Serviço social e ditadura
Por: Estrela015 • 18/5/2017 • Trabalho acadêmico • 496 Palavras (2 Páginas) • 169 Visualizações
O sociólogo Dirceu Nogueira Magalhães assim conceitua gerações: “As gerações são mais que coortes demográficas. Envolvem segmentos sociais que comportam relações familiares, relações entre amigos e colegas de trabalho, entre vizinhos, entre grupos de esportes, artes, cultura e agremiações científicas. Implicam estilos de vida, modos de ser, saber e fazer, valores, ideias, padrões de comportamento, graus de absorção científica e tecnológica. Comporta memória, ciência, lendas, tabus, mitos, totens, referências religiosas e civis.” (2000:37) .
O que equivale compreender que o processo intergeracional deve requerer o aprendizado realizado em reciprocidade, ou seja, num percurso de mão dupla.
As relações intergeracionais podem ser entendidas como vínculos que se estabelecem entre duas ou mais pessoas com idades distintas, possibilitando o cruzamento de experiências e contribuindo para a unidade dentro da multiplicidade.
A autora começa o seu discurso neste tópico falando que os belos anos de ser avô ou avó se modificam de acordo com o passar dos anos, pois a vida familiar, tal como conhecemos hoje, supõe o convívio e o confronto entre gêneros e gerações, ou seja, há conflitos no entorno familiar, decorrente da insatisfação dos idosos em relação a algumas condutas e comportamentos adotados pelos filhos e netos, pois, pelo fato dos idosos terem vivenciado outros contextos culturais, eles trazem com eles as suas crenças e a sua cultura, que divergem das gerações jovens, ou vise versa quando há conflitos em alguns contextos familiares, muitos idosos preferem morar sozinhos.
Em outro ponto a autora aborda que geralmente quando os primeiros netos chegam os avós estão cheios de saúde e disposição, com o passar dos anos, a situação se inverte, o apoio do braço de um neto como coloca a autora pode fazer toda a diferença, pois a família é o suporte mais comum dos cuidados de saúde aos idosos, tendo que se adaptar a essa nova demanda, aprendendo no dia a dia como desenvolver a assistência necessária ao idoso fragilizado, só que isso muitas vezes gera conflitos também.
Apesar dos conflitos que envolvem as relações estabelecidas no seio familiar, eles podem ser administrados de forma saudável, à medida que as várias gerações amadurecem emocionalmente e podem compreender-se mutuamente. Assim, o relacionamento familiar requer compreender o ponto de vista do outro, sendo para isso essencial a interação, o respeito e o diálogo.
A autora coloca que do ponto de vista dos avós com o processo de envelhecimento deles a autonomia diminui. Por exemplo, para as crianças os avós são partes significativas do seu mundo e falar sobre eles tem grande influencia, já para os adolescentes à medida que crescem isso tende a diminuir, por causa muitas vezes dos grupos que os influenciam.
Outro ponto aspecto levado em conta sobre as relações intergeracionais, é que os avós esperam morrer primeiro que os seus netos ou filhos, e quando isso acontece eles julgam isso como injustiça, por essa inversão na vida. E de fato os avos parecem viver mais que seus netos ou filhos, e a morte dos mais novos tem sido muito dolorosa.
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