A FILOSOFIA – ANTROPOLOGIA E ÉTICA
Por: Patricia Pechim • 4/1/2022 • Trabalho acadêmico • 1.623 Palavras (7 Páginas) • 129 Visualizações
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS – PUC /MG
CURSOS: SERVIÇO SOCIAL
DISCIPLINA: FILOSOFIA – ANTROPOLOGIA E ÉTICA
QUESTÃO 01
Exponha os conceitos de Byung-Chul Han sobre psicopolítica, poder disciplinar, pan-óptico digital e big data. Em seguida leia o artigo “Coronavírus: A militarização das crises”, de Raúl Zibechi (1952- /Uruguai) e indique quais são as formas de controle da população nos tempos de pandemia, de acordo com a descrição desse autor. Por fim, resuma as 03 considerações do autor sobre o controle da pandemia da covid-19.
Byung-Chul Han é um estudioso de temas como hipercultura e globalização, o autor é Sul Coreano radicado na Alemanha. No livro sobre psicopolítica ele trás a idéia de liberdade como a idealização de um "projeto livre". Nos seus argumentos ele alertar que essa sensação de liberdade é uma forma de subjetivação e de sujeição, isso ocorre por conta do poder do neoliberalismo. Esse poder instaura disputas internas obrigando o sujeito a estar sempre demonstrando desempenho. A partir desse ponto ele questiona a idéia de liberdade ou a falta dela.
A realidade imediatista do mundo em que vivemos hoje nos torna escravos do mundo conectado, estamos diante de grandes redes e serviços, que geralmente não se limita apenas a comunicação, a sociedade digital nos obriga a estarmos sempre conectados, disponíveis e meios para isso não faltam. É uma imensa gama de comunicação com audiência e platéias sempre prontas para nos observar. Vimos no texto pontos centrais como, por exemplo, algumas analises feitas pelo autor, a definição de quantified-self, big-data, pan-ótico digital, microtargenting. Esses mecanismos digitais são exemplos de programas criados por racks com a finalidade de manipular os usuários das redes sociais, bem como abordar eleitores com intuito de influenciar seu voto com mensagens direcionadas, o que chamamos de microfísica do poder. Os big-data tornam legítimos os nossos desejos ocultos, aquilo que não trazemos para nossa consciência, dessa forma ele visa o big-data como o nosso id, algo que se explora psicopoliticamente. O poder disciplinar é uma formar de controla as pessoas com proibições e normas. E por fim vou citar o pan-ótico digital que seria um mecanismo de vigilância onde ele compara com o antigo parótico Foucault. Porém ele não é mais aquele medo de ser visto, pelo contrário as pessoas gostam de ser vista, elas postam tudo e o tempo todo nas redes sociais.
No texto “Coronavírus: A militarização das crises” o autor relata como o mundo tem enfrentado a nova pandemia, na Ásia ele exemplifica que a população aceita melhor a vigilância digital e que a pandemia é enfrentada não só por cientistas, mas também por profissionais da informática e macrodados. Na Europa a intervenção vem da idéia de fechamento de fronteiras, contudo é uma idéia de soberania equivocada, pois soberania é visto como aquele que tem o controle digital. O autor relaciona o big-data como um mecanismo para "salvar vidas", como exemplo o APP Corona, que emite sinais em relação a pessoas com o vírus, dando assim um passo a passo dos infectados em sua vida privada. Coréia do Sul, Singapura, Taiwan, Israel entre outros aderiram à vigilância digital, diversos países europeus estão fechando acordos com empresas digitais.
De acordo com Zizek o virus pode ser "Vírus benéfico", trazendo para a sociedade uma alternativa para o capitalismo. O vírus atacando o sistema capitalista pode despertar uma mudança radial visando uma sociedade solidária. Para o autor Byung-Chul Han “O vírus não vai fazer nenhuma revolução.”, ele acredita que o vírus dará uma abertura para sonharmos com uma sociedade mais pacifica, mas justa. Contudo esse passo deve partir da sociedade, pois somos pessoas dotadas de razão, devemos pensar sobre o capitalismo destrutivo. Ele não acredita que o vírus dará o golpe definitivo para o capitalismo. O Covid-19 não significa apenas uma crise do neoliberalismo como modelo econômico, mas também é uma crise de natureza neoliberal. Dessa forma concluo que a pandemia tem um significado histórico importante.
QUESTÃO 02
Cite quais são os 03 sentidos de barbárie e de civilização apresentados por Francis Wolff e mostre qual é a conclusão do autor sobre o que é o bárbaro e o civilizado. Na sequência, indique por que Wolff faz uma crítica ao relativismo. Por fim, mostre um exemplo de prática bárbara e um exemplo de prática civilizada no contexto da pandemia do coronavírus.
• Primeiro sentido: No primeiro sentido a civilização é caracterizada por um processo progressivo, onde a população é desvinculada dos costumes grosseiros e rudimentares das sociedades tradicionais. Sendo assim os bárbaros eram aqueles que se comportavam como brutos, grosseiros, ignorando as boas maneiras. No ilusório popular o bárbaro é o canibal que vive nu em meio às selvas. O bárbaro se inclui em uma preparação inferior política, um estágio pré-civil ou pré-urbano. (Civilização é civilidade.)
• Segundo sentido: No segundo sentido a civilização considera as ciências, as letras e as artes como o grau mais elevado de uma sociedade, dessa forma o saber puro, ciência pela ciência, arte pela arte, entre outros. Nesse sentido os bárbaros são insensíveis ao saber ou a beleza pura não respeita o valor desde ou não compreendem seu sentido, só reconhece o valor no útil, na satisfação das necessidades vitais ou dos prazeres grosseiros. Bárbaro é, portanto aquele que queima livros ou destrói estatuas, ele está a um estágio anterior da cultura humana. (Parte espiritual da cultura.)
• Terceiro sentido: No terceiro sentido a civilização é tudo aquilo que está presente nos costumes, nas relações com outros homens e outras sociedades, parece humano, é humano. Dessa forma a barbárie é a perda de sentimento humanitário, dessocialização e desculturação. Desumanidade incontrolada, mutilações atrozes, assassinatos, sacrifícios em massa, holocausto, etcnocídios, genocídios. (Humanidade do sentido moral)
Com várias visões sobre o conceito de barbárie e civilização, para o autor existem bárbaros e civilizações, porém é difícil de explicar, pois cada um tem sua posição e sua visão do conceito de cada um. Já na conclusão do autor bárbaro é tudo que envolve violência e tolerância e civilização é a forma mais elevada da humanidade e compatível com as diversidades de cultura.
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