Identificar o que poderíamos chamar como "Ponto de partida" no Estado de Platão.
Por: clau1819 • 19/5/2017 • Trabalho acadêmico • 801 Palavras (4 Páginas) • 963 Visualizações
- Identificar o que poderíamos chamar como "Ponto de partida" no Estado de Platão.
Segundo o autor, a tese que Platão amadurece em seu livro é a da coincidência da verdadeira filosofia com a verdadeira política. Apenas na condição de o político se tornar filósofo e do filósofo se tornar político, é que é possível construir a Cidade autêntica, ou seja, o Estado fundado sobre o valor supremo do bem e da justiça. Além de tudo, afirma Platão, o Estado não é senão o engrandecimento de nossa alma, uma espécie de gigantografia que reproduz, em vastas dimensões, tudo aquilo que existe em nossa psyché. Um Estado nasce porque cada um de nós não é “autárquico”, ou seja, não se basta para si mesmo e tem necessidade dos serviços de muitos outros homens.
- Para chegarmos a "construção" do "Estado Justo", de alguma forma Platão advertira que antes precisamos pensar na Cidade, ou seja, precisamos pensar na Construção da Cidade. Como a Cidade se constrói? Do que é composta, como nela se realiza a harmonia e a justiça?
Apenas na condição de o político se tornar filósofo (ou vice-versa) é que se torna possível construir a Cidade autêntica, ou seja, o verdadeiro Estado verdadeiro fundado. Construir a cidade significa conhecer o homem e seu lugar ao universo. A Cidade portanto necessita de três classes sociais:
1. A dos lavradores, artesãos e comerciantes que é constituída de homens nos quais prevalece o aspecto "concupiscível" da alma, que é o aspecto mais elementar, prevalece a virtude de "temperança" que consiste numa espécie de ordem, domínio e disciplina dos prazeres e desejos. As riquezas e os bens administrados exclusivamente pelos membros dessa classe não deverão ser nem muitos nem poucos demais.
2. A segunda classe é a dos guardas a qual é constituída por homens nos quais prevaleça a força "irascível" da alma, ou seja, deve ser composta por homens que se assemelham aos cães de raça, ou seja, deve ser dotados ao mesmo tempo de mansidão e ferocidade. A virtude dessa classe social deve ser a "fortaleza" ou a "coragem". Eles deverão permanecer vigilantes em relação aos perigos que possam advir, deverão providenciar para que o estado não se torne demasiadamente grande ou exageradamente pequeno.
3. A dos governantes que deveram ser aqueles que tenham amado a Cidade mais do que os outros, que tenham cumprido com zelo a sua própria missão é, especialmente tenham aprendido a conhecer e contemplar o Bem. Neles predomina a alma racional e sua virtude é a sabedoria.
A justiça é a harmonia que se estabelece entre as virtudes dessas três classes. Quando cada cidadão e cada classe social desempenham as funções que lhes são próprias da melhor forma e fazem aquilo que por natureza e por lei são convocados a fazer, então realiza-se a justiça perfeita.
- O texto do livro de Reale usa a expressão: "Princípio de correspondência platônica". Dois termos aparecem implicados nessa expressão: Psyché, Cidade-Estado, em que sentido estará relacionada com o outro.
Os termos "psyché" e "cidade-estado" estão relacionamos com a expressão "princípio de correspondência de Platão" que é utilizada por Reale. Ambos os termos estão relacionados com o mundo inteligível, de início, vale destacar que o termo "psyché" trabalha a redução do homem a sua alma, que é a própria psyché. Já a cidade-estado é considerada uma forma de sociedade necessária a vida do homem à qual represente também todos valores morais. O Estado, no entanto, é uma espécie de gigantografia que reproduz tudo aquilo que existe na nossa "psyché". Vale ressaltar, que esses conceitos citados anteriormente advém da recuperação de algumas concepções tipicamente gregas que somadas a outras diversas concepções são responsáveis por fornecer um caráter plenamente inteligível as teses de Platão relacionadas à política.
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