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Fundamentos II

Por:   •  28/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  4.769 Palavras (20 Páginas)  •  271 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O texto a seguir pretende apreender como uma profissão que surge no seio da Igreja Católica, que teve sua base teórica os conceitos morais, confessional do Neotomismo, em meio a uma conjuntura sócio-histórica e contexto institucional, tem hoje em sua fundamentação teórica e prática o método dialético de Karl Marx e para a para a compreensão do Movimento de Reconceituação,  quais os motivos que levaram os profissionais do Serviço Social a iniciá-lo, entender os pressupostos teóricos e a importância das correntes filosóficas para o Serviço Social, se faz necessário  conhecer um pouco da história desta profissão recente no Brasil, suas conquistas e superações.

O Serviço Social é marcado com suas perspectivas e possibilidades de avanço  o que torna ainda,  mais um processo de crescimento lento e conflituoso nos projetos de reformas econômicas e sociais no que se almeja garantir melhores condições de vida nas diversas comandas populares e promover a emancipação econômica brasileira. 
Outro fator importante na trajetória do Serviço Social foi a elaboração dos documentos de Araxá, Teresópolis, Sumaré e Alto da Boa Vista que trouxe uma repercussão profissional ao projeto e á realidade de forma modernizadora, porem ainda conservadora. O estudo na época deu sua contribuição no processo renovador, intervindo no sentido de se ter condições para a sua reprodução enquanto categoria e para o seu exercício enquanto técnico e assalariado.
 

Movimento de Reconceituação do Serviço Social

No Brasil, na década de 30 a economia brasileira vivia um processo de transição do modelo agro comércio exportador para o modelo industrial e com a construção de indústrias na área urbana, houve grande absorção de mão de obra vinda da zona rural. Porém, juntamente com esta crescente industrialização, outros conflitos surgiram como a falta de moradias com o mínimo de infraestrutura, escolas, saúde, surgindo ai as desigualdades sociais que só aumentavam gerando mais conflitos entre as classes burguesa e operária, agravando-se a questão social. E foi, dentro deste contexto que o Serviço Social originou-se no Brasil, vinculado a Igreja Católica, com uma prática assistencialista e tradicional, devido ao modelo teórico metodológico europeu no qual se baseava.

As primeiras escolas de Serviço Social no Brasil foram fundadas por grupos religiosos e eram geralmente freqüentadas em sua maioria por jovens burguesas que no momento de exercerem seu trabalho, não atuavam sobre as causas da questão social e sim apenas sobre seus efeitos. O Serviço Social desempenhava nessa época um papel conservador, onde buscava adequar a classe burguesa e classe operária em sua nova condição de vida, sempre em conjunto com a Igreja, com o intuito de fazer muitas vezes com que a movimentação da classe operária em busca de melhores condições sociais e de vida, fosse neutralizada. Sempre visto de forma filantrópica e assistencialista, transformava o cidadão usuário de um serviço ao qual tem direito, a condição de assistido.  

O Serviço Social no Brasil sempre fora influenciado pela concepção européia, porem entre as décadas de 40 e 50 procurou apropriar-se da metodologia norte-americana, onde se procurava um aprimoramento técnico metodológico, tendo como fundamento as Ciências Sociais, introduzindo nos currículos das escolas o Serviço Social de Caso, de Grupo, Organização Social da Comunidade, Serviço Social de Comunidade e posteriormente Desenvolvimento de Comunidade, sendo este período marcado pelo tecnicismo com ênfase na ideia de ajustamento e de ajuda psicossocial.  Neste período o Estado se tornou o maior empregador dos Assistentes Sociais, além das empresas privadas.

 Segundo Netto (2010, p. 121):

A consolidação do mercado nacional de trabalho para os assistentes sociais, como variável das modificações ocorridas durante o ciclo autocrático burguês, não derivou apenas da reorganização do estado – que, ao que tudo indica, permaneceu e mantem-se ainda hoje o principal empregador desses profissionais. (NETTO, 2010, p.121).

Esta demanda exigia um novo perfil do profissional e também possibilitou a formação de um maior número de profissionais vindos não apenas da classe burguesa, e assim com uma mentalidade mais questionadora, profissionais que buscavam novas alternativas de ação para aos desafios sociais vivenciados e foi a PUC/SP, a primeira Universidade do pais que ofereceu um curso nessa modalidade e também pioneira com a criação e expansão da pós-graduação e com a implantação dos cursos de mestrado e doutorado, posteriormente.  

 A partir da década de 50, Serviço Social passa a ter uma significância maior quando a Organização das Nações Unidas (ONU) e outros grupos internacionais empenham-se em sistematizar e divulgar o Desenvolvimento de Comunidade (DC) para unificar a população aos planos nacionais e regionais de desenvolvimento e no final da década de 50 e no início da década de 60, quando ocorreu a crise dos padrões de acúmulos capitalistas, tendo como exemplo desenvolvimentista do governo de Juscelino Kubitscheck (JK), crise esta, que foi marcada pela internacionalização da economia e pelo fortalecimento do setor privado e do capital internacional, sendo neste processo revelado uma realidade subdesenvolvida: o baixo índice de renda da população, baixo nível de saúde e escolaridade, e ausência de infraestrutura.  Neste período o profissional do Serviço Social se aproxima mais da massa, dos sindicatos e da cultura. Muitos questionamentos e críticas ao Serviço Social tradicionalista e conservador se iniciam, pois a metodologia utilizada já não atendia as necessidades da realidade ali vivenciada, era necessário uma renovação.  

Em 1964, o então Presidente João Goulart apresentou um projeto de reformas econômicas e sociais com o propósito de melhorar a qualidade de vida da população e emancipar a economia brasileira, porem esta reforma não foi aceita pelos capitalistas, pois tinham medo de que o país pudesse viver um regime socialista e, através de um golpe militar, pautado na Doutrina de Segurança Nacional e Desenvolvimento, no anti marxismo e no pensamento católico conservador, o Presidente João Goulart foi deposto. Iniciou-se no país o período da Ditadura Militar, fortalecida pela autocracia burguesa, onde eleições para cargos importantes foram suspensas, muitas pessoas foram presas, torturadas e assinadas, deixou de existir a liberdade de expressão, a censura passou a atuar em todos os setores e ocorria ai o choque entre interesses opostos e distintos: A autocracia burguesa tenta excluir os interesses do proletariado, seus direitos sociais. É nesse contexto que surge o movimento de Reconceituação que se caracterizou pela crítica radical ao sistema vigente e às formas tradicionais de ação, propondo novos enfoques teóricos e metodológicos. Nascido na década de 60 cresceu na de 70 e serviu de estímulo para a produção de vários documentos na área, com importante contribuição para a revisão da teoria, da prática e do ensino de Serviço Social. 

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