Propaganda enganosa: cosméticos
Por: Jackson Brito • 23/1/2017 • Artigo • 1.308 Palavras (6 Páginas) • 912 Visualizações
Faculdade de Ciências Humanas ESUDA
Aluna: Débora Raquel de Barros Silva Brito
10° Período – Psicologia
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1° Tópico: Avaliar o impacto da propaganda de cosméticos nos meios televisivos na criação de padrões de beleza.
A mídia é chamada e considerada o Quarto Poder, ou seja, o quarto maior segmento econômico do mundo, sendo a maior fonte de informação e entretenimento que a população possui e avaliando o impacto da propaganda de cosméticos nos meios televisivos é notório observar que nada vem ao acaso. Para que a propaganda circule nos meios midiáticos as empresas tomam algumas decisões importantes em relação aos seus produtos. O primeiro passo dessas empresas é vender sua marca e para que isso seja feito é necessário realizar uma pesquisa para saber o que os consumidores buscam de melhor em cada produto e/ou marca e qual sua expectativa com relação ao mesmo e principalmente seu resultado final, que impreterivelmente deverá ser positivo para o sucesso do negócio. Essa é uma longa caminhada de tentativas e experimentos, acertos e erros, para que se chegue a um resultado final mais próximo possível de um produto excelente, de baixo custo e demanda no mercado.
A indústria da beleza presente nos comerciais, de forma sutil, persuadiu as pessoas a aderirem as pseudonecessidades por meio da assimilação do discurso mercadológico das marcas de cosméticos e a progressiva informação do discurso publicitário na construção dos padrões de beleza. As propagandas criaram discursos na tentativa de persuadir e associar a beleza como essencial e fundamental para a realização pessoal, a mobilidade social e a felicidade.
Os meios de transporte e comunicação em massa, as mercadorias, casa, alimento, roupa, a produção irresistível da indústria de diversão e informação, trazem consigo atitudes e hábitos prescritos, certas reações intelectuais e emocionais, que prendem os consumidores aos produtos. Os produtos doutrinam, manipulam, promovem uma falsa consciência. Estando tais produtos à disposição de maior número de indivíduos e classes sociais, a doutrinação deixa de ser publicidade para tornar-se um estilo de vida (MARCUSE, 1982, p.31 e 32).
As criações de um “padrão de beleza” em cima desses produtos inflamam as mentes das pessoas as persuadindo a um só pensamento: a de ser igual ao que está sendo mostrado na mídia, como se fosse uma autoafirmação de que, para ser aceita, você precisa ser exatamente assim. Faça o que eu te digo que você vai se dar bem em tudo. As pessoas a todo tempo sentem a necessidade de serem aceitas no seu meio social, no seu trabalho, em seus relacionamentos e isso exige muito delas, e as propagandas vêm justamente para ditar o que você deve fazer, para garantir o seu sucesso.
De acordo com Schiffman e Kanuk (2000), a motivação pode ser caracterizada como sendo a força motriz interna dos indivíduos, que os impele a ação. Essa força é produzida por um estado de tensão que existe em função de uma necessidade que ainda não foi satisfeita. Dessa forma os consumidores se deixam ser persuadidos pelos anúncios publicitários por estarem fragmentadas, com a confiança sempre abalada e autoestima enfraquecida, entram na jogada na tentativa de se parecer com a propaganda ou até de ser a própria propaganda. O corpo, para Coelho e Severiano (2007), passa então a ser capturado pela indústria cultural, transformando o corpo-produtor em corpo-consumidor, e assim tornando-o uma rentável especiaria a se vender no mercado (p. 91).
Quem nunca ouviu a expressão “Em terra de chapinha, quem tem cacho é rainha.”, “Cinco problemas uma solução.”, ou até mesmo “Ela repara”. A questão aqui vai muito além da propaganda, vai muito além do que esta sendo mostrado e as pessoas não percebem o que realmente estar por traz dela.
Em entrevista para o jornal Adnews, o executivo Randall Rothenberg, presidente e CEO do Interactive Advertising Bureau (IAB) EUA, falou sobre o atual momento da publicidade digital e o que esperar para o futuro da área: "Mudar corações e mentes. É sobre isso que a publicidade trata". E é nesse contexto que a propaganda de cosméticos atua.
De acordo com o brazilbeautynews.com, em 2015 o Brasil ocupou a terceira posição no raking de maior mercado consumidor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC). Segundo ele o setor tem faturamento de R$ 101,7 bi em 2014, revelou a Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC). A indústria brasileira de cosméticos tem papel fundamental na economia brasileira e já representa mais de 1,8% do PIB nacional.
O presidente da (ABIHPEC) João Carlos Basílio ressalta que esse desempenho está associado a importantes fatores que impulsionam a indústria nacional, como o investimento em inovação e publicidade e destaca:
Sem dúvida, o Brasil é a grande potência da América Latina. Entre os principais mercados destino das exportações brasileiras do setor estão Argentina, Chile, Venezuela, México e Colômbia, sendo que a categoria de produtos para cabelos é a mais exportada. (ABIHPEC, Euromonitor)
Com o sucesso lucrativo notável torna-se fácil a compreensão de tanto investimento na área da publicidade e propaganda em produtos de cosméticos. Ela é quem dita a regra do que deve ser consumido, quem deve consumir e por qual motivo, mesmo que não se tenha argumentos precisos para usa-lo. A questão lógica que se esconde por trás dessa valorização da beleza e pelo consumo de cosméticos se faz importante no cenário atual para o sucesso de uma marca e seus produtos, ela se torna o ponto chave para um bom posicionamento de mercado. Encontrar o que motiva os consumidores à utilização de cosméticos.
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