pappenheim 1859-1936) por sua importância na psicanálise e também como mulher enfrentando o preconceito do seu tempo. Com grandes qualidades, porém diagnostica histérica com 157 desses sintomas, foi tratada inicialmente pelo Dr. Breuer de 1880 a 1882 que constatou o gatilho dos sintomas histéricos a partir da doença e posterior morte do seu genitor. “Anna O.” descrevia seus devaneios como seu teatro particular fazendo com que o Dr. Breuer associasse a uma dissociação de sua personalidade mental. A doença passou por 3 fases com diversos sintomas chegando ao seu fim após 2 anos de tratamento, sendo este o primeiro caso onde um médico conseguiu esclarecer todos os sintomas e também descobrir como tratá-los fazendo-os desaparecer. Os métodos usados no tratamento de “Anna O.” foram a catarse e a narração livre (posteriormente denominado de livre associação por Freud).

Sobre a Histeria

Este caso foi primordial para a psicanálise pois foi a partir dele que Breuer e Freud em 1893 elaboraram o texto Estudos sobre a histeria onde o inconsciente surge fazendo parte do aparelho psíquico pela primeira vez de forma mais concreta. Nessa época a medicina tratava a histeria de forma preconceituosa e/ou indiferente com tratamentos ridiculamente ortodoxos. Só em 1886 através de Freud foi que a histeria passou a ser considerada doença e os sintomas derivados do mecanismo de conversão.

Com a experiência e posterior sucesso com a paciente em questão, Breuer passou a tratar seus pacientes dentro dos moldes psicológicos, fundamentando o método catártico e que Freud complementaria e transformaria em método psicanalítico, deixando pra trás os métodos tradicionais (hidroterapias, eletroterapias, massagens e repousos).

Na Comunicação Preliminar Breuer e Freud (1883) trazem à tona a caracterização do fator traumático como causa provável da histeria, ou seja, a existência de estados hipnóides não somente pela hipnose como também por choques emocionais (surto, cólera, etc) e por fatores que esgotam as forças (privação de sono, fome, etc).

No texto Psiconeuroses de Defesa (1984) Freud constatou duas condições onde as lembranças se tornam patogênicas:

• existência de traumas, veto por razão social ou falta de reação ao trauma; (estado de defesa)

• falta de reação nas circunstâncias ocorridas.

Ao longo do tratamento de “Anna O.” aconteceu que a mesma se apaixonou pelo Dr. Breuer afirmando estar grávida de um filho seu. O médico se sentiu seduzido pela paciente, tendo que fugir dela para uma nova lua de mel com sua esposa após Freud ter relatado a ele que o fato já teria acontecido com uma paciente sua também. Esse foi mais um exemplo de que, para Freud, a hipnose como tratamento de sintomas teria consequências incontroláveis.

Nessa parte do texto a autora fala da histeria e suas teorias de forma mais técnica usando termos que conheço porém não tenho total domínio. Desta forma prefiro não discorrer sobre no intuito de não cometer deslizes.1

“Anna O.” foi o caso mais conhecido de grande histeria com “double conscience” manifesta, porém nenhum dos efeitos da fase aguda passou para a fase cronica, sendo que todos os fenômenos desta última já haviam sido produzidos durante o período de incubação em estados hipnóides e afetivos.

Ela tinha o hábito, mesmo quando estava sã, de imaginar coisas durante suas ocupações diárias. Essa situação favorecia a auto-hipnose e o afeto da angústia penetrava nos seus devaneios e criava um estado hipnóide ao qual ela tinha amnésia. Isso se repetiu diversas vezes em várias ocasiões e seu conteúdo representativo foi aumentando, contudo se alternando com o estado de pensamento de vigília normais.

Entretanto, após 4 meses, o estado hipnóide tomou conta da paciente. Os ataques isolados se somaram uns aos outros e surgiu uma histeria aguda grave que durou vários meses apresentando-se sob diversas formas. Baseavam-se em representações do estado hipnóide. Persistia a divisão da mente.

Freud designou o termo histeria de angustia para isolar uma neurose cujo sintoma central é a fobia, e a angústia é fixada de modo mais ou menos estável em algo exterior.

Muitas foram as teorias, fundamentos e hipóteses que Freud levantou, derrubou e posteriormente sustentou sobre a histeria, a hipnose e também a psicanálise nesse período do caso “Anna O.”. É incontestável a importância desta mulher no surgimento da nova ciência. A psicanálise separou-se da medicina e da hipnose definitivamente.

Bertha Pappenheim

“Anna O.”, após seu reestabelecimento e oriunda de família rica de comerciantes judeus ortodoxos, assumiu trabalhos de assistência social no movimento das mulheres judaicas como publicitária. Foi a primeira assistente social da Alemanha e reconhecida internacionalmente. Sua contribuição nessa área tornou-a conhecida pelo seu verdadeiro nome: Bertha Pappenheim.

Estimulada por seu voluntariado, e confrontada com os problemas as crianças órfãos judaicas, prostitutas e mães solteiras, desenvolveu inúmeras atividades. Uma das prioridades era a luta contra o tráfico de garotas na Europa oriental.

Em

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