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SÍNTESE AVALIAÇÃO PARTICIPATIVA DE POLÍTICAS PÚBLICAS

Por:   •  12/7/2017  •  Bibliografia  •  1.206 Palavras (5 Páginas)  •  276 Visualizações

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A avaliação participativa congrega diferentes sujeitos no seu processo avaliatório, pois há “o envolvimento de múltiplos segmentos ao mesmo tempo”, conforme Barreira(2000, p.68) aponta.  Nesse sentido, as formas de envolvimento e participação dos sujeitos são diferentes, uma vez que cada participante direito ou indiretamente envolvido possui um conjunto de conhecimentos e experiências próprias e, consequentemente, pontos de vistas diferentes.

A autora chama a atenção para o fato de que numa avaliação participativa é necessário levar em consideração que nem todos os participantes tem conhecimento ou experiência de pesquisa suficientes para a realização de atividades avaliativas fazendo-se necessário, portanto, a capacitação e treinamento desses sujeitos. Barreira (2009) argumenta que em uma avaliação participativa os participantes diretos, cujos interesses são diretamente relacionados com o programa, deve ser envolvido primariamente. Contudo, isso não exclui o envolvimento dos participantes indiretos como avaliadores do programa, pois todos os participantes diretos e indiretos podem desempenhar o papel de avaliadores, embora o envolvimento de cada grupo seja diferente em termos de intensidade e intencionalidade. Sendo necessário, portanto, “[...] a montagem de estratégias diferenciadas de participação.” (BARREIRA, 2009, p. 100).

Outro autor, Furtado (2011) ao discorrer sobre os gradientes de participação cita as contribuições dos avaliadores franceses Gaëlle Baron e Eric Monnier ao proporem que os processos participativos podem se diferenciar segundo duas dimensões: amplitude (a diversidade de atores envolvidos) e a profundidade de participação na avaliação, “[...] que corresponde  à efetiva inserção e ao grau de implicação dos grupos de interesse nas diferentes fases do processo, que vai da definição das questões ao julgamento, passando pela coleta e análise de dados [...]”. (FURTADO, 2011, p. 7).  

Segundo Barreira (2000), sabe-se relativamente pouco sobre o envolvimento dos participantes na coleta dos dados e na sua análise, uma vez que na avaliação participativa não existem etapas metodológicas rigidamente estabelecidas. Ainda, sob a linha de pensamento da autora a participação dos sujeitos não é necessariamente espontânea, ou seja, não são todos que querem participar ou se sentem motivados a se envolver no processo avaliatório. Para tanto, é necessário o desenvolvimento de estratégias que estimulem os sujeitos à adesão, engajamento e comprometimento com a avaliação. Uma das dificuldades enfrentadas pela avaliação participativa é a resistência dos gestores a aderirem à avaliação, seja por temor, falta de tempo ou de confibialidade.

Furtado (2011) nos coloca que não existe um roteiro capaz de assegurar algo como a participação, o autor destaca a importância de se analisar atentamente o contexto institucional em que se pretende desenvolver a avaliação participativa antes de executá-la, para que assim seja possível dimensionar adequadamente os objetivos e expectativas prentendidos, principalmente, para com relação aos grupos de interesse. A respeito dessa questão Barreira (2000) acrescenta a necessidade de se descortinar o cenário avaliativo mediante a resposta a algumas perguntas, tais como: Quem quer fazer? O que se quer fazer? Qual o contexto social, econômico, físico, cultural, no qual vai ser desenvolvido o programa? Feita a análise do contexto parte-se, então, para o desenho do plano avaliativo no qual deve permitir aos participantes a captação do processo que o envolve, e a visualização do seu papel nele, de modo que os participantes vejam suas contribuições na fase de planejamento. Nessa perspectiva, “pode-se fazer uma distinção entre o monitoramento e acompanhamento avaliativo para detalhar melhor o papel de cada participante do plano”. ( BARREIRA, 2000, p. 114).

Na avaliação participativa o avaliador exerce a função de facilitador, coordenador, orientador das ações e consultor. Como coordenador ele é o responsável pelo apoio técnico mas, a condução da avaliação é de responsabilidade conjunta de todos, para Carvalho (2009, p. 91) “ a participação dos implicados retira o avaliador da posição solitária de único agente valorativo”. Nesse sentido, ocorre uma descentralização do poder individual do avaliador em julgar/ atribuir valor para uma dimensão coletiva na qual todos os envolvidos no processo tem direito a emitir um julgamento sobre o objeto avaliado.  Na perspectiva de Saul (2009), como coordenador e orientador o avaliador têm por objetivo promover situações ou propor atividades que estimulem o diálogo e a discussão, e a análise crítica de um determinado programa. Enquanto seu objetivo posterior é estimular o grupo a reformular e reconduzir o programa. Diante disso, empodera-se os sujeitos, principalmente aqueles de baixo poder sócio- econômico, a se transformarem em sujeitos de mudanças sociais.

De acordo com Barreira (2009) o avaliador partilha o seu conhecimento técnico e poder de condução da avaliação com o grupo, numa perspectiva democrática na qual todos são chamados a participar.  Ele assume o papel de facilitador pedagógico por capacitar/ instrumentalizar os sujeitos a serem os protagonistas da avaliaçao, de modo que possam exercer sua autonômia em relação ao avaliador.

Para a referida autora “[...] o avaliador assume, no decorrer do tempo, o papel de suporte e de consultor em assuntos técnicos e em tarefas específicas como análise estatística, desenho de instrumentis e relatório técnico”. (BARREIRA, 2000, p. 72). Quanto ao seu papel de consultor o avaliador é assim designado por ser chamado a participar de alguns momentos durante a execução da avaliação, ou, quando depois de terminada contribua com seus conhecimentos como avaliador externo.

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