O Assedio Moral nas Organizações
Por: gabsramos • 23/3/2016 • Projeto de pesquisa • 783 Palavras (4 Páginas) • 316 Visualizações
homem é o ser mais complexo já conhecido e estudado. Além das habilidades físicas impressionantes o cérebro humano traz características capazes de diferencia-lo de qualquer outro ser vivo. Intrínseco a ao mecanismo humano estão às emoções, que estimulam a construção de planos, sonhos e expectativas. Ao contextualizar esses sentimentos na sociedade sabe-se que há obstáculos.
Entende-se que a frustração é gerada pela incapacidade de alcançar um objetivo. Ela pode existir em qualquer aspecto da vida de um individuo e tem estado cada vez mais presente na área laboral.
O mercado de trabalho se mostra cada vez mais feroz e competitivo. As empresas articulam discursos de manipulação, onde o trabalhador é inserido na lógica gerencialista, e direcionado a assumir os valores da organização acima dos seus. Assim, a satisfação e felicidade pessoal passam a ser moldadas, por meio da introjeção da missão empresarial, como a realização de metas e reconhecimento na empresa.
O padrão de cobrança organizacional dissemina-se de modo exacerbado sobre os trabalhadores, impelindo o alcance de sonhos e expectativas, bem como estimula o narcisismo. O produto, desse contexto, é a instituição de uma realidade contraditória e enviesada, a qual favorece o sentimento de frustração e insatisfação dos indivíduos no ambiente de trabalho. Tais cargas psicológicas afetam a área pessoal e profissional da vida, estendendo-se às dimensões mais extremas e diferentes da relação trabalhista, como o desenvolvimento de doenças e até mesmo suicídio.
Por esta óptica, é perceptível a relevância do tema, haja visto, sua frequência e seriedade, tantas vezes ignorada e tratada com normalidade pela sociedade, essencialmente, quando o humano emocional é rejeitado e identificado apenas como uma maquina de produção.
O estudo tem a finalidade central de analisar qual a visão dos trabalhadores quanto à frustração profissional e compreender, na dimensão de objetivos específicos, como os entrevistados lidam com o fenômeno no mercado de trabalho e como a organização- em termos de gestão- reage nesse contexto.
REFERENCIAL TEÓRICO
Frente à flexibilidade do conceito de sofrimento, que dentre outros significados, nos ensinamentos de Kury, 2002, o substantivo abarca a dor, a pena e a resignação. Nesse viés, a frustração no trabalho - enquanto uma constante que se prolonga durante o período de exercício de cargo profissional - pode ser associada à uma forma de sofrimento.
Visando explanar cientificamente o tema, utiliza-se da abordagem teórica de Dejours (1998), cujo texto recebeu um tratamento mais esclarecedor no artigo: Sofrimento no Trabalho na Visão de Dejours (1998). (RODRIGUES, Patrícia Ferreira; ALVARO, Alex Leandro Teixeira; RONDINA, Regina. 2006).
Rodrigues et al. (2006), aborda que a percepção de sofrimento, historicamente, foi retratada de maneira reducionista. Ou seja, o exame de um determinado indivíduo, seria feito, apenas, considerando o seu corpo físico. Se as condições físicas do paciente apresentassem lesões, o sofrimento advindo do trabalho poderia ser descrito e seria dado um diagnóstico da ordem somática. Porém, após a década de 60 a literatura administrativa passou a admitir a psicopatologia como um produto do sofrimento da labuta.
Dejours (1998) apud Rodrigues et al. (2006)
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