As Plantas Toxicas
Por: Victoria Kamilos • 11/9/2020 • Trabalho acadêmico • 4.745 Palavras (19 Páginas) • 341 Visualizações
Aula de plantas tóxicas
03/11/2017
Continuando nas plantas que afetam o funcionamento do coração de forma subaguda a crônica. Nessa categoria temos a tetrapterys spp (tetrapterys acutifólia e tetrapterys multiglandulosa) que temos na nossa região e a ateleia glazioviana que NÃO temos em nossa região.
Tetrapterys spp
- Família Malpighiaceae:
- Tetrapterys acutifólia
- Tetrapterys multiglandulosa
OBS.: O quadro clínico patológico, os tipos de profilaxia vão ser iguais para as duas. É só mesmo a questão de identificação botânica.
- Sinais clínicos:
Causam um quadro de ICC, quadro clássico que já aprendemos na patologia especial.
O princípio tóxico não é conhecido e então fica difícil de saber a patogenia, a única coisa que se sabe é que quando a planta é ingerida faz lesões em vários locais.
Dentre os locais temos:
- Miocárdio (necrose de miocárdio e fibrose quando o animal vive mais tempo), edema entre as fibras do miocárdio que leva ao quadro cardíaco.
- Além disso causa o quadro de aborto e também o quadro neurológico, ou seja, são 3 quadros clínicos. O quadro neurológico não se sabe se é pelo efeito da toxina ou se é pela hipóxia.
- Quadros:
- Aborto
- Neurológicos e cardíaco
- Nomes vulgares:
- T. acutifólia = cipó-ruão e cipó-preto
- T. multiglandulosa = cipó-vermelho e cipó-ferro
Levam o nome de cipó por causa do jeito que a planta cresce. Ela cresce rasteira em forma de trepadeira, fica tipo um cipó.
- Aspecto botânico
- Arbusto, crescimento em rácimo. Não chega a formar árvore.
- A flor é amarela ou vermelha. Dizem que a disposição das pétalas lembra uma hélice, bem separadinha.
- As folhas são bem comuns e identificar só por elas fica complicado.
- Distribuição e habitat
Encostas e morros:
- T. acutifólia
MG (Governador Valadares e municípios vizinhos) e ES (Itaguaçu)
- T. multiglandulosa
RJ (Resende e Rio das Flores) e SP (Lorena e Guaratingueta)
- Diagnóstico/diagnóstico diferencial
- Reticulopericardite traumática
- Endocardite valvular
- Leucose bovina
- Lesão de miocárdio 🡪 deficiência de selênio e vit E, atb ionóforo, cassia accidentalis
- Forma aguda da febre aftosa
- Doença do peito inchado 🡪 Santa Catarina
- Brisket disease 🡪 doença das alturas
APRESENTAÇÃO DO ARTIGO: Aborto em bovinos devido à intoxicação por Tetrapterys acutifolia (Malpighiaceae)
[pic 1][pic 2][pic 3]
- INTRODUÇÃO
Gênero Tetrapterys (família Malpighiaceae)
- Nome: Tetrapterys sp. (multiglandulosa, acutifolia, ramiflora)
- Nomes vulgares: Cipó-preto, Cipó-ruão, Cipó-vermelho
- Região Sudeste;
- Geralmente os bovinos se intoxicam na seca (Agosto – Outubro) por causa da restrição alimentar;
- 1968 e 1989: Bovinos 🡪 primeiros relatos
[pic 4]
- Insuficiência Cardíaca; quadro clínico[pic 5]
- Subagudo ou Crônico; geral
- Geralmente em animais de mais de 1 ano de idade.
Principais Sinais Clínicos 🡪 bem característicos de ICC
- Edema de subcutâneo
- Ingurgitamento e pulsação de jugular
- Edemas cavitários (à necropsia)
- Fígado com aspecto de noz-moscada (à necropsia)
- Dilatação cardíaca e áreas pálidas no miocárdio (à necropsia)
- Primeiro foi descoberto que essa planta era cardiotóxica
- E depois veio a descoberta do ABORTO
Princípio Tóxico
- No livro diz que o princípio tóxico não é conhecido[pic 6]
- Heterosídeos flavônicos e esteróides na folha jovem; ESCRITO [pic 7]
- Taninos condensados, alcalóides quaternários e esteróides na folha madura. NO
- Mecanismo de ação é desconhecido. ARTIGO
Diagnósticos Diferenciais
- Doença do Peito Inchado 🡪 causa edema esternal, mas consegue diferenciar através da microscopia devido a fibrose intersticial que irá apresentar. No caso da intoxicação se vê necrose e degeneração;
- Pericardite Traumática 🡪 pode confundir, mas na anamnese e com o histórico já consegue diferenciar;
- Ateleia glazioviana 🡪 diferença está na região, não teremos as duas na mesma região;
- Deficiência de Selênio; [pic 8]
- Intoxicação pelas sementes de Cassia occidentalis; Consegue diferenciar na microscopia
- Intoxicação por Antibióticos Ionóforos.
- MATERIAL E MÉTODOS
Animais, Local e Procedimento Experimental utilizados
- 4 vacas mestiças em bom estado nutricional, prenhes de 6-8 meses, com 3 a 5 anos de idade, de 350-500 kg de peso vivo;
- Também foi acompanhado um caso de intoxicação natural que não fazia parte do experimento;
- Realizado em um sítio em Barra do Piraí, Rio de Janeiro;
As vacas passaram por vários exames sorológicos de outras doenças que também causam aborto, como a Brucelose, para não confundir;
- Alimentação foi baseada em brotação e folhas novas de Tetrapterys acutifólia em doses diferentes (10g, 5g e 2,5g/kg/dia).
- RESULTADOS
Histórico dos Abortos
- Foi realizado o levantamento dos casos de intoxicação no RJ;
- Foram achados 43 casos, sendo que em apenas um conseguiram identificar o caso de IC;
- Fazenda Retiro (1980-2002) 🡪 registros mais antigos 🡪 casos de aborto;
- Fazenda Lobo (2001-2008) 🡪 registros mais novos 🡪 casos de aborto.
[pic 9]
Vaca 5734 recebeu a maior dose e foi a que teve a evolução dos sinais clínicos mais rápido.
Vaca 5735 recebeu a menor dose e não apresento arritmia cardíaca nela e nem no feto, jugular ingurgitada e edema de peito e barbela, tremores musculares. Ela sobreviveu, mas o feto foi natimorto.
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