ATIVIDADE DISCURSIVA - FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DO DIREITO
Por: vhds • 21/5/2017 • Trabalho acadêmico • 433 Palavras (2 Páginas) • 449 Visualizações
ATIVIDADE DISCURSIVA - FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DO DIREITO
O paradigma da consciência. Sustenta-se na ideia de que o sujeito, na busca do conhecimento baseia suas decisões numa intencionalidade subjetiva soberana. Prevalece, na relação sujeito-objeto, a ação do sujeito sobre o objeto, em que o sujeito torna-se quase absoluto, autônomo, na construção do conhecimento e do pensamento. A filosofia da consciência ou do sujeito tende a privilegiar uma única linguagem, a linguagem da razão, o conhecimento organizado, o modelo, a visão sistemática da realidade, enfim, a ciência. Ou seja, sempre há um conhecimento verdadeiro, traduzido em teorias interpretativas da realidade. O paradigma da consciência, o sujeito epistêmico e o sujeito histórico não compreendem que a ação individual e coletiva são mediatizados por processos biológicos, culturais, institucionais que limitam fortemente a autonomia dos sujeitos. Para os críticos do paradigma da consciência a realidade não pode ser compreendida apenas pela razão, pela ciência. Afirma-se que não há nenhum modelo teórico que dê conta de compreender a complexidade do real. O que existe são diferentes modelos, uma pluralidade de linguagens, diferentes leituras da realidade decorrentes da cultura, das subjetividades. Surge, assim, o paradigma da linguagem.
O paradigma da linguagem coloca a linguagem como questão central da filosofia, da ciência, da arte. É a linguagem que constitui o mundo humano. A questão central passa a ser: a partir do quê vamos dando sentido às coisas, como se transmitem significados, como esses significados se transformam em cultura. A ideia é de que os sentidos que atribuímos às coisas vão dando forma às nossas experiências, vão se constituindo em linguagem. Verifica-se, pois, que nesse paradigma, antes da relação sujeito-objeto, há a linguagem. A linguagem é a primeira realidade humana. A linguagem é um sistema que não apenas reflete significados mas constrói significados. São essas práticas discursivas (linguagem) que constroem sujeitos, identidades, modos de agir etc. A ênfase, assim, é no sentido, ou seja, nos significados que dão forma à experiência; os significados que se constituem pela linguagem. Ou seja, nosso pensamento seria uma criação da linguagem e não o inverso, de modo que o pensamento tem uma natureza intrinsecamente linguística. (Esta é a ideia dos filósofos da Escola de Oxford, entre outros, Ludwig Wittgeinstein). A transição do paradigma da consciência para o paradigma da linguagem significa considerar que a linguagem, para além de ser mediação da comunicação humana, é elemento estruturador da relação do ser humano com a realidade. Ou seja, o primeiro fato humano não é a relação sujeito-objeto, não é a capacidade de estabelecer uma relação ativa com o mundo, com a realidade; é a linguagem, a intercomunicação entre as pessoas.
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